Campus e Comunidade

Equipa da TL MOTO aposta no futuro

Além da estreia na categoria elétrica da Motostudent, o núcleo de alunos está neste momento a recrutar alunos, e acaba de conquistar o patrocínio da Farnel.

 

É um dos projetos mais recentes – nasceu em 2012-  e talvez por isso ainda seja um pouco desconhecido na avalanche de ideias que brotam dos alunos do Técnico. A equipa TL MOTO nasceu com o objetivo de competir na Motostudent, uma competição internacional que acontece a cada dois anos, em Aragão, e onde participam dezenas de equipas de 17 países diferentes. Na altura quando o projeto surgiu o desafio cingia-se apenas à categoria de combustão, mas a partir de 2015 o esforço para competir começou a desdobrar-se também na categoria elétrica, onde a equipa se estreia este ano com um protótipo construído de raiz. Aliás, esta é uma das regras incontornáveis da competição: começar de novo, “mas não do nada”, a cada dois anos. “Não recomeçamos do nada porque de ano para ano vamos ganhando experiência, tendo outro conhecimento, adquirindo dinâmicas de trabalho”, frisa Francisco Jesus, líder do projeto.

Nesta competição de quatro dias, caracteristicamente muito jovem, onde a cada dois anos milhares de estudantes de engenharia e apaixonados pelo mundo do motociclismo se juntam, são muitos os critérios de avaliação do júri composto não só por profissionais da indústria, mas também de profissionais da área. “A competição tem duas fases, a MS1 que é muito focada na parte do projeto, do projeto de industrialização e da inovação tecnológica da mota; e a MS2, onde é avaliada a performance do protótipo, as forças a que é capaz de ser sujeita sem sofrer danos, e depois sim há testes de manobrabilidade, de aceleração máxima, travagem e finalmente a corrida”, explica Francisco Jesus.

Embora algumas partes da mota sejam cedidas pela organização da Motostudent, o trabalho é árduo para desenhar e construir os componentes que os diferenciarão. O design da mota e a geometria estrutural da mota são decisivos e por isso por vezes as mãos dos dez membros que compõem a equipa têm que se desdobrar em muitas mais. “Estamos sempre a precisar de reforços”, destaca Francisco Jesus, líder da equipa, que dá o seu próprio exemplo para realçar os benefícios de os alunos encaixarem este tipo de atividades no seu percurso académico: “é muito bom criar um projeto, e no fim ver os resultados, vê-la a funcionar. É uma oportunidade para desenvolvermos os nossos conhecimentos técnicos”, realça.

Para além de novos membros, a equipa tem encetado esforços para conseguir captar o maior número de patrocínios possíveis. E nesse sentido, uma boa notícia chegou recentemente até eles, o patrocínio da Farnell element14 – Distribuidor de componentes eletrónicos, permitirá alavancar ainda mais este projeto. “Somos nós que fazemos os sistemas eletrónicos de baixa tensão da mota e, portanto, precisamos de bastantes componentes, ferramentas e equipamentos, e este patrocinador vai-nos fornecer uma série de componentes e ferramentas que vão ser essenciais para desenvolver o nosso trabalho”, realça Francisco Jesus. “Graças à Farnel vamos conseguir equipar a nossa bancada de trabalho e vamos ter disponível a maioria dos componentes necessários ao fabrico do protótipo”, assinala ainda. Para além do patrocínio material, a equipa juntou-se às já extensas fileiras da comunidade de engenheiros, profissionais e entusiastas da tecnologia, a Element14, onde escreverão mensalmente novas publicações acerca do desenvolvimento do sistema eléctrico do protótipo. Será possível acompanhar o seu progresso em community element14.

Com esforços alinhados, e boas notícias na bagagem, a equipa ruma em outubro para Aragão com muita vontade de vencer e acima de tudo de continuar a evoluir. “Não sei se vai já ser este ano, mas o nosso objetivo é sempre sermos os melhores”, lança Francisco Jesus. Há ainda na manga outro plano para o futuro: “gostávamos de para o ano podermos competir no campeonato nacional com este protótipo elétrico, mesmo que seja a um nível de amadorismo, não sabemos se vai ser possível, mas o nosso desejo era criar aqui uma ponte entre a nossa equipa e o mundo do motociclismo nacional”, remata o líder da TL MOTO.