Campus e Comunidade

Alumnus do Técnico entre os dez melhores inventores da Bosch

O Optiflow foi o projeto da autoria do engenheiro Luís Monteiro que lhe valeu um "Bosch Inventor Award"

O engenheiro mecânico que nas últimas semanas deu que falar por ser o vencedor de um dos “óscares da engenharia”, o prémio “Bosch Inventor Award”,  é alumnus do Técnico. O engenheiro Luís Monteiro do departamento de Investigação e Desenvolvimento da Bosch Termotecnologia, em Aveiro foi um dos dez escolhidos, num universo de 50 mil engenheiros em todo o mundo, tornando-se o primeiro português a receber este prémio individual. Surpreendido com a distinção, foi assim que o antigo aluno do Técnico se sentiu quando recebeu a notícia de que seria um dos vencedores do prémio. Tendo em conta a dimensão e qualidade da empresa, o engenheiro Luís Monteiro “não achava possível fazer parte do lote restrito dos 10 vencedores deste prémio em 2017”, confessa. “Fiquei a pensar que, eventualmente, os melhores engenheiros e investigadores da Bosch não se teriam candidatado”, afirma com modéstia.

O Optiflow, a invenção da qual o engenheiro é responsável, congrega uma inovação tecnológica no sistema de gestão da combustão dos esquentadores que lhe valeu este prémio. Trata-se de um sistema de controlo de combustão de baixo custo cuja ideia base consiste em explorar uma segunda função de um ventilador ou, de uma forma mais geral, uma segunda função de uma turbomáquina”, explica o investigador da Bosch. Permitindo o desenvolvimento de novas funções que se traduzem num aumento da eficiência térmica, no aumento da gama de modulação de potência e ainda no comprimento de conduta de exaustão, o optiflow possibilita ainda um ajuste automático da combustão às condições da instalação. De forma muito resumida, o inventor explica que “esta invenção vem facilitar o trabalho do técnico que instala os nossos aparelhos e, ao utilizador final, traz poupanças energéticas e um maior conforto de água quente”. A maior eficiência térmica, a gama de modulação de potência e o comprimento de conduta do mercado terão sido decisivos na atribuição deste galardão ao alumnus do Técnico.

A ideia inicial e a forma mais fácil de executar este projeto era implementar um caudalímetro de ar e um caudalímetro de gás. “No entanto, o custo destes sensores era incomportável para o tipo de produtos que produzimos. Da necessidade nasce o desafio e, posteriormente, a ideia”, partilha o engenheiro da Bosch. A solução surge aí nos conhecimentos adquiridos nas aulas de “fluidos e turbomáquinas com o professor Sarmento, onde aprendi que as curvas características de uma turbomáquina são colapsadas numa única curva quando reduzidas à sua forma adimensional”, recorda o engenheiro Luís Monteiro. Seguiu-se um processo relativamente rápido, de dois anos e meio de desenvolvimento do projeto, seguindo-se a sua validação e, posteriormente, a integração no produto. A celeridade e o sucesso desta inovação resultam de “um imenso trabalho e dedicação de uma equipa extraordinária”, ressalva o engenheiro.

Assumindo que este prémio representa um marco importante na sua carreira, o engenheiro Luís Monteiro afirma que “este desempenho profissional é necessariamente o reflexo da minha formação”, destaca perentoriamente. Foi no Técnico que alicerçou o seu espírito inovador, como relembra: “Na minha opinião, a paixão e a necessidade são os principais ingredientes para se ser inovador e no Técnico tive a sorte de conhecer pessoas apaixonadas, que sabiam, de uma forma genuína, transmitir paixão”.