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Exposição “Interferências no Tejo”

Sala de Som, Centro de Arte Moderna Gulbenkian

De 22 de fevereiro a 19 de maio, das 10h – 18h / sáb, 10h – 21h (encerra à Terça), na Sala de Som, Centro de Arte Moderna Gulbenkian

Data: De 22 de fevereiro a 19 de maio
Hora: 10h – 18h / sáb, 10h – 21h (encerra à Terça)
Local: Sala de Som, Centro de Arte Moderna Gulbenkian
Mais informações: Site Oficial

“Interferências no Tejo” é uma instalação desenvolvida por Francisca Rocha Gonçalves durante uma residência artística promovida pela Fundação Calouste Gulbenkian, o Município de Oeiras e o Instituto de Tecnologias Interativas (ITI), unidade de investigação do Instituto Superior Técnico, no âmbito do projeto/consórcio Bauhaus of the Seas Sails.

Entrada gratuita (mediante levantamento de bilhete no próprio dia).

«A instalação apresenta gravações de hidrofones recolhidas pela artista em colaboração com cientistas do Fish Bioacoustics Lab, em várias expedições, para «ouvir profundamente» a vida subaquática. A obra tece uma paisagem sonora complexa de frequências biológicas, geológicas e antropogénicas, revelando os ritmos naturais dos ecossistemas aquáticos e os efeitos perturbadores da atividade humana.

A instalação é acentuada pela presença de sons de baixa frequência, que percorrem longas distâncias, e são escutados e sentidos ao nível corporal, tornando-nos conscientes do ambiente acústico do Tejo. Estes sons incluem as ondas, o deslizar dos seixos, o movimento da areia, os estalidos dos camarões e a vocalização dos peixes. Estamos igualmente expostos às interações entre machos reprodutores que chamam dos ninhos – como o xarroco – e ao comportamento em coro de espécies, como a corvina e a invasora corvinata. Em contraste com estes sons naturais, há momentos de intensa poluição sonora, como os sons estridentes e as vibrações da passagem de navios, que ressoam a quilómetros de profundidade.

A artista procura alertar para as espécies aquáticas que dependem do som para comunicar, caçar e navegar, expondo simultaneamente o impacto nocivo do ruído causado pelo ser humano na vida marinha. Se os níveis de ruído subaquático podem servir como um indicador da saúde dos ecossistemas, por que razão a poluição sonora é tão frequentemente ignorada nos debates sobre ambiente e sustentabilidade?»