Campus e Comunidade

Tecnologia, investigação e comunidade estudantil do Técnico estão na Web Summit 2025

Robôs, satélites e projetos empreendedores marcaram presença no primeiro dia da maior conferência europeia de tecnologia.

Lola movimenta-se lentamente com os olhos digitais sob o reflexo dos ecrãs. Vestida com a camisola do Instituto Superior Técnico, cumprimenta quem se aproximava e capta a atenção dos curiosos. “A Lola é fabricada pela Booster Robotics, mas o software é totalmente desenvolvido pela nossa equipa no Técnico,” explica Inês Sousa, estudante de Engenharia Electrotécnica e de Computadores do Técnico, que tem um objetivo bem traçado para o que se segue.  “Queremos que no futuro possa realizar tarefas domésticas, especialmente em apoio a pessoas idosas ou com mobilidade reduzida”.

Estamos a 11 de novembro e o Técnico inicia a sua presença na Web Summit 2025 com stand próprio, reunindo a sua comunidade na maior conferência europeia de tecnologia e empreendedorismo, com o apoio da Fundação Santander, e refletindo o trabalho que acontece diariamente na Escola para converter ideias em soluções concretas.

Juntamente com Lola, a poucos metros, o robô Vizzy e o satélite ISTSat-1 completam o conjunto de tecnologias em exposição, mostrando diferentes áreas de investigação em curso no Técnico. Catarina Oliveira e Pedro Silva, estudantes e voluntários, guiam os participantes pelas demonstrações. “É uma oportunidade para mostrar o que fazemos e o nível de inovação que existe na nossa Escola,” afirma Pedro Silva, estudante da Licenciatura em Engenharia Física Tecnológica. Para Catarina Oliveira, mestranda em Matemática Aplicada e Computação no Técnico, a mensagem é semelhante: “Queremos que as pessoas percebam o nível de qualidade e diversidade que existe na nossa Escola. O Técnico é muito mais do que uma faculdade – é um espaço de inovação e futuro”.

Sob o mote “nós desenvolvemos o futuro” (inscrito em inglês no stand: “We Tech the Future”), a tarde avança e o movimento no pavilhão aumenta. Entre os projetos empreendedores com origem no Técnico, encontramos o FreshIST, startup fundada por Ricardo Ferreira, doutorando em Engenharia Química do Técnico. “Desenvolvemos um dispositivo que atrasa o amadurecimento das frutas, tanto à escala industrial como na distribuição,” explica. “Tudo começou com o meu trabalho de doutoramento, e foi com o apoio do Técnico – desde o desenvolvimento do protótipo até à patente – que conseguimos transformar uma ideia de investigação num projeto empresarial”.

Mais à frente, Joana Almeida, doutoranda em Bioengenharia, apresenta a Surfactinnov, startup do Técnico que transforma resíduos industriais em produtos sustentáveis. “Produzimos tensioativos biológicos – usados em detergentes e produtos de higiene – a partir de micro-organismos como leveduras e resíduos da indústria de azeite e de queijo”. Tudo isto sem esquecer o papel da Escola no desenvolvimento do projeto. “O Técnico foi determinante: desde as infraestruturas laboratoriais ao conhecimento científico, passando pelo apoio à transferência de tecnologia, que nos permitiu levar os projetos do laboratório ao mercado”, acrescenta. 

Ao longo do dia, os visitantes cruzam-se com estudantes, investigadores e empreendedores, observando os robôs em movimento, interagindo com o satélite e conhecendo soluções inovadoras que nasceram no Técnico. “O que mostramos aqui é o melhor do Técnico: ciência aplicada, criatividade e espírito empreendedor, tudo junto,” afirma Pedro Amaral, vice-presidente do Técnico para a Interface Empresarial, Inovação e Empreendedorismo. “Eventos como a Web Summit permitem dar visibilidade ao trabalho da Escola e demonstrar que Portugal tem capacidade de inovar no mais alto nível”.

O dia termina no Pavilhão de Portugal, com a iniciativa UniVerse – Academia Empreendedora, promovida pela Universidade de Lisboa, onde Vicente Garção, cofundador da Lampsy Health e empresa integrante da rede spin-off do Técnico, vence o prémio de melhor pitch. “É um prémio muito importante, em grande parte, por sermos a única startup a representar tanto a Universidade de Lisboa como o Técnico”, afirma. “Um ano de startup, mas quatro anos no Técnico, aos quais agradeço toda a formação”, acrescentou, apontando para as meias do Técnico que traz calçadas como amuleto de sorte. O dispositivo, concebido para utilização doméstica, combina sensores e algoritmos de inteligência artificial num candeeiro, possibilitando a identificação automática de crises epilépticas e o envio imediato de notificações a cuidadores ou contactos de emergência.

Reportagem do 2.º dia de Web Summit: “O Técnico não saiu de mim” – Núcleos de estudantes e rede alumni reforçam o espírito de comunidade na Web Summit 2025

Reportagem do 3.º dia de Web Summit: O “entusiasmo” como receita e a “forma de pensar” como ferramenta: Técnico encerra participação na Web Summit 2025

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