Inteligência Artificial, Cibersegurança, Empreendedorismo e Liderança foram apenas alguns dos muitos e diversificados temas abordados em mais uma edição da Semana Empresarial e Tecnológica (SET), um evento organizado por alunos de todos os cursos do campus do Taguspark. O evento tem vindo a deixar a sua marca pela capacidade de fomentar a aproximação dos alunos ao mercado de trabalho e este ano não foi exceção, ainda que o foco desta edição se tivesse alterado. O palco principal passou para o digital, e ao longo dos 4 dias do evento a audiência quase duplicou- comparativamente com o ano anterior.
Embora não existisse nenhuma novidade em termos das atividades oferecidas, Miguel Oliveira, um dos co-coordenadores da SET, vinca a sua perceção de que “tudo foi novo”. “A transformação da feira, que sempre foi realizada presencialmente na sua totalidade, para um modelo totalmente online exigiu que se repensasse praticamente todas as atividades, desde as palestras às bancas das empresas. Ao mesmo tempo, tentámos melhorar as atividades que já existiam, tentando aumentar a sua qualidade de modo a captar mais público”, explica o aluno.
E não há dúvidas de que a estratégia resultou. Aquele que costuma ser o “ponto fraco” da SET, tornou-se um chamariz de participantes, e entre 8 e 11 de março, a variedade de oradores e temas explorados cativou a audiência, superando as expetativas da organização. “Nunca antes tivemos painéis tão interessantes e bem frequentados”, frisa Joana Drago, também co-coordenadora da SET. “Contamos com oradores incríveis e temas muito interessantes, e a média de expetadores foi muito superior ao que verificávamos no formato presencial”, reitera Francisca Ferreira, outra das co-cordenadoras da SET.
O mesmo crescimento foi registado no número de inscrições tanto para as Speed Interviews como para os Workshops, que tal como Joana Drago destaca tentaram ir ao encontro das necessidades dos alunos dos 4 cursos do campus do Taguspark. Terminado o evento e feito o balanço final, Francisca Ferreira acredita que esta edição digital “permitiu à SET chegar a mais públicos”. “Recebemos um feedback bastante positivo, de como adaptámos as apresentações de empresas, palestras e painéis, para um formato online, e dos temas, em geral, das mesmas”, acrescenta a aluna.
Em estratégia vencedora não se mexe, e por isso mesmo mais uma vez o painel de antigos alunos que costuma integrar o programa repetiu-se nesta edição. Daniela Tinoco, alumna de Engenharia de Telecomunicações e Informática e Junior Network Engineer na Altran, Miguel Soares Horta, alumnus de Engenharia e Gestão Industrial e Associate Manager na Mastercard, André Lopes, alumnus de Engenharia Eletrónica e Embedded Systems Engineer na Bosch, e Catarina Belém, alumna de Engenharia Informática e de Computadores e Research Data Scientist na Feedzai, preencheram o ecrã, protagonizando um momento muito interessante. Ao longo de 45 minutos falaram, sem rodeios, sobre as vivências que tiveram enquanto alunos, a aprendizagem que o Técnico proporcionou, revelando detalhes sobre como foi a transição para o mercado de trabalho e como tem sido o percurso nas empresas onde estão.
Os quatro alumni evidenciaram a mais-valia que representa a participação em atividades extracurriculares e a forma como as empresas valorizam esse envolvimento. Sobre a chegada ao mundo do trabalho, Daniela Tinoco destacou as “diferenças encontradas em relação à rotina vivida enquanto estudante” e Miguel Soares Horta frisou o “misto de sensações” que carateriza essa transição, pelas expetativas e receios que dela resultam.
Os oradores recordaram também o que priorizaram na escolha da primeira experiência profissional, dando algumas dicas sobre como perceber o que se gosta mesmo de fazer, e vincando que não há problema nenhum se “a primeira escolha não for a mais acertada porque há muito caminho pela frente”. Relativamente aos que as empresas mais valorizaram nos seus currículos, os alunos foram quase unânimes na resposta: o impacto da marca Técnico. “Acho que só termos o nome do Técnico associado é uma grande vantagem, é logo uma porta de entrada muito grande”, afirmou Daniela Tinoco. “A garra e a forma como a Escola nos prepara, as ferramentas que nos dá, é, sem dúvida, muito valorizada”, complementava Catarina Belém.
A feira de empresas da SET costuma ser um dos pontos fortes destas jornadas, agitando o átrio do edifício do campus do Taguspark, mas este ano teve que ser “transferida” para a plataforma Easy Virtual Fair. A organização conseguiu reunir um lote de empresas muito forte contando com mais de 40 empresas das mais variadas áreas, entre as quais estavam a Outsystems, Celfocus, Deloitte, The Navigator Company, etc.. Ainda assim, e apesar de todos os esforços, a adesão não foi a esperada. “A feira de empresas registou uma redução no número de participantes. Penso que embora seja mais fácil a participação neste modelo online, ao não ser possível o contacto “cara a cara” como num modelo presencial, os visitantes da feira não se sentem tão à vontade e tão motivados para participar”, partilha Miguel Oliveira. “Mesmo assim, considero que esta edição da SET foi um sucesso!”, realça, em seguida, o aluno.
De acordo com o co-cordenador da SET, “a organização e coordenação de um evento com este tamanho é algo que fica sempre marcado na nossa vida”. A equipa por detrás do evento e do seu sucesso conta com mais de 50 colaboradores, distribuídos entre as equipas de Relações Externas, Marketing e Logística, e que tem de coordenar a presença de todas as empresas, oradores, bem como planear a presença dos próprios alunos. As duas colegas de equipa de Miguel Oliveira exaltam o quão “gratificante” é fazer parte deste grupo. “Sinto que aprendi a gerir uma equipa e a trabalhar nela. Saber que juntos arranjamos sempre uma solução e que ninguém deixa o outro fora, foi algo com que não contava”, destaca Joana Drago. “Trabalhar em equipa, liderança, organização, responsabilidade e cooperação são as aprendizagens que levo comigo, mas levo também, amizades para a vida”, colmata Francisca Ferreira.