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Prémio Vilalva da Gulbenkian atribuído a professor de Arquitetura do Técnico

O galardão distinguiu o projeto de reabilitação funcional e construtiva, redesenho do mobiliário e restauro de pintura da Igreja de Santa Isabel, em Lisboa, coordenado pelo arquiteto João Appleton.

O Prémio Maria Tereza e Vasco Vilalva, instituído pela Fundação Calouste Gulbenkian foi, este ano, atribuído ao projeto de reabilitação funcional e construtiva, redesenho do mobiliário e restauro de pintura da Igreja de Santa Isabel coordenado pelo arquiteto João  Appleton, antigo aluno de doutoramento do Técnico  e professor convidado da unidade curricular “Projeto de Arquitetura” do Mestrado Integrado em Arquitetura.

O galardão que nesta 12.ª edição registou 26 candidaturas pretende distinguir projetos de excelência na área da conservação, recuperação, valorização ou divulgação do Património português. O júri – composto por António Lamas (Presidente), Raquel Henriques da Silva, Santiago Macias, Gonçalo Byrne, Luís Paulo Ribeiro e Rui Vieira Nery (diretor do Programa Gulbenkian Cultura) – destacou a excelência do trabalho de conservação, restauro e enriquecimento da Igreja, fundada em 1742 por iniciativa do Patriarca D. Tomás de Almeida.

“A pluridisciplinaridade e elevadíssimo nível de qualificação da equipa [coordenada pelo padre Pereira de Almeida e pelo arquiteto João Appleton] que tem procedido aos trabalhos, potenciando saberes da engenharia, da conservação e restauro, da história da arte, do design de equipamentos e da arte contemporânea”, foi exaltada pelo leque de jurados. Outro aspeto que sustentou a escolha deste trabalho foi a metodologia de intervenção “em faseamentos sucessivos que, em 2020, se concentram na valorização do altar inicial da Igreja e na criação de novo mobiliário litúrgico”.

Na cerimónia de entrega do galardão, esta segunda-feira, 12 de outubro, o arquiteto João Appleton elencou todos os nomes que permitiram por de pé este restauro onde a modernidade e o clássico estão em diálogo. Fundamental nesta conjugação foi o papel do artista Michael Biberstein, que ofereceu o projeto de pintura do teto, mas que morreu antes deste ser corporizado. A obra acabou por se concretizar devido à reunião de vários mecenas e ao acompanhamento do artista Julião Sarmento e do curador Delfim Sardo. Uma intervenção pictórica cuja “espetacularidade e requinte estético”, foram também destacadas pelo júri.

O trabalho do arquiteto tem sido alvo de múltiplos reconhecimentos nos últimos anos, a que se juntam agora este importante galardão, criado em 2007 pela Gulbenkian para homenagear Maria Tereza e Vasco Vilalva, com um prémio monetário associado de 50 mil euros.