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Ordem dos Engenheiros premeia antiga aluna do Técnico

A dissertação de mestrado desenvolvida por Ana Estêvão conquistou a 1.ª menção honrosa do “Prémio Ordem dos Engenheiros”.

Ana Estêvão, antiga aluna de Engenharia Química no Técnico, foi distinguida no passado mês de novembro pela Ordem dos Engenheiros, arrecadando um dos galardões entregues na comemoração do Dia Mundial Dos Materiais. O trabalho da alumna, intitulado “Desenvolvimento de sensores luminescentes para deteção de oxigénio em vinho engarrafado”, conquistou a 1.ª menção honrosa do Prémio Ordem dos Engenheiros.

A antiga aluna do Técnico assume a satisfação e honra com que recebe esta “distinção atribuída pela Ordem dos Engenheiros, a associação representativa dos engenheiros portugueses e que reconhece o trabalho de elevada qualidade que, todos os anos, é desenvolvido no nosso país”. “Ver o nosso trabalho reconhecido é muito gratificante, pois envolveu uma grande dedicação, apesar das condicionantes trazidas pela pandemia”, salienta Ana Estêvão, fazendo questão de agradecer ao seu orientador, o professor Bruno Pedras (Departamento de Engenharia QuímicaiBB-Técnico), pelo “acompanhamento e orientação, imprescindíveis à concretização do trabalho”.

O trabalho premiado consistiu no desenvolvimento de sensores óticos de oxigénio, baseados em luminescência, adequados a detetar oxigénio dissolvido em vinho engarrafado – através da medição direta do oxigénio gasoso presente no interior da garrafa de vinho. “Com este intuito foi efetuado o encapsulamento de indicadores luminescentes em diferentes polímeros para formar matrizes sólidas, que podem ser colocadas sob a rolha aquando do engarrafamento”, explica Ana Estêvão.

Tal como realça a autora da dissertação “a partir do estudo das caraterísticas fotofísicas dos vários sistemas preparados foi possível obter a sensibilidade dos sensores relativamente ao oxigénio, tendo alguns deles mostrado elevada sensibilidade, especialmente para baixas concentrações de oxigénio, tornando-os promissores para detetar oxigénio em vinho engarrafado”.

Ana Estêvão destaca a enorme qualidade de todas as teses apresentadas a concurso, algo que dificulta a tarefa de apontar o que poderá ter distinguido o seu trabalho dos restantes, porém aponta como potenciais fatores diferenciadores “a fácil miniaturização e portabilidade dos sensores desenvolvidos”. A alumna sublinha ainda a “possibilidade de incorporação dos sensores em garrafas de vinho de forma sistemática, permitindo uma monitorização em tempo real da concentração de oxigénio em cada garrafa”.

Atualmente a trabalhar na indústria e numa área distinta da sua linha de investigação, a antiga aluna não exclui a possibilidade de “um dia, voltar a trabalhar no tema da minha dissertação, ou outro dentro desta área de investigação, que pode possibilitar tantas aplicações”.

O Prémio Ordem dos Engenheiros é atribuído anualmente aos autores de teses de mestrado no domínio da Ciência e Engenharia de Materiais que se destaquem pelo seu carácter prático, por via do desenvolvimento de um material/produto/tecnologia com aplicação industrial.

Além deste galardão, foi ainda atribuído no evento, que contou com a participação do Secretário de Estado Adjunto e da Energia, João Galamba, e do diretor geral da Energia e Geologia, João Bernardo, o Prémio Sociedade Portuguesa de Materiais.