Campus e Comunidade

Associação dos Antigos Alunos celebra mais um aniversário

A Associação dos Antigos Alunos foi criada a 17 de julho de 1986.

A Associação dos Antigos Alunos do Instituto Superior Técnico celebrou mais um aniversário este domingo, dia 17 de julho. Criada a 17 de julho de 1986, a Associação dos Antigos Alunos do Técnico pretende fazer a ponte entre a Escola e os seus Antigos Alunos, mantendo vivo este elo de ligação contribuindo, também, para ajudar os atuais alunos e os recém-diplomados.

A pretexto desta celebração, o Presidente do Instituto Superior Técnico, professor Rogério Colaço, e a Presidente da Associação dos Antigos Alunos do Instituto Superior Técnico, Engª. Ana Dias Fonseca, deram uma entrevista na qual abordam o papel da Associação e o seu futuro imediato.

Quais os principais objetivos da Associação dos Antigos Alunos do Técnico?

Ana Dias Fonseca (ADF) – Os Alumni do Técnico têm desde sempre desempenhado um papel fundamental em variados aspetos da sociedade portuguesa, fazendo a diferença no desenvolvimento económico e social do país. Um dos principais objetivos da dinamização da rede Alumni a que nos propomos, consiste em juntar estas pessoas para fazer com que a nossa Escola continue a assegurar uma formação que excelência a todos os jovens com potencial, que irão, também eles, assegurar o desenvolvimento e crescimento tecnológico, económico e social do país.
Para além disso, o re-encontro com os antigos colegas, a possibilidade de alargar a rede de contactos entre alumni com diferentes backgrounds e experiências, a proximidade e apoio aos atuais estudantes, são oportunidades que sentimos que ainda podem ser muito alargadas e que poderão ser muito enriquecedoras para todos os que se venham a envolver nas iniciativas do Técnico Alumni Network.

Qual o rumo que gostava que a Associaçao tomasse/que planos para os próximos tempos?

ADF – O propósito que moveu os novos membros da Direção da Associação – para além de mim, Raúl Galamba, João Henriques, Marta Bento e Adriano Prates – foi trabalhar em alinhamento com o IST na estratégia de gestão da rede Alumni maximizando as sinergias e os resultados, juntando os conhecimentos de gestão que podemos aportar, pela experiência que temos em grandes empresas, e a capacidade executiva da equipa do Técnico.
O recente lançamento da Plataforma Técnico Alumni foi um primeiro passo, fundamental para começarmos a criar esta rede de contactos. Agora, todos os que já estamos inscritos na plataforma, temos que conseguir divulgar e agregar o maior número possível de colegas, começando por enviar a todos os nossos contactos, incentivando a reunião por cursos, anos, turmas, partilhando as notícias do Técnico, as histórias das pessoas, os encontros de Alumni e iniciativas entre atuais alunos e Alumni, como por exemplo: (1) Mentoring a atuais alunos; (2) Alumni Talks, em formato de pequeno almoço com os alunos; (3) e-stories, conversas entre Alumni com diferentes experiências profissionais e atuais alunos; (4) Jantar anual de Alumni; e (5) Keep in Touch, que convida todos os Alumni a regressar à escola, acompanhados pela família, no dia de aniversário do Técnico.
Em paralelo, um dos principais objetivos da Associação é garantir que nenhum estudante fica “de fora” por não ter recursos financeiros para poder estudar. Como cidadãos e como Alumni do Técnico, não podemos aceitar que jovens com elevado potencial, os melhores entre os melhores alunos do nosso país, abandonem o Técnico por falta de dinheiro para pagar as propinas ou para suportar o custo de vida. Por isso, a dinamização do fundo solidário é a nossa grande prioridade, alavancando a rede de Alumni.

Tem contribuído de forma muito ativa na vida da escola – como membro do CE e agora Presidente da AAAIST. Que mais valias encontra nesta participação da construção do Técnico?

ADF – A minha formação no Técnico foi dos passos mais importantes para a minha vida. Para além do que aprendi no curso de Engª Física Tecnológica, toda a vivência com colegas – muitos que se tornaram grande amigos para toda a vida – a experiência da intervenção social e politica, nos vários órgãos do Técnico, incluindo a intensa experiência como dirigente associativa, é algo que reconheço como um enorme privilégio que me foi oferecido e criou alicerces para desenvolver o meu percurso. Agora, que tenho uma vida estável e confortável, quero contribuir para que outros possam ter as mesmas oportunidades que eu tive. Além disso, acredito que o conhecimento que adquiri ao longo da minha experiência profissional pode contribuir para esta Instituição, trazendo a experiência de gestão de grandes empresas para o mundo académico. Assim, sinto-me muito honrada pelos desafios que o Professor Rogério me lançou e espero poder contribuir um pouco para fazer desta grande Escola de Engenharia ainda maior e mais relevante no desenvolvimento do nosso país. Acredito que a formação em engenharia, ciência e tecnologia pode ser uma grande alavanca de crescimento de Portugal. Podemos oferecer as melhores condições para a criação e estabelecimento de empresas de tecnologia, desde o clima, à segurança do país, a simpatia e a gastronomia… e ainda mais relevante, temos um enorme potencial de excelentes profissionais, muitos dos quais que ficam “à porta” pois as médias de entrada são elevadíssimas, outros que desistem porque não têm condições para estudar… acho que como cidadãos deste país temos a responsabilidade de conseguir formar os nossos jovens com enorme potencial e assim fomentar o desenvolvimento da economia e da sociedade.

O Fundo Solidário AAA tem tido um papel muito importante no apoio aos estudantes do Técnico. A Associação continua a apoiar estudantes do Técnico através deste fundo?

