Campus e Comunidade

8.ª edição do programa Lab2Market premeia projeto de investigadores do Técnico contra desperdício alimentar

Para além dos vencedores, outras quatro equipas também receberam formação e acompanhamento por parte de consultoras no âmbito deste programa.

Beneficiando de três meses de formação e apoio de consultoria no seio do programa Lab2Market, as cinco equipas finalistas da 8.ª edição desta iniciativa de aceleração da inovação subiram ao palco do Centro de Congressos do campus Alameda Instituto Superior Técnico, no dia 5 de junho, para apresentar os resultados do seu trabalho. Após uma avaliação do júri, a equipa FreshIST sagrou-se vencedora da 2.ª edição do Prémio António Brandão Vasconcelos. O seu projeto envolve um método de filtração de etileno, com vista a prevenir o amadurecimento precoce de frutas e legumes durante o seu transporte e armazenamento, combatendo o desperdício alimentar. A equipa é constituída por Lívia Dias, Laura Esteves e Ricardo Ferreira, investigadores do Técnico a desenvolver projetos no Centro de Química Estrutural (CQE).

Nas declarações com que deu início à cerimónia, Rogério Colaço, presidente do Técnico, agradeceu à NTT Data e à i-Deals, “dois parceiros de longa data”, e defendeu que o programa “visa adicionar valor às ideias que surgem no laboratório, no seio da atividade académica ou em conversas entre alunos do Técnico”. Referiu Eduardo, um aluno de 12.º ano que conhecera minutos antes do evento e que agora assistia na audiência, e invocou o Lab2Market como um atrativo para ingressar no Técnico, tratando-se de uma das muitas atividades que a Escola oferece aos seus estudantes para encorajá-los a desenvolver os projetos do seu interesse a par da sua vida académica. Relembrou ainda o lançamento do IST-SAT 1, o primeiro nanosatélite no formato CubeSat totalmente desenvolvido em Portugal (e feito por estudantes do Técnico), agendado para 9 de julho.

O Prémio António Brandão Vasconcelos deve o seu nome ao criador do evento, alumnus do Técnico e fundador da NTT Data, empresa que, em colaboração com a i-Deals, ofereceu a formação de consultoria aos finalistas da edição deste ano do Lab2Market. Lívia Dias, investigadora do CQE e membro da equipa vencedora, agradeceu aos mentores do programa e professores que os ajudaram em todo o processo do projeto. “Este prémio não é para nós, é para toda a equipa”, sublinhou por cima do aplauso da plateia.

Tiago Barroso, CEO da NTT Data, recordou os tempos em que estudou no Técnico com “orgulho e entusiasmo”. Parabenizou os membros das equipas e elogiou a sua coragem para seguirem a via da investigação científica. Na qualidade de vice-reitora da Universidade de Lisboa, Cecília Rodrigues acompanhou estes elogios aos participantes do programa e estendeu-os ao Técnico, instituição que “quer sempre mais e melhor”, sendo iniciativas como o Lab2Market, na sua opinião, o caminho para alcançar esse objetivo.

 

Equipas e projetos finalistas do programa

  • Sympathia Sense

Afonso Ferreira e Patrícia Bota – Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores para os Microsistemas e Nanotecnologias (INESC MN) e Instituto de Telecomunicações (IT);

Meia equipada com sensor para rastrear os níveis de stress do utilizador de forma discreta e precisa. Enfatizaram a necessidade da discrição neste tipo de equipamentos, de forma a evitar a estigmatização das pessoas que sofrem com problemas de saúde mental, como a ansiedade e a depressão. Como prova desta discrição, Afonso revelou apenas no final do seu pitch que esteve a usar o dispositivo o tempo todo, sem que o público reparasse. Inclui também uma aplicação associada e ponderam produzir outros formatos, como um que pode ser usado como smartwatch.

 

  • StrataFox

Luís Rosado, Pedro Faria e André Barrancos;

Método de controlo de qualidade em tempo real na impressão 3D de partes metálicas através da adição de pó. Este mecanismo permite correções ou o descarte de peças defeituosas no início do processo, agilizando a sua produção rigorosa.

 

  • FreshIST

Lívia Dias, Laura Esteves, Ricardo Ferreira – Centro de Química Estrutural (CQE);

Dispositivo que procura mitigar o desperdício alimentar resultante da cadeia de produção, em particular o provocado pelo etileno (hormona vegetal que promove o amadurecimento) durante o transporte e armazenamento de frutas e legumes. O equipamento filtra o etileno presente na atmosfera, sem contacto direto com estas mercadorias, retardando o seu processo de amadurecimento.

 

  • LampsY

Vicente Garção, Hugo Plácido da Silva, Mariana Abreu, Joana Pinto – Instituto de Telecomunicações (IT);

Candeeiro capaz de detetar crises epilépticas e enviar alarmes a cuidadores, garantindo que estes respondem atempadamente a situações de emergência. Utiliza inteligência artificial para analisar os dados recolhidos, sem necessidade de captar imagens, preservando a privacidade do(s) ocupante(s) da zona em que estiver a operar. Foi testado em ambiente hospitalar, obtendo uma precisão de mais de 99%.

 

  • Valuebug

Ana Paula Ribeiro e Luísa Margarida Martins – Centro de Química Estrutural (CQE);

Técnica de produção de quitosano, um polímero biodegradável não-tóxico com propriedades antimicrobianas, a partir de biomassa descartada por insetos. Desta forma, evita-se a sazonalidade associada à extração de quitosano a partir de marisco e obtém-se maior rendimento do que o verificado na extração a partir de cogumelos, outra fonte comummente utilizada.

O júri do programa incluiu Pedro Fonseca, da NTT Data, Teresa Fiúza, da Portugal Ventures, e Luís Caldas de Oliveira, presidente do iSTartLab do Técnico.