Campus e Comunidade

Dia dos Delegados celebra a importância do cargo e reconhece o trabalho de quem o desempenha

Várias dezenas de alunos participaram nas atividades dinamizadas pela Comissão para o Corpo de Delegados no sábado passado, 8 de maio.

Desengane-se quem pensa que na função de Delegado só cabem responsabilidades e reivindicações, e que a aprendizagem se faz apenas com a experiência. Ainda que efetivamente a bagagem seja importante no exercício das funções, o caminho não é feito de forma solitária, visto que a Comissão para o Corpo de Delegados acompanha, orienta e dinamiza várias iniciativas de forma a “garantir que todos os delegados se encontram com as informações suficientes para realizarem nas melhores condições as suas funções”. É este o principal objetivo do Programa de Formação dos Delegados, que se realiza desde 2017, e agrega também o Dia dos Delegados, uma data reservada à aprendizagem, mas sobretudo ao destaque do papel destes alunos que colocam todo o empenho nesta missão de contribuir para a qualidade pedagógica da Escola. A edição deste ano Dia dos Delegados decorreu no passado sábado, 8 de maio, e juntou várias dezenas de estudantes.

Realizado em formato remoto através da plataforma ZOOM, o evento arrancou com uma mesa redonda que contou com a participação dos professores: Alexandre Francisco (vice-presidente do Técnico para os Assuntos Académicos), Carlos Santos Silva, Moisés Pinto, Teresa Peña (presidente do Conselho Pedagógico-CP) e Raquel Aires-Barros (ex-presidente do CP e membro do Conselho de Escola). A estes juntaram-se os/as estudantes Francisca Simões, Beatriz Isidro e Francisco Aveiro, o alumnus Pedro Garvão e os colaboradores do Núcleo de Desenvolvimento Académico (NDA), a Dra. Isabel Gonçalves e  o Dr. Gonçalo Moura.

Tendo como mote o novo Modelo de Ensino e Práticas Pedagógicas (MEPP), o debate permitiu dar resposta a várias questões e promover a partilha de ideias sobre vários tópicos, tais como: a flexibilidade dos percursos académicos que esta reestruturação permite, a importância das competências transversais na formação de um engenheiro, ou a uniformização dos currículos do Técnico com a criação de PICs (Projetos Integradores de Ciclo) e opções livres para todos os cursos.  Seguir-se-ia uma ronda de perguntas mais técnicas formuladas pelos delegados acerca da implementação do novo Modelo de Ensino e o processo da criação do mesmo.

No decorrer da troca de ideias que se gerou e que envolveu todos, o alumnus Pedro Garvão sublinhou “que o Novo Modelo de Ensino despertou o interesse nos alunos”, pedindo aos delegados um voto de confiança nos alunos que os representam no CP. A mesa redonda encerraria com o reforço da disponibilidade do Conselho Pedagógico para ajudar no que for preciso, estando a porta deste Órgão da Escola “sempre aberta para todos”, como foi referido.

A diversão não faltou ao longo do dia, e para descontração dos participantes a Comissão para o Corpo de Delegados realizou um Quiz de Cultura Geral que fomentou a cooperação entre os alunos participantes. O dia terminaria com uma Formação de Saúde Mental dinamizada pelo NDA.

Brian Campos, delegado do 1.ºano do mestrado em Ordenamento do Território e Urbanismo (MOTU), marcou presença nesta edição do Dia dos Delegados, e realça que de forma geral a experiência foi “ótima”, obrigando-o “a parar, a deixar os trabalhos de lado um bocado, e num ambiente muito descontraído, conseguimos conhecer e interagir todos uns com os outros, partilhar experiências e perceber a importância das pessoas neste sistema”. Para o delegado do MOTU “apesar de ser um dia mais informal, tivemos sessões muito importantes que, enquanto delegados, nos motivaram a ser mais participativos e a fazer a diferença”.  Brian Campos salienta ainda “que ser delegado não é só não baixar os braços, é também dar a mão”, agradecendo à organização deste dia pelo sucesso alcançado.

