Campus e Comunidade

Técnico recebeu primeira sessão de ciclo sobre doutoramentos em ambiente empresarial

Evento reuniu especialistas, no Centro de Congressos do Campus Alameda, a 7 de março. É o primeiro de uma série de debates a realizar no país sobre doutoramentos em ambiente não académico.

O Técnico recebeu, no dia 7 de março, a primeira sessão de um ciclo sobre programas doutorais em ambiente empresarial, promovido pela COTEC – Associação Empresarial para a Inovação e a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). A apresentação do painel, no Centro de Congressos do Campus Alameda, ficou a cargo do Vice-Presidente do Conselho Científico e Diretor dos Programas Doutorais da Escola, professor Miguel Ayala Botto.

Depois de “há mais de 100 anos se ter criado a marca engenheiro do Técnico”, o próximo passo será “criar a marca doutorado do Técnico”, afirmou o Presidente da Escola, na abertura do debate. Rogério Colaço explicou que isto implicará uma “alteração de paradigma muito significativa” e lembrou que “sem inovação, os produtos perdem valor”.

“O grande recurso natural de Portugal é o talento” afirmou Jorge Portugal, diretor da COTEC, que alertou para “um problema de retenção” do mesmo, vincando estarmos “a competir com o resto do mundo”. “É preciso que as empresas criem valor acrescentado para pagar e reter talento”, rematou.

Sobre a abordagem a um doutoramento empresarial, o diretor de inovação da GALP, Marco Ferraz, defendeu que este “surge com uma dor da empresa resolúvel a médio prazo”. Assim, será possível aliar “componente prática e pressuposto teórico que alimentará essa praticidade”. Como vantagem, Ferraz apontou o facto de as empresas conseguirem “capitalizar sobre o conhecimento” e de este “ter um valor palpável”.

Já o professor Mário Figueiredo, docente do Técnico, advertiu que “é muito importante que o problema” colocado a um doutorando “não seja muito afunilado”. Num doutoramento, “a ideia é formar uma pessoa capaz de pensar de forma crítica, aberta, inovadora numa área”, esclareceu o também investigador do Instituto de Telecomunicaçãoes (IT). “As pessoas que fazem um doutoramento são muito mais treinadas a fazer perguntas e a encontrar problemas do que a resolvê-los”, aprofundou.

Na qualidade vice-presidente da FCT, o professor Francisco Santos garantiu que “o doutoramento em entidades não académicas não significa que a academia fique de fora” e que se continuará a “colocar a ciência primeiro”.

Com uma passagem de 25 anos pela academia e, na atualidade, a dirigir a Raiz – Forest and Paper Research Institute da The Navigator Company, Carlos Neto mostrou-se adepto do que chamou “sabáticas em ambiente empresarial” e apelou à necessidade de “recuperar o conceito de professor convidado, na sua essência”.

O início deste ciclo de sessões marca o primeiro aviso de 2023 de Bolsas para Doutoramento em ambiente não académico, cujas candidaturas decorrem até 31 de março.

Ver vídeo da sessão: