O Anfiteatro Abreu Faro do Complexo Interdisciplinar do Técnico acolheu nos últimos dois dias ,26 e 27 de fevereiro, a VII Conferência de Engenharia Naval. Durante os dois dias, e através de múltiplas atividades, os participantes foram desafiados a aproximarem-se do mercado de trabalho através dos testemunhos de vários profissionais que conduziram as palestras, das atividades de formação ou dos vários momentos de networking.
“O nosso objetivo principal é trazer um bocadinho da indústria naval junto dos nossos colegas”, começa por assinalar Carolina Mangas, vice-presidente do Núcleo de Alunos de Engenharia Naval(NAEN) que promove a conferência. “Acho que o que nos distingue, é esta capacidade de trazermos antigos alunos a participar nas nossas jornadas a através deles conseguirmos mostrar a diversidade de percursos e que mesmo que não trabalhando diretamente na Engenharia Naval, estes antigos alunos são capazes de mostrar a importância que as bases do Técnico tiveram nos seus percursos”, vinca,ainda, a vice-presidente do núcleo de alunos.
As afirmações de Carolina Mangas puderam ser comprovadas no painel alumni que encerrou o primeiro dia do evento. Reunir antigos alunos do Técnico é sempre um convite para abrir o livro de memórias, cheio de experiências e lições, e inspirar. Os protagonistas do mesmo, João Silva (Royal Huisman), João Pedro Beja (Technip FMC), Tiago Santos (Instituto Superior Técnico) e Carlos Silva (West Sea) têm em comum a passagem pelo curso de Engenharia Naval, as boas recordações do curso e a certeza de que a escola os preparou da melhor forma. Seguiram percursos distintos, mas sempre na medida do que ambicionavam, valendo-se de tudo o que aprenderam.
Depois de partilharem um pouco do percurso profissional que trilharam até ao momento e das escolhas que os levaram até ao mesmo, os antigos alunos aceitaram o desafio da moderadora do debate, a vice-presidente do NAEN, Carolina Mangas, e foram respondendo às várias questões colocadas. As perguntas ou a história que ladeava as respostas acabaram por trazer à conversa temas como a escolha do curso de Engenharia Naval, as valências que são mais valorizadas pelas empresas, o benefício associado a uma experiência internacional ou a bagagem que as atividades curriculares adicionam a um percurso académico. “O Técnico dá-nos esta capacidade de nos desenrascarmos sozinhos, de arranjar soluções, de pensar fora da caixa, de resolver problemas de forma muito rápida e eficaz”, vincou Carlos Silva quando questionado sobre a passagem pela escola. Ainda que esta formação seja muito importante, João Beja fez questão de salientar a importância de outras valências: “é muito importante saber comunicar, ser proativo, mas a coisa mais importante num engenheiro é não ter medo de errar. Assumir isso só nos permite crescer”. Na construção destas competências, o professor Tiago Santos não tem dúvidas da importância dessas jornadas e fez questão de o deixar bem patente, sublinhando que “estas atividades extracurriculares são muito importantes e é algo que devem prosseguir, onde devem investir o vosso tempo”. “São estas coisas em que vocês se envolvem enquanto estudam que serão elementos diferenciados quando forem à procura de trabalho”, complementava o docente. Por sua vez, João Silva, usou a sua experiência como exemplo para deixar um importante conselho: “Não há impossíveis, há coisas difíceis. Depende da energia que colocam nas coisas, depende do esforço que estão dispostos a fazer, do que estão predispostos a abdicar. Mas não é impossível construirem a carreira que idealizam”.
Inspirando-se no sucesso que a iniciativa teve no ano passado, a organização decidiu repetir as NAEN TABLES no segundo dia do evento, cujo objetivo passa por proporcionar uma conversa entre representantes de empresas da área e um grupo de alunos. O segundo dia contemplou também um workshop de Comunicação Empresarial dado pela Spark Agency.
A iniciativa encerra com um debate inovador sobre o futuro dos portos. “Na minha perspetiva vai ser muito interessante porque contamos com oradores de peso e, porque é um tema muito importante na nossa área”, adianta Carolina Mangas.
Em jeito de balanço, mais do que os números, a vice-presidente do NAEN frisa que um dos elementos diferenciadores desta conferência é a “a capacidade de impactar”. “Gosto de pensar que estamos a prosseguir um trabalho que começou há uns anos e que outros alunos vão perseguir. E gosto de acreditar que conseguimos ajudar os nossos colegas, inspirar escolhas”, declara Carolina Mangas.