Ciência e Tecnologia

Investigadores do Técnico lideram projeto europeu para melhorar a qualidade do ar em instituições de património cultural

Projeto SIMIACCI pretende reduzir o consumo energético necessário para garantir a preservação de museus, bibliotecas, galerias e arquivos.

Dois centros de investigação associados ao Instituto Superior Técnico coordenam o projeto europeu Sustainable Intelligent Management of Indoor Air Quality for the Culture and Creative Industries (SIMIACCI). O Centro de Recursos Naturais e Ambiente (CERENA) e o Centro de Estudos de Gestão do Instituto Superior Técnico (CEGIST) lideram esta iniciativa que, desde janeiro de 2025, procura desenvolver uma nova linha de purificadores de ar, com o objetivo de revolucionar a gestão da qualidade do ar interior em instituições de património cultural. Para apoiar a transição para práticas mais sustentáveis, uma exigência crescente em todos os setores da economia da União Europeia, o consórcio recebeu um financiamento de 4 milhões de euros.

Tradicionalmente, museus, bibliotecas, galerias e arquivos exigem um consumo significativo de energia para controlar compostos voláteis e níveis de humidade, que podem ser prejudiciais para os artefactos e as obras de arte que possuem. O projeto SIMIACCI visa criar um protótipo que monitorize e controle a qualidade do ar nestes espaços, reduzindo assim o consumo de energia destas instituições. 

Os cientistas do CERENA irão modelar a distribuição de poluentes no ar e estudar materiais inovadores para filtros de ar que capturem poluentes prejudiciais aos artefactos. O papel do CEGIST será avaliar o impacto ambiental do novo produto, garantindo que este cumpre o seu objetivo de ajudar as instituições parceiras a alcançar as suas estratégias climáticas.

Moisés Pinto, professor do Técnico e investigador do CERENA, coordena o projeto e não esconde o orgulho no compromisso da equipa em construir soluções práticas para a ação climática e a preservação do património cultural. “Estamos confiantes de que o SIMIACCI irá criar algo útil não só para os museus, mas também para a sustentabilidade e eficiência de outros edifícios por toda a Europa”, afirma.

Por ocasião do lançamento deste projeto, cerca de 30 parceiros do projeto oriundos da Dinamarca, França, República Checa, Alemanha, Itália e Bélgica deslocaram-se a Lisboa para visitar os arquivos e instalações do Museu Nacional dos Coches. Durante a estadia, tiveram a oportunidade de testemunhar o potencial impacto do SIMIACCI neste tipo de espaços e os problemas que o projeto visa resolver.