De alto a baixo em ambas as torres do campus Alameda do Instituto Superior Técnico, grupos de estudantes do ensino secundário visitaram alguns dos laboratórios que abordam áreas como as ciências biológicas, a bioengenharia e a biomecânica entre 28 de abril e 2 de maio. A iniciativa ‘Laboratórios Abertos do DBE’ trouxe ao Técnico centenas de jovens para um contacto com diversas experiências interativas e palestras sobre biotecnologia marinha, leveduras patogénicas, imagiologia médica e outros temas.
O evento envolveu o Departamento de Bioengenharia (DBE) e os núcleos de Engenharia Biológica (NEBIST) e de Engenharia Biomédica (NEBM) do Técnico. Fábio Fernandes, professor do Técnico envolvido na organização da iniciativa, explica que “a ideia dos ‘Laboratórios Abertos’ é aumentar a visibilidade do DBE perante o público jovem e, no fundo, dar a conhecer os cursos de licenciatura que este departamento tem” – as Licenciaturas em Engenharia Biológica, em Engenharia Biomédica e em Engenharia do Ambiente.
Alexandre está no sexto piso da Torre Sul e acabou de recolher uma amostra na sua própria pele. A experiência passa por identificar as espécies de bactérias comensais (ou seja, não prejudiciais à saúde humana) que nela habitam, com os estudantes do Técnico a enviar os resultados posteriormente por e-mail para os estudantes de secundário que se voluntariaram para dar amostras. Curioso para saber o resultado, o aluno do 11.º ano oriundo de Lisboa já esteve em atividades experimentais do Técnico anteriormente, tendo participado num evento ligado à engenharia de materiais no ano passado, onde viu uma borracha estilhaçar-se como se fosse feita de vidro depois de ter sido mergulhada em azoto líquido.
Depois de ter assistido a uma palestra sobre o potencial médico de células estaminais, Matilde aguarda agora a vez para entrar num dos laboratórios do Instituto de Telecomunicações (IT), centro de investigação associado ao Técnico que também esteve envolvido nos ‘Laboratórios Abertos do DBE’. “Gosto muito de biologia e química e gostaria de trabalhar nisso no futuro”, partilha a aluna lisboeta do 11.º ano, para quem este tipo de iniciativa é “enriquecedor”. “Para além de fazermos atividades lúdicas, normalmente fazemos um apanhado das matérias que vamos abordar e, muitas vezes, isso reforça aquilo que já demos nas aulas”, acrescenta.
No quarto piso da Torre Norte, Mónica Ribeiro analisa o seu ritmo cardíaco colocando o indicador em cima de uma ‘lâmpada’ LED acesa. Nesta atividade, os estudantes que esta professora do Barreiro acompanha puderam programar um circuito em Arduíno capaz de detetar a atividade cardíaca através da pulsação no dedo. “Gosto imenso desta dinâmica e desta abordagem”, partilha a docente, que leciona Biologia de 12.º ano numa escola do Barreiro. “É sempre importante trazer todos os alunos aqui para terem uma perspetiva alargada; têm a oportunidade de experimentar uma série de atividades que fazem parte do programa da disciplina de Biologia, sendo que, nas escolas, ainda não temos a capacidade de fazer esses trabalhos práticos”.