A vinda ao Técnico do professor Alan Oppenheim, docente do Massachusetts Institute of Technology (MIT), foi motivada pela homenagem ao seu aluno de doutoramento, professor José Tribolet. Ainda assim o conceituado docente aceitou partilhar o conhecimento e experiência que o caraterizam numa “IST Distinguished Lecture”. A surpresa impediu uma divulgação devidamente antecipada da palestra com o tema “How I think about Research”, mas o nome do orador é chamativo e sonante por si só como se pode constatar pelas dezenas de alunos, investigadores e docentes que marcaram presença no evento.
“Para mim a investigação é a exploração disciplinada e estruturada que permite expandir o conhecimento”, afirmava, logo no início, o docente do MIT. A desconstrução dos temas que faz em conjunto com os seus alunos, os desafios que esteja agregado a cada trabalho, a diversão que no seu entender deve sempre acompanhar a procura de soluções, e acima de tudo a capacidade expansão de conhecimento que para professor Alan Oppenheim deve guiar todo o processo foram alguns dos pontos centrais da palestra. “A minha abordagem enquanto orientador de teses de doutoramento sempre foi tentar proporcionar aos alunos uma experiência similar a uma aventura intelectual com uma rede de segurança por baixo, ensinando-os a explorar o conhecimento de forma estruturada”, declarava o orador. Ao longo da palestra ia ilustrando este seu estilo de orientação com alguns exemplos e um humor arrojado à mistura.
Um dos momentos mais divertidos da palestra, carregado de simbolismo e com muitas mensagens incutidas, foi um rasgo de magia protagonizado pelo próprio professor Alan Oppenheim. Recorrendo a um baralho de cartas, e numa analogia com a investigação o orador explicava como é que ajudava os seus alunos a encontrar o foco de uma tese. Ao rasgar uma das cartas de um baralho, o docente demonstrava como se pode desconstruir um determinado tema, arranjar um foco e explorá-lo sem fugir ao próprio propósito inicial.
Para encerrar a palestra da melhor forma, o professor do MIT deixou alguns conselhos importantes para os estudantes de doutoramento, nomeadamente sobre a importância de rentabilizar o tempo, de não se deixarem abater pelo cansaço da reta final, ou de como por vezes é importante “saber desligar”. “Alguns dos aspetos mais criativos do processo de investigação acontecem quando colocamos a nossa mente num estado totalmente diferente, como quando estamos a andar de bicicleta, a esquiar ou a meditar. É preciso, muitas vezes, e para que as coisas fluam colocar a mente em outro estado, desligar o botão do trabalho para que ele possa fluir”, recomendava o orador.
Esta paixão que nutre pela investigação e com que tem contagiado os seus orientandos não podia ter ficado mais evidente nos vários momentos da palestra.