Campus e Comunidade

Podiam entrar no curso que quisessem, mas foi a interdisciplinaridade da Física Tecnológica que os fascinou

Os dois novos alunos do Técnico concretizaram o feito de entrar no Técnico com 20 como média e tiveram a mesma nota nas provas de ingresso.

Ana Costa e Gonçalo Ribeiro são donos de uma média irrepreensível que lhes deu um acesso privilegiado- e mais seguro- ao Ensino Superior. Mas são muito mais do que isso e fazem questão de o deixar bem claro: na convicção, na simpatia, nas reticências do começo de uma nova jornada, nas ambições e nos hobbies “normais” de dois jovens de 18 anos. O desafio da nova jornada é igual para eles como para os colegas, e nem põem isso em questão. O “20 a tudo” não os envaidece. Já a concretização do sonho de entrarem em Física Tecnológica fá-los extravasar de orgulho.

“Quem não me conhece bem até dúvida que eu tenha 20 a tudo”, começa por dizer Gonçalo Ribeiro denotando que tem noção que ainda há um estereótipo a rondar os bons alunos. “Até os meus amigos ficavam algo intrigados com o facto de ter uma vida social tão ativa e tão boas notas, mas julgo que o truque passa por aí: conjugar a vida social com a académica”, afirma o novo aluno do Técnico. Ana Costa concorda, pois, se há fórmulas para alcançar a genialidade de uma nota este não é um caminho solitário: “Houve dias em que queria sair, ou ver um filme, mas se eu precisava de estudar e queria tirar boas notas tive de abdicar disso.  É preciso contrabalançar a vida pessoal e social, mas claro que se queremos chegar ao topo temos que abdicar de certas coisas”. “É preciso ser perseverante, trabalhar bastante, nunca desistir”, vinca, ainda, a aluna.

O primeiro contacto de Gonçalo Ribeiro com o curso foi exatamente por esta altura, há uns anos, quando Engenharia Física Tecnológica começou a posicionar-se como um dos cursos com as médias mais altas do país. “Fiquei curioso e assim que olhei para o plano de estudos do curso fiquei fascinado”, recorda. O pai bem o tentou demover até ao último dia de candidaturas porque sonhava que o filho enveredasse pela área de Medicina. “Pus Medicina como quarta opção para ele ficar feliz” diz entre sorrisos.  “Acredito que este é o curso mais diversificado que existe, e como não pretendo ter uma carreira vocacionada numa única área, preferia ter mais opções em aberto, acho que este é o curso certo para mim”, aponta.

Para Ana Costa o que importa realçar “nestes minutos de fama” que a média lhe deu é, apenas , “a grande honra por entrar nesta excelente escola”. Não esconde que esta média lhe coloca uma pressão “extra” nesta nova jornada, mas confessa que está “muito entusiasmada por começar a estudar no Técnico”. “Sinto-me muito feliz e lisonjeada por entrar no curso que queria. Isso é que me deixa feliz, o facto de ter tido a média apenas me permitiu alcançar um objetivo pessoal e sentir-me mais seguro nos momentos que antecederam a divulgação dos resultados”, vinca, por sua vez, Gonçalo Ribeiro.

Ao contrário do que aconteceu com o seu novo colega de curso,  Ana Costa apenas decidiu o curso e a faculdade depois de saber as notas dos seus exames.  No início do secundário até pensou que a sua vocação estaria na área de Línguas, outra das suas grandes paixões. Depois começou a gostar cada vez mais de Física, investigou as saídas profissionais das engenharias e o entusiasmo não mais a largou. “Depois de ter visto as parcerias que o Técnico tinha com entidades internacionais como o CERN e os projetos de investigação da escola, tornou-se quase automático que queria vir para cá”. Caso não conseguisse, tinha um “Plano B” preparado e que passaria por ir estudar para fora.

Os dois novos alunos de Física Tecnológica têm a certeza que têm à sua espera um curso tão exigente quanto surpreendente. “Acho que o facto de ser exigente é o que torna o Técnico uma boa escola”, solta Ana Costa. “ Na minha opinião é bom sermos estimulados para alcançar sempre o nosso melhor, e se o Técnico faz por isso devemos aproveitar”, declara Gonçalo Ribeiro.

Vêm os dois do Norte, ela de Guimarães, e ele de Famalicão. Sobre a mudança de cidade e a distância da família os alunos têm sensações distintas.  “Mudar de cidade não é algo que me deixe muito assustada. Lisboa é muito cosmopolita e, por isso estou muito entusiasmada por começar uma vida nova numa grande cidade”, refere Ana Costa. Gonçalo Ribeiro acusa um pouco mais as saudades, mas não se deixa beliscar pela nostalgia, afinal importa mesmo é “concretizar o sonho” e “explorar tudo o que tenho à minha espera”, declara.  É caso para dizer que o curso e o Técnico assentam-lhes como uma luva.