A música de Seu Jorge ecoa pelos corredores do Pavilhão de Mecânica II. Duas das salas deste edifício do campus Alameda do Instituto Superior Técnico estão recheadas de estudantes do 3.º ciclo de escolaridade, em grande parte responsáveis por toda a comoção que aqui se vive. A ajudar ao entusiasmo destes participantes, o desafio em que estão imersos de momento convida-os a pintar os seus próprios padrões de cores em carenagens – a estrutura externa responsável pela aerodinâmica de veículos como motas, ou não fosse esta a atividade afeta à TLMoto.
Entre 7 e 11 de julho, este e outros nove Núcleos de Estudantes da Escola receberam duas centenas de estudantes do 3.º ciclo (depois de, na semana anterior, terem acolhido jovens do Secundário), no seio das atividades do Verão na Universidade de Lisboa (ULisboa).
Desta vez, a novidade na agenda foi a participação da Tuna Feminina do Instituto Superior Técnico (TFIST), que convidou os participantes a tocar vários instrumentos durante a sua atividade e, no final da semana, organizou-os numa atuação para os seus encarregados de educação, com letra composta integralmente pelos mais novos.
Durante um jogo que levou o seu grupo a percorrer o campus Alameda orientado por pistas crípticas, Afonso partilhou que, mesmo estando prestes a começar a via de Economia no 10.º ano de escolaridade, faz questão de frequentar a disciplina de Físico-Química. Talvez seja por esse motivo que o aluno gostou tanto da atividade de Engenharia Civil do dia anterior (coordenada pelo Fórum Civil), onde foi desafiado a construir uma torre de esparguete, ou não fosse esta, na sua opinião “a melhor faculdade de engenharia do país”, a julgar pelas impressões que diz ter reunido junto de familiares e amigos que já frequentaram o Técnico.
Luísa elegeu a mesma atividade como sua favorita. Interrompendo a construção de uma garra hidráulica – atividade a cargo do Fórum Mecânica –, a aluna do sétimo ano assume que está “a adorar” a programação da semana. Estando o Verão na ULisboa ligado a instituições do ensino superior, assumiu-se inicialmente receosa de ter de passar a semana a estudar, mas essa preocupação rapidamente se desfez. “Dentro de cada área que nos apresentaram, mostraram-nos os vários projetos a que se dedicam ao longo do ano”, algo “super fixe” no seu entender. Para o futuro, Luísa vê a engenharia como uma possibilidade, dado o seu gosto por química, física e, em particular, pela matemática.
No campus Oeiras, a segunda semana do Verão na ULisboa também tem histórias para contar. Ao longo desses cinco dias, os participantes construíram robôs programados para seguir trajetos em labirintos, montaram circuitos eletrónicos com Arduinos, desenvolveram jogos digitais e criaram filtros em realidade aumentada semelhantes aos utilizados em redes sociais.
A atividade de robótica, promovida pelo IEEE-IST (ramo do Institute for Electrical and Electronics Engineers no Técnico), voltou a ser uma das favoritas. Carolina, uma das participantes, recorda com entusiasmo a experiência de montar um robô, a que a sua equipa deu o nome de “Roberto”. Apesar dos desafios, considera que foi uma das atividades mais divertidas – “gostei muito da robótica e de montar o robôl. Ele nunca conseguiu fazer o percurso, mas foi giro”, partilha a aluna. “Mesmo tendo de acordar às 8 horas da manhã, fazia isto durante um mês”, acrescentou entre risos.