Do lado da organização o balanço é também “muito positivo”. “Tivemos um ótimo feedback dos delegados presentes e dos convidados. Pensamos que foi uma atividade muito enriquecedora e que cumpriu com os objetivos do Dia dos Delegados: formar e mostrar o quão importante são os delegados na estrutura do Técnico”, afirma Ricardo Lameirinhas, membro-estudante da Comissão Executiva do Conselho Pedagógico. “Conseguimos criar ligações entre os delegados dos diversos anos e cursos -algo difícil devido à realidade pandémica – e partilhar com estes aspetos do Passado, Presente e Futuro do Novo Modelo de Ensino”, complementa.

Realçando que “os delegados são uma parte bastante importante na estrutura do Técnico”, Ricardo Lameirinhas lembra que este ano devido “aos problemas que resultaram da pandemia e a problemas do foro informático, os delegados foram eleitos numa fase bastante mais tardia do que era previsto”.  “Esse facto foi um dos pontos-chave que levou ao acumular de muitos problemas, durante meses, problemas esses que seriam mais facilmente resolvidos com delegados ativos. Nessa fase, testemunhou-se o quão importante são os delegados”, denota o aluno.

Ricardo Lameirinhas salienta o papel crucial dos delegados neste processo de implementação do MEPP: “têm filtrado e resolvido problemas junto dos coordenadores dos cursos e dos órgãos da escola e têm dado voz aos estudantes que representam, fazendo chegar os seus problemas e pontos de vista”. “Estes delegados estarão em funções no início do próximo ano, e têm que ter o máximo de informação e formação para poderem agir de forma informada e planeada, evitando ao máximo a reação desinformada aos possíveis problemas”, adiciona.

Programa de Formação ajuda a expandir competências

Para além de ser uma forma da comissão garantir “que qualquer aluno do Técnico que queira representar e dar voz aos seus colegas saberá o que fazer nos vários momentos ao longo do semestre”, o Programa de Formação dos Delegados “é definido de modo a cativar e atrair mais estudantes para as funções”. Através deste, pretende-se mostrar “que ninguém é deixado para trás e que os delegados são seguidos pela Comissão que os ajuda naquilo que for preciso”, como refere Ricardo Lameirinhas. “Depois, mostramos aos restantes estudantes o quão importante é ser – e haver- um delegado no seu curso/ano”, adiciona o aluno.

Este ano, o Programa dividiu-se em várias ações: a típica Formação Introdutória, sobre as funções do delegado; uma formação de Feedback-Feedforward acerca dos QUC; uma formação/conversa com o CP sobre o ensino e avaliações remotas – fazendo-se um balanço sobre os problemas e sucessos do 1.º semestre; uma formação de Comunicação de forma a preparar os delegados para comunicarem melhor os seus problemas e pontos de vista; um módulo sobre o Funcionamento do Técnico e o tão desejado Dia dos Delegados. Até ao final do semestre decorrerão ainda as formações em Ética e outra de Calendarização. “Nenhuma é obrigatória, no entanto, os delegados deverão realizar um número mínimo de formações”, frisa Ricardo Lameirinhas.

Este ano em especial, e em simultâneo com o Programa, a comissão realiza outra iniciativa: o Telefonema do CP, na qual os delegados de curso são contactados de forma periódica pelos membros da Comissão de forma a debater alguns assuntos que estejam em fase de decisão e obter informação sobre o decorrer do semestre.

Marta Bárbolo é delegada de 2.º ano do mestrado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores (MEEC) e uma presença assídua nas formações. A aluna destaca que o programa de formação “tem sido essencial para que possamos efetivamente realizar um bom trabalho no papel de delegados”, permitindo “não só trabalhar nas nossas competências e responsabilidades ao exercer esta função, mas também criar uma rede de contactos entre os diversos cursos, podendo assim partilhar problemas recorrentes e soluções eficazes”.

Vídeo sobre o novo Modelo de Ensino do Técnico.