Campus e Comunidade

Alumnae regressam ao Técnico para mostrar que o sucesso não tem género

Desta vez, as mesas da 14.ª edição da iniciativa “Alumni Talks – Women Edition” refletiram a tão ambicionada igualdade de género, contando com a participação de alunos e alunas de vários cursos da Escola.

Um leque de mulheres inspiradoras voltou hoje, 8 de março, a reunir-se em torno de uma mesa de pequeno-almoço para, através das suas experiências, mostrar aos estudantes do Técnico que o género não define profissões nem pode limitar a capacidade de sonhar. Cumprindo aquela que já é uma tradição, a “Alumni Talks – Women Edition” regressou ao formato presencial e cativou dezenas de alunos e alunas dos mais variados cursos do Técnico.

Amélia Santos (cofundadora e diretora-executiva da Innuos), Ana Cláudia Sá (diretora-geral do Bel Benelux Cluster), Diana Morais (tenente-coronel coordenadora do Gabinete da Igualdade da Defesa Nacional  e presidente do Comité da NATO para a Perspetiva de Género), Joana Arina, (engenheira de dados na Portugália Airlines) e Sofia Vaz Pires (presidente executiva da Ericsson Portugal), abdicaram dos compromissos profissionais ao longo da manhã para partilharem o caminho percorrido até aos cargos que ocupam hoje, sem hipérboles ou modéstias, mas com toda a generosidade.

Os conselhos – absorvidos pelos estudantes ao máximo-  tiveram sempre como ponto de partida um episódio da carreira das antigas alunas. A passagem pelo Técnico, as oportunidades de formação que surgiram e é preciso  não deixar escapar, as portas que não se podem fechar, a importância de saber arriscar e os desafios do mercado foram tema de conversa nas várias mesas. “Não há caminhos fixos para uma carreira bem-sucedida. O que realmente importa é sentirem que em cada etapa têm oportunidade de aprender”, realçou Sofia Vaz Pires.

Inevitavelmente a temática da igualdade de género acaba por vir à tona entre um e outro assunto.  “Tudo isto tem que começar com raparigas e rapazes, é preciso quebrar estereótipos, deixar de tudo compartimentado. As raparigas de hoje em dia começam a ganhar mais confiança, mas há ainda um caminho a fazer. E a educação dos mais pequenos neste sentido é fundamental”, evidenciou Diana Morais. A pergunta “como é que se lida com o facto de trabalhar e ser líder num mundo maioritariamente homens” foi colocada por diversas vezes, e a resposta nunca foi limitada por estereótipos, com as alumnae a demonstrarem que no final de contas e com esforço é possível vingar num mundo de homens e ser feliz a fazer aquilo que se propuseram a fazer. “Acabei por habituar-me a ter poucas mulheres à minha volta, a encaixar algumas piadas, mas também confesso que nunca senti um exagero nessa diferenciação”, realçava Amélia Santos.

Professora Beatriz Silva: “Todos nós somos exemplos para alguém, sejamos homens ou mulheres”

O presidente do Técnico, professor Rogério Colaço, fez questão de marcar presença no evento para agradecer às antigas alunas o regresso a casa, sublinhando o trabalho que tem sido feito no Técnico em matéria de igualdade de género. “O Técnico tem cerca de 32% de raparigas e 68% de estudantes rapazes. Apesar de este ser um número bastante interessante comparativamente com aquele que existe em instituições congéneres na Europa e no Mundo, estamos muito empenhados em melhorar estes números no sentido de captar o talento feminino que nas áreas tecnológicas e de engenharia não está totalmente aproveitado”, realçou.

Ines Oom de Sousa,presidente da Fundação Santander Portugal e a responsável de ESG do Grupo Santander a nível da Europa, foi também uma das convidadas do evento e partilhou o contentamento por o Banco se associar a este evento de celebração das mulheres. “Também nós temos estes objetivos relacionados com a igualdade de género. O Santander é um exemplo do que é a diversidade e fomentar a presença de mulheres em cargos de liderança”, referiu.

A professora Beatriz Silva, cocoordenadora do grupo Gender Balance@Técnico, enalteceu a importância destas iniciativas por permitirem dar a conhecer modelos de sucesso. “Todos nós somos exemplos para alguém, sejamos homens ou mulheres. Portanto, mesmo que não julguemos que somos exemplos de algo, somos um grande exemplo. É importante mostrar que há uma pessoa que conseguiu, que há possibilidade, e que se abra o leque de oportunidades que as mulheres têm na sociedade”, disse.

A alumna Diana Morais também proferiu algumas palavras iniciais salientando o prazer com que se associa ao projeto Gender Balance do Técnico neste dia. “Esta efeméride [ Dia Internacional da Mulher] permanece absolutamente atual e útil para nos ajudar a manter o nosso olhar sobre os ganhos imensos que a sociedade portuguesa já alcançou ao longo das últimas décadas e é ainda mais importante para nos encorajar a continuar na construção de uma sociedade mais igualitária, mais democrática e mais inclusiva e por isso com plena participação das mulheres”, afirmou. “Estou ciente que resta muito para fazer em matéria de igualdade e que os ganhos atuais correm sempre o risco de ser revertidos. Também por esses motivos é da maior importância celebrar as vitórias alcançadas e reiterar a cada oportunidade o compromisso para continuar a apontar caminhos de progresso no que respeita à igualdade na sociedade portuguesa e para isso contamos com todas vós”, colmatou.