Campus e Comunidade

A importância de saber arriscar no mundo do empreendedorismo

Realizou-se esta terça-feira um evento que juntou mais uma edição das Alumni E.Stories e o “Launch Pad E.Awards@Técnico 2019”.

O ambiente das E.Stories é sempre soberbo: muita predisposição para partilhar,  uma imensa vontade de ouvir, uma vocação nata para inovar que uns já dominam e outros querem começar a explorar, e apetrechadas doses de animação envoltas em muitas histórias e lições de vida. Em mais uma edição, os alumni convidados foram Paulo Dimas, vice-presidente de Inovação de Produto da Unbabel, e João Fonseca, CEO da biosurfit, que não deixaram margem para baixar expetativas, bem pelo contrário.

Paulo Dimas trabalha todos os dias de perto com a inovação, uma vez que além de trabalhar na Unbabel, uma das mais promissoras startups do momento, com um crescimento exponencial nos últimos anos, o antigo aluno é vice-presidente para a Inovação de Produto na empresa. Antes de assumir esta aventura de ajudar a “inventar o futuro”, o antigo aluno de Engenharia Informática e de Computadores já o fazia, mas por conta própria, tendo várias experiências na área do empreendedorismo como co-fundador de 2 startups na área da tecnologia. Nunca teve medo de arriscar e sempre esteve muito consciente da “importância de falhar” e isso denota-se-lhe no percurso, mas também na firmeza com que partilha o seu caminho no mundo do empreendedorismo. Realizado com o seu trabalho, não tem dúvidas que um dos grandes segredos da Unbabel é exatamente “a grande estrutura humana em que assenta”.

João Fonseca é o cérebro por detrás da Biosurfit, uma startup na área da medicina que desenvolveu a tecnologia Spinit, um sistema que promete tornar mais rápido o processo de fazer análises ao sangue. Contando um pouco do trajeto que o levou a criar a própria empresa, e também a história por detrás desta ideia, o antigo aluno de Engenharia Física ia dando algumas dicas cruciais sobre o processo de implementação do produto, o valor das equipas de trabalho, mas também e em sincronia com o seu parceiro de conversa sobre o que se revela mais poderoso em todo este processo. “A equipa é extremamente importante em todo o processo de criação e crescimento da empresa, é uma das chaves para o sucesso, sem dúvida. Porque as startups não são feitas com apenas uma pessoa a fazer as coisas acontecerem”, sublinhava João Fonseca.

É exatamente do diálogo, de um regresso às histórias que pautaram o trajeto de cada um, e do encontro de peripécias e de bagagens similares que se faz este evento, com a peculiaridade ao seu redor os olhares curiosos de quem quer aprender a desenvolver competências empreendedoras. Inevitavelmente as dificuldades e a capacidade de superação perante as mesmas que é preciso ter quando se está a criar uma empresa acabam sempre por ser abordadas. O financiamento, a capacidade de resistir ao ruído que surge em torno da ideia, o processo de criação e valorização, e as dificuldades técnicas que tantas vezes se acham intransponíveis foram alguns dos obstáculos referidos por ambos. “Às vezes até nos esquecemos de comemorar quando superamos um desafio porque já vem outro a caminho”, frisava o fundador da Biosurfit. “Não tenham medo dos fracassos, eles fazem parte do caminho e de facto há muita aprendizagem que podemos retirar deles”, vincava,  por sua vez,  Paulo Dimas.

De forma breve, e seguindo uma ideia que ambos foram lançando ao longo de todo o evento, os alumni aconselhavam os jovens a não ter medo de avançar se existe vontade e a ideia para o fazer. “O importante é continuarmos sempre a trabalhar, a lutar pela nossa ideia, dando o nosso melhor naquilo que fazemos. Se falharmos não haverá problema nenhum disso”, salientou João Fonseca. Paulo Dimas complementava: “O grande risco numa startup é não correr riscos”.

No final, e porque o networking é muito importante no mundo do empreendedorismo houve espaço e vontade para mais conversas e trocas de conselhos entre os participantes e os dois convidados. Pelo caminho foi possível conhecer alguns dos posters dos projetos desenvolvidos por grupos de estudantes nas unidades curriculares de empreendedorismo. Os vários grupos iam dando a conhecer as suas ideias, permutando opiniões e dicas e captando todo o feedback que chegava. Alguns destes projetos são potenciais vencedores da 2.ª edição dos E. Awards@Técnico cujo processo de submissão de candidaturas arranca já no próximo dia 25 de novembro. Depois das fases de apuramento, os doze projetos selecionados terão que defender a sua ideia – através de um pitch–  diante do júri da iniciativa que decidirá que projetos arrecadam o prémio e as duas menções honrosas.