“Todos somos Técnico – um compromisso com o futuro” é o lema proposto por Rogério Colaço. O atual presidente do Instituto Superior Técnico cumpriu a audição da sua candidatura a um segundo mandato de presidência no dia 22 de novembro, no Auditório Abreu Faro do Complexo Interdisciplinar do campus Alameda. Candidato único neste procedimento eleitoral,discursou perante uma plateia de professores, investigadores, estudantes e pessoal não docente que reuniu cerca de 50 espetadores presencialmente e outros 150 na assistência online via Zoom.
Na sua audição, Rogério Colaço apresentou motivação, valores, visão e linhas estratégicas da sua candidatura para o quadriénio 2024-2027. Explicou que, através da sua candidatura, quer “contribuir para que se possa dar sequência às coisas que têm sido planeadas e que têm vindo a ser executadas, bem como outras que sejam planeadas para o futuro”.
“Adicionei a frase ‘um compromisso com o futuro’ porque, naturalmente, um candidato incumbente tem, [na candidatura ao] segundo mandato, a tentação de olhar para trás, para aquilo que foi feito”, explicou o docente. A segunda metade do lema surgiu, então, como um “esforço de não incorrer nesse risco”.
Para Rogério Colaço, o mais importante de tudo o que fez “não são as salas de aula, o elevador da Torre de Química (que às vezes avaria) ou até mesmo a construção do Técnico Innovation Center”. Em vez disso, o candidato defende que os aspetos mais importantes são “a cultura e valores da instituição e que quem [a] dirige tem obrigação de passar aos colegas”. Estes valores são, na sua ótica, “a ética, o profissionalismo, o civismo, a liberdade e a pluralidade”. Destacou ainda a defesa da equidade entre géneros, o pensamento crítico, a excelência, o bem-estar da comunidade e a colaboração. Quanto a esta última, Rogério Colaço argumentou que “como instituição de ensino superior, devemos promover a colaboração e, mais do que promover, criar mecanismos que o permitam”.
“Concordo absolutamente com a responsabilização do Presidente do Técnico pela execução do Plano Estratégico em vigor”, reiterou. Para concretizar a visão constante nesse documento, a par da “melhoria das condições de estudo, trabalho e desenvolvimento de carreira de toda a comunidade do Técnico”, o candidato defendeu a adequação do ensino às “profundas mudanças tecnológicas e sociais que atualmente [se vivem]”. Rogério Colaço exemplificou este ponto: “as pessoas da minha geração, às vezes, tendem a pensar que podemos continuar a ensinar matérias do século XVIII e XIX com metodologias do século XX, e esquecem-se que estão em 2023 do século XXI. Não podemos – mudou tudo”. Na opinião do candidato incumbente, “se não acompanharmos essa mudança, rapidamente perderemos a nossa capacidade de formar e capacitar os nossos estudantes ao mais alto nível”.
Ainda no âmbito desta “visão de modernização e desenvolvimento do IST para a década”, Rogério Colaço afirmou ser necessário “reforçar e amplificar as condições para a prossecução da investigação no Técnico”. Segundo a sua candidatura, esse objetivo concretiza-se através do fortalecimento do “alinhamento das estratégias de recrutamento de docentes com as estratégias científicas” das suas unidades de investigação associadas.
“Abrir o Técnico à sociedade” através da investigação das unidades e promoção de projetos desenvolvidos por núcleos de estudantes foi o aspeto que destacou seguidamente. Para o efeito, o candidato recorreu à imagem metafórica de um castelo, insistindo que “a universidade não pode ser uma coisa com um muro à volta” que, uma vez por ano, abre a porta para entrarem alunos e, outra vez por ano, abre-a novamente para saírem alunos. Uma vez que o Técnico é “uma instituição pública, paga em grande parte pelo dinheiro dos contribuintes”, Rogério Colaço argumentou que a Escola tem de “contribuir para o desenvolvimento da sociedade”, coisa que “não se faz sem abrir o Técnico ao tecido económico, às empresas, [o] que contribui para que elas produzam mais riqueza, mais valor acrescentado, mais emprego qualificado”. Este é um aspeto sem o qual, defende o candidato, não é possível “estancar a hemorragia de talento dos nossos jovens para o estrangeiro”, aquele que identifica como principal problema atual do país.
Rogério Colaço finalizou a lista de motivações da sua candidatura com a intenção de “dar continuidade ao plano de investimento na infraestrutura” da Escola através da sua modernização e promoção da sustentabilidade. “A direção de uma instituição como o Técnico, em termos de investimento na infraestrutura, tem de deixar projetos que, mesmo que não sejam executados no seu mandato, possam ser executados por quem vem a seguir”, apontou. Nesse sentido, em relação ao campus Alameda, referiu a construção de pavilhões no jardim sul e no jardim norte, em substituição dos pré-fabricados neles existentes, e de um estacionamento subterrâneo que permita retirar carros da superfície. Mencionou também o projeto de arranjo paisagístico do campus Taguspark e a aprovação da requalificação da infraestrutura no campus Tecnológico Nuclear (CTN).
Finda a apresentação, houve lugar a uma sessão de perguntas e respostas, durante a qual os elementos da assistência questionaram o candidato em assuntos como o financiamento do ensino superior e o modelo de contratação de pessoal do Técnico. Participaram nesta discussão elementos de toda a comunidade da Escola, numa troca de ideias que envolveu pessoal não docente, estudantes, investigadores e professores.
A esta audição perante a Assembleia de Escola seguir-se-á nova audição, no dia 30 de novembro, dessa vez perante o Conselho de Escola. A eleição do presidente do Técnico está marcada para os dias 19 e 20 de dezembro.
Os documentos para a Eleição do Presidente do Instituto Superior Técnico Quadriénio 2024-2027, incluindo os documentos de candidatura de Rogério Colaço, encontram-se disponíveis em https://eleicoes.tecnico.ulisboa.pt/.
