Ciência e Tecnologia

Investigação do Técnico mais uma vez em foco na Physical Review Letters

Uma equipa de cientistas do IPFN demonstrou que o axião pode ser observado no interior de um plasma fortemente magnetizado.

Uma equipa de cientistas do Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear (IPFN) viu o seu artigo ser recentemente publicado na Physical Review Letters. O artigo,  que mereceu destaque na conceituada publicação da área, demonstra que o axião – uma partícula elementar ainda hipotética – pode ser observado no interior de um plasma fortemente magnetizado. “Se de facto existir, esta partícula resolveria um dos mais importantes problemas em física moderna: o problema da violação da simetria de carga-paridade”, explica o professor Hugo Terças, um dos investigadores envolvidos nesta descoberta. “De uma forma simples, esta simetria diz respeito à invariância das leis da física para conjugação de carga (partícula e anti-partícula) e inversão no tempo (viajar do futuro para o passado, por exemplo)”, acrescenta o investigador do IPFN. Para além disto, por interagirem fracamente com a matéria que nos rodeia, os axiões são excelentes candidatos para a explicação da matéria escura, o mais abundante constituinte do universo.

Uma das principais conclusões que advêm deste trabalho é que os plasmas podem ser usados no teste de questões fundamentais em física. “De forma não menos importante, o esquema de deteção de axiões proposto no nosso trabalho apresenta-se como uma alternativa às atuais experiências”, explica o professor Hugo Terças. “A possibilidade de vir a fazer-se o mesmo num laboratório de plasmas é francamente excitante”, revela ainda.

O trabalho de investigação do Técnico tem nos últimos tempos sido presença assídua na Physical Review Letters, um facto que para o professor Hugo Terças reflete “que estamos ao nível do que de melhor se faz lá fora em matéria de investigação”. Para o investigador do IPFN, esta publicação vem também mostrar que não é apenas a investigação que resulta de grandes investimentos/ colaborações que ganha destaque, ficando bem claro que “ainda há espaço para ciência fundamental, criativa e de custo reduzido”, ressalva.