Campus e Comunidade

Umara vence a entusiasmante corrida de inovação dos E. Awards@ Técnico

A ideia dos alunos de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores destacou-se das restantes oito ideias inovadoras que foram apresentadas e muito bem fundamentadas perante o leque de jurados no Pitch Final.

Criatividade, ideias com visão que aplicam inúmeros conhecimentos, sentido de inovação, bons argumentos de mercado, algum nervosismo e uma certa curiosidade para com a “concorrência” caracterizavam o “ecossistema” do Pitch Final dos E. Awards@Técnico, esta quarta-feira,19 de dezembro. Os nove grupos selecionados para marcar presença na cerimónia tinham a fasquia elevada, mas superaram mesmo as expetativas, demonstrando bem como a unidade curricular de empreendedorismo ajuda a explorar e transpor a excelência técnica em ideias com valor.

Entre um e outro pitch – conduzidos pelos porta-vozes dos grupos-, as diferenças eram notórias, e estas não passavam apenas pelo à vontade de uns que ofuscava a timidez de outros, centrava-se sobretudo na diversidade de ideias e na heterogeneidade dos focos que as equipas optavam por dar. De um sistema que facilita que torna mais fácil e ecológica a confeção das refeições dos piqueniques, rapidamente passávamos a conhecer uma plataforma para facilitar e promover o convívio entre os estudantes dos campus universitários, ou percebíamos a viabilidade de mercado de uma aplicação que oferece um plano de nutrição personalizado. Os 3 minutos pré-estalecidos para a duração das apresentações -que davam acesso direto ao prémio final-, exigiam uma transmissão de ideias rápida e eficaz, onde além da perceção do produto/ serviço ficasse bem patente o seu valor de mercado.

Do outro lado, o leque de jurados composto por Rui Pedro Silva (co-fundador da C2C), José de Sousa (parceiro da Armilar Venture Partners), Pedro Carvalho (co-fundador da Novabase) e Marcos Ribeiro (diretor-coordenador do Santander Universidades) ouvia atentamente, tirando as notas que minutos depois se transformariam em dúvidas ou até sugestões de melhoria dos projetos. Não falhava, porém, no comentário final uma felicitação e uma palavra de entusiasmo para a ideia e a vontade de empreender.

Depois das nove apresentações e de algum tempo de suspense, foi altura de conhecer os vencedores, mas não sem antes ouvir algumas palavras dos jurados: “Encorajo-vos a seguir os vossos projetos e espero que sejam bem-sucedidos”, transmitia Rui Pedro Silva. “Acreditem em vocês próprios, tentem ser os melhores naquilo que escolherem fazer, e optem sempre por fazer a diferença”, destaca, por sua vez, Pedro Carvalho. Com as duas menções honrosas foram distinguidos os projetos E-Mitra e Junt@, ambos – ainda que de forma distinta – relacionados com a inovação social, dispondo-se o primeiro a usar a tecnologia em prol da iliteracia e o segundo a combater o isolamento promovendo o contacto entre interessados nos mesmos eventos sociais.

O mistério em torno do vencedor foi quebrado por Marcos Ribeiro que entregava o chegue de 2000 euros ao projeto Umara – uma solução que pretende através da recolha de dados combater os problemas dos corredores. Cientes da importância crescente da análise de dados e dos eventos de corridas, e até algo surpreendidos com a ausência no mercado de umas sapatilhas inteligentes, a equipa criou uma solução barata que vai explicar ao corredor os erros que está a cometer e que poderão prejudicar a sua condição física. “Como gostamos muito de correr e por vezes acontecem-nos alguns acidentes, nomeadamente lesões, pegamos nesse problema que pensamos que mais pessoas devem ter e tentamos perceber como podíamos resolvê-lo”, declarava André Ferreira, porta-voz do grupo.“Penso que o nosso segredo para vencer foi trabalhar bem em equipa, fazer uma boa distribuição de tarefas, muita pesquisa, e saímos um pouco da nossa zona de conforto”, explicava de seguida.  O grupo apresentou-te a competição com um protótipo que cativou desde logo a atenção do júri, ainda assim e “perante a concorrência de peso”, a equipa de alunos do Mestrado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores tinha algum receio da decisão final. “Ainda estamos a tentar perceber se ganhamos mesmo”, brinca o porta-voz da equipa vencedora, que afirma, para já ser difícil delinear o futuro desta ideia. “Ainda estamos a acabar o curso, mas é uma ideia que pode ser muito viável no mercado. Temos, aliás, empresas que teriam interesse em investir”, partilha. Para já a equipa ganhou a corrida do empreendedorismo promovida pelo Técnico, ultrapassando ideias geniais e que no geral com certeza ainda darão muito que falar.