Campus e Comunidade

Primeiro Dia Aberto: Técnico acolhe Feira de Ciência com 50 projetos em simultâneo

Dia Aberto do Técnico atrai 1.300 visitantes numa tarde com feira de ciência, 23 visitas a laboratórios e museus, a estreia de um filme, bolo de aniversário e um concerto.

O Primeiro Dia Aberto teve lugar na data que marcou o 111º aniversário do Técnico – dia 23 de maio. Depois de não ser possível celebrar o aniversário anterior com o destaque que a ocasião merece, durante o período da pandemia, a Escola quis inovar e proporcionar novas experiências aos visitantes. Foi montada uma tenda de 1.000 m2 na Alameda do Técnico com diversas atividades a decorrer em simultâneo. Miúdos, jovens e graúdos rumaram até ao campus totalizando 1.300 visitantes.

A palestra “Explica-me como se tivesse 5 anos” fez a abertura da tarde com a professora Isabel Ribeiro, professora catedrática no Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores (DEEC) e investigadora no Instituto de Sistemas e Robótica (ISR). Pioneira na investigação em robótica móvel em Portugal, era a pessoa ideal para responder à pergunta “Como fazer um robot?”. Para obterem respostas a esta questão compareceram no Salão Nobre 164 crianças, estudantes do 1.º ciclo do Ensino Básico, entre os 5 e os 9 anos. “Eles adoraram a parte dos robots e, depois, tiveram a oportunidade de tocar, ver e experimentar”, referiu a professora Sónia Mouta, da Escola Básica São João de Deus.

Ao mesmo tempo, iniciava a Feira de Ciência na tenda montada no exterior, que esteve aberta ao público entre as 14h30 às 22 horas. A mostra contou com a participação de 50 projetos e diversas atividades promovidas por diversos departamentos de ensino, unidades de investigação, núcleos de estudantes, a Associação dos Estudantes (AEIST) e os Serviços do Técnico. Os guias do Núcleo de Apoio ao Estudante (NAPE) ajudavam a encaminhar as turmas dos mais jovens no percurso pela tenda exterior.

“Isto é muito interessante e é bom que desperte a curiosidade dos miúdos para saber como é que as coisas funcionam”, referiu a professora Zilda Mota, da Escola Básica O Leão de Arroios, que trouxe uma turma de 3.º ano ao Dia Aberto. Já a professora Anabela Paredes, do Externato Luso-Britânico, garantiu que os seus alunos “estão a gostar, a interagir e a fazer muitas perguntas”, enquanto que a professora Sandra Belmarce, da Escola Básica do Bairro de São Miguel manifestou a importância destas iniciativas, porque as crianças podem ter “contacto com experiências que habitualmente não têm na escola.”

“Nós temos algumas experiências preparadas para as crianças, nomeadamente experiências que sejam atrativas visualmente. Acho que eles estão a gostar imenso. Cria-lhes sempre aquele bichinho para conhecer, aprender mais”, refere Maria Gesteiro, coordenadora do pelouro de Ciência e Tecnologia da AEIST, enquanto uma espuma colorida se eleva e as crianças mostram a sua curiosidade e admiração. No final da demonstração, houve gomas para premiar os jovens mais resilientes, que assistiram até ao fim.

Do outro lado da tenda, David Belchior, do Departamento de Engenharia Informática (DEI), não esconde a admiração ao perceber que crianças tão jovens já começam a perguntar como é que se programa e o que é necessário para ingressar no Técnico, experiência partilhada também por Daniela Machado, do núcleo de estudantes GameDev Técnico que refere que “é bom vê-los, aos mais novinhos, já a pensarem em faculdade. Eles já não jogam só jogos. Eles já vêem como é que se fazem os jogos. Dá-nos muita esperança para o futuro do nosso país, para o futuro desta indústria”, garante.

Mas nesta Feira de Ciência houve muito mais para ver. Foi possível ter um contacto mais próximo junto de alguns protótipos de carros e motas desenvolvidos pelos alunos do Departamento Engenharia Mecânica (DEM), fazer slime (massa para modelar) com a ajuda do Mário Vale do Centro de Recursos Naturais e Ambiente (CERENA), observar a fauna e a flora de Portugal e do Brasil com a ajuda da Maria José Ferreira do Group of AI for People and Society (GAIPS), pertencente ao Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – Investigação e Desenvolvimento (INESC-ID), e tantas outras atividades prontas a descobrir. Compareceram na Feira de Ciência 420 crianças do 1.º ciclo e 700 visitantes das restantes faixas etárias e públicos.

Naquela que é a área ocupada pelas instalações do Técnico, há sempre um ou mais laboratórios e muito para ver, em grande parte dos edifícios presentes. Motivo mais do que suficiente para dar o arranque às visitas aos laboratórios e museus. As unidades de investigação assumiram as demonstrações e os departamentos as atividades nos laboratórios, que acolheram os mais curiosos em 24 visitas temáticas diferentes, desde as 17 horas até às 21 horas.

Ao final da tarde o bolo de aniversário aguardava junto à fachada do Pavilhão Central, perto das bancas de streetfood, que se mantiveram em funcionamento até ao fecho do evento. Cantaram-se os parabéns com a atuação das Tunas do Técnico (TUIST e TFIST) e o Grupo de Cantares Tradicionais. Soavam pandeiretas. Viam-se as capas dos estudantes em movimento e o espírito académico tomou conta do espaço. Os visitantes aproximaram-se e celebraram a festa de aniversário que estava longe de terminar.

PaleoMoz: Moçambique, uma história por descobrir” foi o filme que estreou no anfiteatro GA1. Com a direção de Sebastián Espinoza Crocco, o projeto de Ricardo Araújo, investigador do Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear (IPFN) dá conta da complexidade do trabalho de campo nas áreas mais remotas do país e retrata as descobertas de fósseis por parte de uma equipa de paleontólogos durante a expedição PaleoMoz 2019. A produção contou com apoio e financiamento da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e da Fundação Aga Khan (AKF).

Para encerrar, às 21h30, realizou-se um concerto com a Orquestra Ópera na Academia e na Cidade. O espetáculo contou com a presença de Jorge Moyano, ao piano, e Rómulo Assis, no violino. Foram interpretadas duas obras de Robert Schuman e Astor Piazzola, sob a direção do maestro José Ferreira Lobo. O concerto terminou pouco depois das 23 horas, não sem antes contar com uma participação da Tuna Universitária do Técnico (TUIST), acompanhada pela orquestra, num momento que agradou a todos aqueles que ocuparam grande parte das cadeiras do Salão Nobre. Para quem não teve a oportunidade de estar presente, este ano, é só aguardar pela próxima edição em 2023.

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