Campus e Comunidade

Primeiro dia das JEQ vaticina uma 32ª edição com muito êxito

Um leque variado de palestras, várias visitas de estudo e um conjunto de workshops para aprimorar soft skills compõem o programa inovador das Jornadas de Engenharia Química.

 

O primeiro dia da XXXII edição das Jornadas de Engenharia Química não poderia ter sido mais apoteótico. Audiência repleta para assistir às distintas e estimulantes palestras e muitos aplausos e gargalhadas a pontuar as mesmas. O programa inovador e diferenciado que arrancou esta terça-feira, 19 fevereiro, e se estende até sexta-feira, convoca não só docentes e antigos alunos do Departamento em Engenharia Química(DEQ) como também de outras áreas da engenharia. Além das palestras, a organização faz questão de condimentar esta edição com um carácter mais prático realizando vários workshops, visitas técnicas, e case studies.

Ninguém quis faltar à palestra do professor Jorge Calado – a segunda palestra do primeiro dia das JEQ-, como aliás se tornou óbvio pela ausência de lugares vazios no Centro de Congressos. O icónico professor emérito do Técnico conquistou a audiência com a sapiência e o humor que lhe são característicos numa palestra onde pôs “a química na ordem”. Grande parte da palestra foi dedicada a Dmitri Mendeleiev, o famoso cientista russo autor da primeira versão da tabela periódica dos elementos químicos. Depois de partilhar uma lista extensa dos cientistas que contribuíram para o estabelecimento de uma periodicidade dos elementos, o professor Jorge Calado lançava a questão: “Será a tabela periódica uma descoberta científica coletiva?”. Rapidamente saciava a audiência com a sua convicta opinião: “Eu julgo que não. Dmitri era o químico mais bem preparado na altura para a realização dessa tarefa e fez aquilo que Newton sugeriu: pôs-se às cavalitas dos seus antecessores e viu mais longe e melhor”. Através de alguns dados biográficos e da referência a algumas caraterísticas especiais do cientista russo, o orador ia revelando o percurso notável que o mesmo trilhou. “Mendeleiev era um grande pedagogo que utilizava a ironia para despertar a curiosidade dos estudantes. Os alunos adoravam-nos por isso e outras coisas”, assinala o professor Jorge Calado. “A propósito da química falava de tudo: meteorologia, pintura, musica, agricultura, etc.”, acrescentava de seguida perante uma audiência rendida.

Depois de uma manhã triunfante, as expetativas estavam elevadas e depositadas nos antigos alunos do DEQ que voltavam a “casa” para partilhar os desafios com que o mundo profissional os tem presenteado. Djêide Rocha (The Navigator Company), Catarina Domingos (Cipan), Guilherme Gonçalves (Galp) e Luís Belchior (McKinsey & Company) foram os engenheiros protagonistas de um painel moderado pela professora Dulce Simão. Sempre com passagem obrigatória pelo Técnico, as intervenções relatavam a aprendizagem resultante da passagem pela Escola – e que foi muito para além da técnica e dos conteúdos das unidades curriculares. Também o caminho e as aventuras travadas depois do percurso académico tiveram lugar na narrativa prosseguida individualmente pelos oradores. “O Técnico e a interação com as pessoas de cá, dão-nos uma experiência incalculável de que só temos perceção quando entramos no mundo do trabalho”, referia a engenheira Djêide Rocha. “Absorvam o máximo que puderem, aproveitem a aprendizagem, façam as escolhas acertadas orientadas pelas coisas que realmente gostam”, aconselhava de seguida a alumna. “Fazer mais e melhor e com menos”, é um dos grandes desafios que é colocado diariamente na minha empresa, mas é também o que me faz ter motivação para voltar todos os dias”, afirmava por fim a engenheira de processo da Navigator.  Também a engenheira Catarina Domingos partilhou alguns conselhos que se revelaram determinantes no seu percurso: “Quando descobrirem algo que vos interessa, lutem por isso e tentem ser melhores”. “A capacidade de interação com os outros é muito importante e é importante irmos aprimorando isso ao longo do curso”, declarava a alumna.

Apesar de ser apenas o começo do evento, os alunos que compõem a organização não podiam estar mais satisfeitos com este “bom prenúncio” que caracterizou o primeiro dia.  Beatriz Colaço e Joana Marques, duas das alunas envolvidas assinalaram esse mesmo contentamento, frisando que o grande objetivo desta diversidade de atividades que pautam o calendário do evento é que os participantes possam através do mesmo “ter uma noção mais concreta daquilo que querem fazer no futuro”. “E quanto mais à frente no curso estamos mais esta perceção se torna importante. Vermos, na prática, aquilo que podemos vir a fazer, ou ouvirmos o testemunho de alguém que já está no mundo do trabalho tornam as nossas escolhas mais seletivas”, salienta Joana Marques. “A organização das jornadas enriquece-nos muitos enquanto estudantes, porque melhora a nossa capacidade de organização e gestão de tempo, trabalho em equipa e criatividade”, declara Beatriz Colaço. “Estamos muito satisfeitos e orgulhosos do trabalho realizado. Toda a gente está a notar uma diferença muito grande face aos outros anos”, declaram conjuntamente.