Ciência e Tecnologia

Uma viagem à futura revolução da mobilidade urbana

Veículos autónomos, veículos elétricos, carros movidos a hidrogénio, veículos partilhados e conectados em rede. Estes serão os protagonistas do futuro da mobilidade urbana. Cenários e tendências que foram debatidos durante dois dias na conferência “Academia meets auto-industry” organizada pelo Instituto Superior Técnico, em parceria com a MOBINOV, que reúne o cluster da indústria automóvel. “É a primeira vez que se juntam todos os parceiros da cadeia de valor”, afirma António Luís Moreira, presidente do IN+, um dos organizadores do encontro. A iniciativa, uma ponte entre a academia e a indústria, deverá repetir-se no próximo ano, mas desta vez com a presença de convidados internacionais.

“A dinâmica na mobilidade é tão grande que tudo pode mudar daqui a dois anos”, acrescente o professor do Técnico. “Daqui a vinte anos, os carros vão ter peças que hoje não imaginamos”, sublinha. E Portugal poderá desenvolver um projeto do veículo do futuro tendo uma palavra a dizer na mobilidade do futuro. Esta foi uma das hipóteses avançadas na conferência que decorreu nos dias 16 e 17 de maio no Salão Nobre do Instituto Superior Técnico e que contou com mais de 200 participantes.

Porque o sector automóvel ganha cada vez mais importância na economia portuguesa. “Em final de 2018, o Cluster da Indústria Automóvel contava com aproximadamente 1.000 empresas, maioritariamente PME’s. Estas empresas, são responsáveis por 7,1% do PIB nacional e mais de 75.000 postos de trabalho. Nos últimos anos o Cluster Automóvel foi responsável por 27% dos empregos gerados. Estas empresas investem de forma persistente e representam mais de 20% das exportações de bens transacionáveis, com um crescimento de 16% nos últimos 5 anos. De referir, que 98% do volume de negócios do Cluster tem como destino a exportação!”, afirmou Jorge Rosa, presidente da MOBINOV.

Já para o Secretário de Estado da Economia, João Correia Neves, esta conferência “é um bom exemplo da capacidade de diálogo e de construção de redes entre a universidade, as empresas, os centros de interface, os clusters que são decisivos para estruturar as respostas que são necessárias para o futuro”.

Também do lado da Universidade, Luís Oliveira e Silva, presidente do Conselho Científico do Instituto Superior Técnico afirmou que “quer reforçar essa relação de ligação à indústria que tem um papel fundamental”.