Campus e Comunidade

AEIST: 108 anos de “defesa dos interesses dos estudantes”

Docentes, representantes dos órgãos da escola, funcionários e estudantes juntaram-se esta quarta-feira para celebrar mais um aniversário da Associação dos Estudantes do Instituto Superior Técnico.

O dia era especial e a cerimónia e o discurso dos presentes refletiram-no. Docentes, representantes dos órgãos da escola, funcionários e, claro,  muitos estudantes reuniram-se esta quarta-feira, 11 de dezembro, numa cerimónia que festejou os 108 anos da Associação dos Estudantes do Instituo Superior Técnico (AEIST). A programação do evento congregou as intervenções dos representantes dos órgãos que ao longo do tempo ou mais recentemente têm sido cruciais no cumprimento do mais importante desígnio da AEIST: a defesa dos interesses dos estudantes.

O primeiro a intervir seria o presidente do Técnico, professor Arlindo Oliveira, que enalteceu o trabalho que ao longo do tempo tem sido feito pela AEIST e o “papel muito importante que tem tido na vida académica dos estudantes do Técnico e da própria cidade de Lisboa”. “A história da AEIST confunde-se tanto com a história do Técnico como com a história do ativismo académico que teve lugar em Portugal. É de referir a grande importância que a Associação teve nos movimentos cívicos liderados pelos estudantes”, sublinhou o presidente do Técnico, reiterando que esta é uma história com “muitas partes importantes”. Referindo a ligação estreita que nos últimos tem pautado a relação entre a AEIST e o Conselho de Gestão do Técnico, o docente transmitiu a sua convicção de que– e visto que se aproxima o fim do seu mandato- a nova direção  irá manter o empenho em manter esta proximidade e colaboração. Focando ainda o papel da AEIST enquanto principal promotor da atividade desportiva no Técnico, o professor Arlindo Oliveira terminava, desejando que se “venham a cumprir 108 anos com tanta atividade e tanto dinamismo como os 108 anos que passaram”.

Teresa Valido, vice-presidente da Federação Académica de Lisboa (FAL), foi a voz que se seguiu, e de forma breve frisou “o prazer e a responsabilidade que é seguir à frente de uma estrutura centenária, com uma tradição enorme, como a AEIST”.  Lembrando que esta associação “é um motor importante para o funcionamento da federação, e foi também uma das fundadoras da FAL”, a vice-presidente deixou votos sinceros de que o caminho continue a ser pautado pelo sucesso.

“Hoje é dia de celebrar a AEIST”, começava por dizer efusivamente Francisca Simões, vice-presidente aluna do Conselho Pedagógico (CP). Salientando também o “papel determinante que a Associação tem hoje não só dentro do próprio Técnico como dentro do panorama do movimento associativo nacional”, a aluna recordava “o papel ativo desta casa na resistência e na luta pela liberdade ao longo de décadas”. “Esta herança acarta consigo um peso e uma grande responsabilidade: a necessidade de estar perto dos estudantes”, afirmava a determinada altura Francisca Simões, elogiando o esforço feito nos últimos anos neste sentido. “Temos assistido a uma Associação que sai do pavilhão e vai procurar onde estão os alunos. Assistimos ao desenvolvimento de uma AEIST plural com uma porta aberta e que convida os alunos a entrar; uma AEIST que é plataforma aglutinadora e mobilizadora dos alunos e que dialoga com os diversos corpos estudantis”, declarava a vice-presidente aluna do CP.

A palavra passaria depois para Gonçalo Azevedo que interveio como representante do Conselho de Escola e começou por elogiar a “relação e comunicação ágil e produtiva que se tem verificado entre os órgãos de escola e a AEIST”. Não esquecendo  a “história calejada de momentos marcantes” desta Academia, o aluno frisou que esta é hoje uma “Associação desperta e saudável, jovem, mas experiente, e sempre irreverente”. “Uma Associação é uma ferramenta dos estudantes, deve auscultar os seus problemas, as suas necessidades e trabalhar neles”, declarou, enfatizando que os problemas de hoje não são menos importantes do que os de outrora. “Se ao longo de 108 anos de existência esta casa não ficou ultrapassada, não ficou obsoleta, é porque soube estar onde tinha que estar, soube bem representar a vontade dos seus estudantes e adaptar-se à realidade em que estava inserida”, colmatava Gonçalo Azevedo.

Alexandre Passo, representante da Assembleia de Escola subiria a palco para enfatizar o orgulho nesta Academia. “Para mim, comemorar o aniversário da AEIST não é apenas celebrar um aniversário, é assinalar um ano que mais uma vez marcou a defesa dos interesses dos estudantes, e é isso mais do que o aniversário que nos faz estar aqui hoje”, disse. Abordando um bocadinho o trabalho mais recente que tem sido feito na Assembleia de Escola de forma a aproximar o órgão da comunidade, o aluno partilharia, por fim, o seu desejo – também enquanto ex-dirigente- “de que esta associação continue a despertar o orgulho, com tem feito ao longo dos anos, a todos os seus dirigentes e estudantes”.

O orgulho foi também expresso pelo atual presidente da AEIST, Francisco Santos, que partilhou a sua satisfação por ver refletida na cerimónia a “forte ligação que conseguimos desenvolver com os órgãos do Técnico e com a FAL, e que nos confere a força para dar o  devido apoio aos estudantes”. Fazendo referência ao legado que a difere esta Academia no movimento associativo nacional, o presidente recordava algumas conquistas que se devem em muito “ao espírito de sacrifício e altruísmo de dirigentes que sempre puseram a missão da AEIST em primeiro lugar”. Sendo que de certa forma é nas suas mãos e da sua equipa que está o presente, Francisco Santos apontaria depois  alguns dos desafios dos dias de hoje: “encontrámo-nos hoje perante um Ensino Superior debilitado, um grave subfinanciamento das universidades, a debilitação das infraestruturas, e um custo de acesso ao Ensino que veda a possibilidade de desenvolvimento do país”. Ainda assim, e sendo dia de festa, o seu discurso voltaria a centrar-se nos agradecimentos “a todos os que sacrificaram o seu tempo e liberdade por todos nós, como estudantes e cidadãos deste país, e de um mundo que muito cresceu com esse sacrifício”. Para o futuro, o compromisso de sempre: “Lutaremos, ano após ano, para aproximar o ensino superior da plataforma de crescimento justa e democrática”.

O final da cerimónia traria o momento mais aguardado, com todos os presentes a soprarem as velas à AEIST, brindando a um futuro que se espera igualmente marcante.