Campus e Comunidade

Edição “inovadora e impactante” do MecanIST atrai centenas de participantes

Nos cinco dias de evento foi possível participar em várias atividades, solidificar conhecimentos, explorar novos mundos e contactos.

Assim que olhámos para o programa, percebemos que não precisávamos de baixar expetativas em relação a esta edição online do MecanIST tal a diversidade de nomes, empresas e atividades que o compunham. Apesar de haver menos cor e do palco ser outro, os planos mais apertados dos quadradinhos do Zoom ganharam dimensão com as histórias partilhadas e ligações que se criaram. Ao longo dos 5 dias do evento, as 16 palestras, os 14 roundtables, os 14 workshops e ainda a feira virtual de empresas permitiram aos alunos aprender mais, antecipar percursos profissionais e sobretudo fomentar o tão importante networking. O evento termina hoje com uma competição de programação, mas o triunfo desta edição já está assegurado.

Guilherme Videira, coordenador do MecanIST, recorda que na preparação de tudo isto, a equipa do Fórum Mecânica teve bem presente um grande objetivo: “tornar o evento o mais profissional e apelativo possível de modo a ganhar uma maior visibilidade junto da comunidade estudantil no geral”. Estavam conscientes que o formato virtual trazia muitas alterações, nomeadamente a perda da “interação cara-a-cara pela qual o MecanIST se caracterizava”, algo que consideravam poder “afetar negativamente a adesão dos alunos, especialmente no que tocava à feira das empresas”. Por isso mesmo, a aposta passou por “investir num painel de oradores bastante forte, numa imagem de Marketing super apelativa, que seria facilmente associada a esta edição, e numa boa organização das atividades mais interativas, como as RoundTables e Workshops”, denota o aluno.

Ella Podmore (McLAren), Mark Preston (DS TECHEETAH Formula-E Team), Ricardo Parenti (Lamborghini) e Rodrigo Silva ( Alpine F1 Team) foram alguns dos oradores convidados para participar na partilha de saber e experiências. A estes nomes juntaram-se os de vários antigos alunos como: Ricardo Figueira (Google), João Filipe Torneiro (Galp), Nuno Filipe (NASA), e Tomás Eiró (Amazon). A diversidade de formações, de carreiras, de percursos e de mensagens passadas chamaram a atenção dos alunos, agarrando-os ao ecrã dia após dia.

Ana Rita Pais, antiga aluna de Engenharia Aeroespacial e User Experience Researcher no Facebook/ Oculus, foi um dos bons exemplos de como a partilha de experiências se pode tornar magnética. Através do seu percurso de carreira – que aos olhos de muitos pode parecer improvável-  a alumna mostrou como cada etapa se revelou importante para o desafio que se seguiria e como o caminho díspar que foi fazendo foi crucial para ser, hoje em dia, uma profissional mais capaz e realizada.

“A maioria das pessoas que trabalha em investigação nesta área de experiência do utilizador tem diferentes formações. É um grupo muito diversificado de pessoas com muitos backgrounds diferentes e diferentes conjuntos de conhecimentos”, começava por salientar a antiga aluna. Isto, porque antes de avançar para a viagem no tempo que permitiu conhecer o seu trajeto, a oradora fez questão de explicar à audiência em que consistia o trabalho que desenvolvia. “O User Experience Researcher é a voz do utilizador dentro do ciclo de vida do produto”, explicava.

Ao longo da narrativa, a antiga aluna partilhou não só o que a trouxe até ao Técnico, como o que a levou até à TU Delft para fazer o mestrado, e as motivações que a incentivaram a seguir para o doutoramento. De forma muito natural, sempre realçando o que a impulsionou a agarrar as oportunidades que surgiam, Ana Rita Pais partilhou a hesitação que assombrou a decisão entre seguir uma carreira na academia ou na indústria, como conseguiu uma posição no centro de investigação NASA Langley e as aprendizagens que retirou dessa oportunidade, e por fim as experiências que se seguiram na Apple e agora no Facebook.

