Ciência e Tecnologia

A aliança dos humanos e das máquinas na salvaguarda da cibersegurança

O professor David Brumley veio ao Técnico partilhar a sua perspetiva sobre a necessidade de cruzar o potencial humano e o da máquina em prol da cibersegurança.

O especialista em cibersegurança, o professor David Brumley, docente da Carnegie Mellon University (CMU) e CEO da empresa ForAllSecure, veio esta quarta-feira, 10 de outubro, ao Técnico cativar, com os seus conhecimentos, as dezenas de alunos e professores que fizeram questão de marcar presença na palestra “The future of cyber-autonomy”, realizada no âmbito do programa American Corner – Técnico. Com uma postura muito informal e divertida, o orador começou por explicar a importância dos hackers para as empresas “uma vez que ajudam a perceber se os softwares que usam são seguros ou não”, permitindo-lhes “fazer atualizações que corrijam os bugs exploráveis presentes na maioria das tecnologias que usamos no nosso dia-a-dia”.

Com a criação de novos softwares e aplicações a uma velocidade estonteante torna-se difícil os humanos conseguirem testar todos os softwares e por isso o professor da CMU desvendou a solução: ensinar os computadores a hackear. E foi no decorrer deste tópico que o orador apresentou o Mayhem – um sistema cibernético totalmente autónomo criado pela ForAllSecure que deteta vulnerabilidades e que tem vindo a dar que falar no mundo da cibersegurança.

Assinalando as diferenças entre os humanos e as máquinas, destacou que os primeiros detêm “uma maior capacidade de abstração”, “são naturalmente mais intuitivos” e “irrefutavelmente mais criativos”; e as segundas são “superiores na precisão com que analisam os problemas”, capazes de persistir na busca de soluções e com uma maior escalabilidade. Consciente da necessidade de potenciar e aproximar estas duas dimensões em prol de softwares mais seguros, o CEO da ForAllSecure terminou a sua apresentação com duas ideias bem delineadas: “o esforço humano não atingirá sozinho a dimensão desejada e podemos ensinar os computadores a hackear, retirando imensos benefícios disso”.

Por fim, o professor da CMU disponibilizou-se para responder às dúvidas, e foram muitos os que quiseram aproveitar a oportunidade de o questionar sobre os mais variados detalhes do trabalho que desenvolve. A pertinência da temática, o conhecimento do orador,  a curiosidade e interesse gerados nos ouvintes construíram o ambiente ideal, celebrando-se assim da melhor forma no Técnico o mês Europeu da Cibersegurança.