Dezenas de estudantes preenchiam o Pavilhão Central, observando os membros do Núcleo de Física do Instituto Superior Técnico (NFIST) a fazer bolas de basquetebol ressaltar umas sobre as outras, a lançar pêndulos que varriam o átrio de uma ponta à outra, ou a fazer bruxulear uma sequência de chamas ao longo de um tubo metálico. Estas e outras experiências compuseram o ‘Circo’, um dos destaques da 27.ª Semana da Física, organizada pelo NFIST, que decorreu entre 15 e 19 de abril no Técnico.
Na agenda do evento, houve também lugar para workshops e visitas a laboratórios e outros espaços do Técnico, com o envolvimento de algumas das unidades de investigação associadas à escola como o Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear (IPFN) e o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – Microsistemas e Nanotecnologias (INESC-MN).
“Os alunos têm-se mostrado bastante interessados”, partilha Duarte Lopes, membro do NFIST que frequenta o 2.º ano da Licenciatura em Engenharia Física Tecnológica. Auxiliou à realização do evento dando workshops e visitas guiadas, colaborando também na coordenação dos grupos de visitantes. “Sendo aluno de física, gosto da sua divulgação – é incentivar as pessoas a perceber o que se está a passar, a investigar e a ter este interesse”, explica. Destacou ainda a componente interativa do evento. “É interessante pôr uma cadeia de miúdos a ‘levar pequenos choques’ ou a perceber como funciona uma arma de plasma”, destacou.
Até os mais novos tiveram oportunidade de participar. Dispostas ordeiramente em fila, as crianças que frequentam a creche da Associação do Pessoal do Instituto Superior Técnico também puderam contactar com experiências de física adaptadas à sua faixa etária. “Foi muito engraçado tentar explicar-lhes física ‘baixando’ o nível de complexidade”, diz Duarte.
A maioria dos cerca de dois mil visitantes, contudo, consistiu em estudantes do ensino básico e secundário. Rafael, por exemplo, frequenta o 12.º ano de escolaridade e está a pensar seguir a área da matemática no ensino superior. O estudante oriundo de Rio de Mouro gostou da interatividade conferida às experiências e, em particular, “da forma como as pessoas que estão a apresentar pedem voluntários” para participar nas atividades. Como experiência favorita, realçou o gerador de Van de Graaff e os fenómenos de eletricidade estática que este desencadeia, deixando os visitantes de cabelos em pé e apanhando os famosos “pequenos choques” de que Duarte Lopes falava.
Inês Sousa, professora de Ciências Naturais numa escola de Cascais, acompanha um grupo de estudantes do 8.º ano. “Acho que as atividades são diversificadas e que a explicação é percetível para os alunos”, comenta. Comparecendo ao evento pela primeira vez, elogia o facto de ser encorajada a “interação com o público, que é desafiado a tentar prever o que irá acontecer e experimentar com as suas próprias mãos”. Nesse sentido, considera que as atividades aqui desenvolvidas “podem ser úteis para motivar os estudantes” a interessar-se por estas áreas.