ADF – O Fundo Solidário, criado pela associação de antigos alunos, tem sido fundamental para ajudar situações de último recurso, em que um aluno não tem dinheiro para pagar as propinas e assim se vê impedido de prosseguir os seus estudos, utilizando os donativos de antigos alunos. Mas infelizmente, são muitas as situações em que isto acontece, e mais ainda, aquelas em que estudantes deslocados não conseguem pagar o quarto para viver em Lisboa, as refeições, os transportes. A ação social apoia situações extremas de baixos rendimentos, mas as circunstâncias de cada um têm muito mais a contar do que o IRS dos pais no último ano… situações em que se altera a situação dos pais, que podem entretanto ficar sem emprego ou ter que gerir uma doença ou ascendentes que ficam na sua dependência, situações de divórcio, em que a economia familiar se torna mais desafiante, ou quando a dificuldade do aluno nos primeiros anos faz questionar se pode continuar a ser um “custo” para a família que faz um enorme sacrifício para que continue a estudar…
Desta forma, este é de facto um dos principais objetivos da associação Alumni do Técnico, conseguir dinamizar o Fundo Solidário para que nenhum aluno com potencial deixe de estudar, e assim, perca a oportunidade de se realizar profissionalmente e de poder contribuir para desenvolver o nosso país. Não nos podemos dar ao luxo de perder estas pessoas, não é (apenas) uma questão de caridade, é uma questão de responsabilidade social de todos nós que podemos e devemos contribuir, dar de volta o que tivemos o privilégio de receber. É o “Give Back”, tão habitual noutras geografias. Mas também é lutar pelo nosso futuro e dos nossos filhos, lutar por um país económica e socialmente melhor!

Qual a importância para a Escola de manter a ligação aos seus antigos estudantes?

Rogério Colaço (RC) – Este é um sonho de longa data do Técnico, e dos seus antigos alunos (alumni): criar uma forma de comunicação e ligação permanente entre os alumni e a sua alma mater: o Técnico.
Este sonho tem sido, em primeiro lugar, alimentado pela ligação afetiva que cada um dos alumni do Técnico sente com sua Escola. E daí resulta esta necessidade que todos sentem, e que me têm transmitido ao longo dos anos, de saber o que se passa na sua Escola, de visitarem o Técnico, de quererem participar na vida do Técnico, de quererem contribuir para aquilo que o Técnico é e será enquanto instituição de referência na área de engenharia, ciência, tecnologia e arquitetura. Para além disso, regressar ao Técnico é uma oportunidade também para os alumni contactar com o jovem talento (os alunos de agora), bem como conhecer e participar nas iniciativas do IST, das quais refiro em particular os programas de formação avançada para engenheiros oferecidos pelo Técnico +.
Finalmente, importa referir que esta é uma relação é simbiótica, da qual os atuais estudantes também beneficiam e poderão beneficiar ainda mais à medida que a rede alumni cresça. Para os atuais estudantes, o contacto com colegas de gerações mais antigas, que já se encontram no mercado de trabalho, é cada vez mais um elemento determinante na sua formação para os seus projetos e planos de desenvolvimento de carreira, nomeadamente na fase inicial. A rede alumni é uma forma poderosa de potenciar este tipo de atividades.

Que vantagens há para os antigos estudantes nesta nova plataforma para alumni Técnico?

RC – O Técnico Alumni Network (https://alumni.tecnico.pt/) é uma plataforma comunicacional absolutamente fabulosa, que vale verdadeiramente a pena experimentar. E por isso, desde o seu lançamento, no dia 23 de maio, dia do 111º aniversário do Técnico, já temos mais de 1500 aderentes. Mas somos ainda muito poucos face àquilo que são os alumni do IST: cerca de 50.000. Por isso contamos ter 10.000 até ao final do ano e continuar a crescer no próximo ano, até conseguirmos atingir os 25 – 30 mil membros. Será a maior rede nacional de alumni nacional.
Neste momento, para além do acesso às informações sobre as iniciativas do Técnico, eventos, anúncios, que todos podem colocar, já começamos a conseguir encontrar os nossos colegas de curso filtrando por curso e por ano (eu próprio acabei de falar recentemente com colegas (e alunos) que não contactava há mais de 25 anos).
Uma coisa extraordinária que acabei de ver é a dispersão dos alunos do Técnico pelo mundo. Neste momento, apesar de apenas ainda só termos 1500 aderentes, já é possível ver que os alumni do IST estão nos cinco continentes do mundo, dando ideia do impacto verdadeiramente global que os formados no Técnico têm.

Que outras formas podem ter antigos estudantes de interagirem com a sua Escola?

RC – Várias iniciativas que já temos já em curso no Técnico, por exemplo as Alumni Career Mentoring, e as Alumni Talks recorrem precisamente à ajuda dos antigos alunos do Técnico, que regressam a casa para falar com os atuais estudantes. Esta é uma forma de interação que pretendemos alargar exponencialmente no futuro. Mas há uma componente, que também tem sido muito importante, que é a contribuição que antigos alunos tem dado para o apoio social a estudantes do IST com maiores dificuldades financeiras. O lema partilhado por todos nós, alumni do IST, é o de que nem um talento pode ser desperdiçado por falta de condições económicas. E as bolsas de apoio social são um instrumento essencial para conseguir esse objetivo, nomeadamente em períodos de crise económica. Do lado dos órgãos de gestão do IST, a contribuição dos alumni para formar a visão estratégica para o IST também é determinante e por isso temos vindo a convidar alumni para participar nos órgãos da escola e nos eventos de reflexão estratégica que vão sendo promovidos. E é por isso também que é muito importante alargar a rede, já que, dos cerca de 50 000 alumni do IST apenas conseguimos chegar ainda a algumas centenas.