Ciência e Tecnologia

A origem de uma das maiores questões da ciência da computação explicada por Jack Edmonds

O convidado de mais uma IST Distinguished Lecture foi desta feita o conceituado cientista computacional americano, conhecido por ser um dos criadores da otimização combinatória.

O Anfiteatro FA3 revelou-se pequeno para a dimensão do conhecimento e prestígio do orador convidado esta quarta-feira, 20 de fevereiro, para mais uma IST Distinguished Lecture. A audiência pautada pela diversidade – não só de idades, mas também das áreas de conhecimento de que derivavam os espetadores -, aguardava ansiosamente por poder absorver um pouco do conhecimento de um dos criadores dos campos de otimização combinatória, e vencedor do prestigiado prémio John von Neumann, o professor Jack Edmonds.

A origem dos problemas “NP e P” era a temática da palestra, e se para os mais leigos poderia parecer pouco, bastaram alguns minutos para perceber que muito trabalho e conhecimento estavam por detrás da explicação oferecida pelo professor Jack Edmonds. Para o cientista computacional este problema teve origem no “teorema do casamento”. E foi esse mesmo teorema o foco de grande parte da palestra, cujas aplicações o orador conseguiu explicar certeiramente recorrendo sempre às suas notas, para não se desviar do foco de interesse da audiência.

À medida que ia apontando a existência algoritmos eficientes para “problemas fáceis” para demonstrar a sua teoria, o orador condimentava o exercício – que a audiência tentava acompanhar- com algumas observações muito próprias. “As provas que os entusiastas de matemática adoram geralmente transmitem uma impressão de que não existe uma maneira fácil de realmente obter o que o teorema diz existir”, soltava a determinada altura. A propósito ainda de “NP ser diferente de P”, e sobre o facto de não haver uma prova matemática válida acerca do mesmo declarava: “para muitas proposições matematicamente verdadeiras, não existe nenhuma prova matemática. Ter tal prova realmente não importa. É tão verdadeiro quanto é geralmente aceite”. E foi com esta espontaneidade muito bem combinada com todo o saber que detêm que o orador agarrou permanentemente a audiência.