“Ó Júlia florista, a tua linda história, o tempo marcou na nossa memória”, é daqueles refrões que depois de ouvido dificilmente não nos perseguirá pela noite fora. Quando cada frase entoa energia, os acordes contagiam com alegria, as coreografias desafiam a animação e os rostos de quem as canta exalta paixão, a situação piora substancialmente. É muito disto que se fazem os ensaios e com que se vai construindo a história, com já 24 anos, da Tuna Feminina do Instituto Superior Técnico (TFIST): os rostos sempre animados, a energia a agitar o cansaço de um dia de estudo no Técnico, o perfeccionismo das futuras engenheiras, o ímpeto pela música e pelo espetáculo.
O ensaio ainda nem sequer começou, mas as letras da TFIST já brindam quem entra no Pavilhão de Informática III – o local que semanalmente acolhe os ensaios do grupo feminino. É no átrio, e enquanto a sala de ensaios não fica livre, que se vão afinando vozes, alinhando coreografias e limando melodias para que nada falhe no derradeiro momento. Com o decorrer do ensaio descobrimos que o empenho é uma constante, e não apenas um refúgio de quem está a dias de um dos momentos mais importante do ano para a TFIST: a XIII Expedição.
O número 13 que carimba esta edição do festival poderia tornar as coisas assustadoras, quisesse o grupo feminino alinhar em superstições. Não o fizeram claro, e preferiram usar o número como um prenúncio de sorte para quem no dia 3 de novembro deseje assistir ao espetáculo. Para tornar esta edição assustadoramente maravilhosa, a TFIST decidiu elevar a fasquia e transitar o local do festival pela primeira vez para a Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa. Mariana Sanches, a presidente da direção da TFIST, explica o porquê desta “ousadia”, como lhe chamam: “Felizmente conseguimos ter nos últimos anos o auditório de medicina dentária cheio, e achamos que este ano talvez conseguíssemos ir mais longe. E por isso posso dizer que escolhemos a Aula Magna por causa do desafio”. “É nossa intenção envolver um bocadinho mais a comunidade do Técnico. Porque as pessoas conhecem a TUIST e o Festival de Tunas ‘Cidade de Lisboa’; vão conhecendo a TFIST mas quando falamos da “Expedição” já não é assim tão conhecido”, frisa de seguida a presidente da direção da TFIST.
A Tuna Feminina da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, a inSpiritus Tuna – Tuna Feminina da Cooperativa Egas Moniz, a Tuna Feminina do Orfeão Universitário do Porto e a Gatuna – Tuna Feminina Universitária do Minho serão os grupos a concurso e que prometem levar ao rubro a plateia da Expedição. A Tuna Universitária do Instituto Superior Técnico, madrinha da TFIST, também não podia faltar e vem completar o cartaz do festival que junta o espírito universitário, muita garra, competição, temperando tudo ao gostinho da música. “As pessoas podem esperar da expedição acima de tudo um espetáculo com muito boa qualidade musical”, adianta Mariana Sanches. “Gostaria que no final as pessoas dissessem que esta edição da Expedição foi espetacular, que as tunas foram fenomenais”, acrescenta de seguida. Para quem assistiu ao ensaio difícil é não acreditar que assim será.