A trabalhar diretamente com um dos produtos mais bem sucedidos de Realidade Virtual do Facebook, o Oculus, a oradora assumiu a realização que encontra naquilo que faz. “E quando olho para trás, parece improvável, mas penso que após ter passado por tudo isto, considero que todos os passos foram muito lógicos. Em cada passo, descobri o que gosto de fazer aqui, e como posso aprender mais e dar mais um pouco de mim”, colmatou a alumna antes de se deparar com a curiosidade e as dúvidas que havia em torno deste percurso.

Esta capacidade e vontade de trazer antigos alunos com percursos de destaque para inspirar atuais alunos tem sido recorrente nas últimas edições. Este ano cumpriu-se novamente esta tradição, e até se “sonhou mais alto”. “Pudemos expandir ainda mais os nossos horizontes e apostar em convidar oradores de topo, visto que deixou de haver a necessidade de viajar para Lisboa. Só era preciso um computador e uma hora de disponibilidade”, destaca o coordenador do MecanIST. “Para além disso, aproveitámos para trazer oradores que, apesar de serem convidados já há várias edições, nunca tiveram a oportunidade de vir ao nosso evento, muito devido à falta de tempo de viajar para Lisboa”, acrescenta o aluno do Técnico.

Guilherme Videira confessa que sempre sentiu “que de facto as palestras seriam o ponto forte do evento, e agora que terminaram posso confirmá-lo”. “Investimos bastante na preparação de um lineup de oradores que chamaria a atenção qualquer interessado em Engenharia ou Tecnologia e isso foi definitivamente algo que conseguimos. Posso sem dúvida dizer que todas as palestras foram muito interessantes, cativantes e acredito que tiveram um forte impacto nos alunos”, vinca.

38 empresas aliaram-se à organização e quiseram conectar-se ao talento do Técnico

Até quarta-feira, os alunos puderam visitar a Feira de Empresas Virtual, realizada através da plataforma Easy Virtual Fair em paralelo com o Zoom, conhecer 38 empresas,  entender projetos, e perceber as ofertas de emprego e estágios que as mesmas tinham para lhes oferecer.  A OMRONRENChetoFilstoneThe Navigator CompanyGMV, e o BNP Paribas foram apenas algumas das empresas presentes.

Guilherme Videira assume os receios que a equipa tinha relativamente à adesão à feira virtual de empresas por parte quer das empresas, quer dos alunos. “Mas a verdade é que trabalhamos com bastante diligência para construir a plataforma de interligação e contacto pela qual o nosso evento sempre foi conhecido”, realça o aluno. Assim, e apesar de assumir a perda de “componentes importantes com a passagem para um regime virtual”, o coordenador do MecanIST refere que “as empresas continuam a querer dar-se a conhecer aos alunos do Técnico, algo que agora é ainda mais importante que nunca, e por isso é que apostaram no nosso evento”. “Continua a haver bastante interesse dos dois lados para estabelecer parcerias, trocar impressões e contactos, e mesmo formalizar propostas de emprego/estágio. Isso foi algo que constatamos esta semana, com a boa adesão à feira de empresas e a quantidade de empresas que saíram satisfeitas da mesma”, salienta.

Nos workshops, a equipa procurou construir um programa apelativo com as empresas participantes e abordar temas verdadeiramente relevantes junto dos alunos, e Guilherme Videira afirma que “ao olhar para o número recorde de participantes, posso dizer que resultou bastante bem”. “Nas roundTables, apesar de o número limite de participantes ser mais baixo, muito devido à própria natureza da atividade, as empresas e os alunos saíram bastante satisfeitos e teceram elogios à organização das mesmas”, complementa o aluno.

Code Marathon, uma competição de programação organizada em conjunto com a Microsoft, encerra as jornadas da melhor forma. A competição decorre até às 23:59 de hoje, e desafia os alunos a desenvolverem um programa em MATLAB com grande aplicabilidade no mundo da engenharia, em equipas de 2 pessoas.

Cada uma destas atividades contribuiu para o êxito que agora chegado o último dia já pode ser declarado e celebrado.  Um adjetivo não chega para Guilherme Videira definir esta edição que foi além de um sucesso, considera que foi “inovadora, impactante”. De acordo com o aluno, esta organização bem-sucedida é a “prova da nossa resiliência e da nossa capacidade de adaptação”.