Entre os dias 14 e 25 de julho, cerca de duas dezenas de jovens participaram em mais uma edição do Verão Científico Rob9-16, iniciativa realizada no campus Oeiras do Instituto Superior Técnico. Com uma abordagem prática e orientada para a experimentação, o programa deu a conhecer princípios de eletrónica, programação, modelação 3D e robótica, através de desafios desenhados para estimular a curiosidade científica de participantes dos 9 aos 16 anos.
O destaque da edição deste verão consistiu na construção de um girassol robótico, capaz de seguir a luz do sol – ou de uma lanterna – através de sensores de luminosidade. A atividade combinou noções de eletrónica com programação em Arduino, permitindo aos participantes perceber, de forma prática, como funcionam sistemas automáticos inspirados na natureza. “A ideia é que o girassol gire para o lado onde estiver mais luz. Vamos montar tudo com sensores e motores”, explicou Francisco, de 12 anos, que se mostrou entusiasmado com o projeto e o seu resultado final.
Ao longo das duas semanas, os participantes foram ainda desafiados com atividades de construção criativa, como o desenvolvimento de barcos feitos com materiais simples capazes de suportar o peso de moedas sem afundar, ou a construção de carrinhos movidos por elásticos ou balões, sem instruções prévias. Para a monitora Ludmylla Wonsoscky, estudante da Licenciatura de Engenharia Eletrónica do Técnico, o mais impressionante foi ver a capacidade de iniciativa dos mais novos: “Houve grupos que conseguiram fazer os carrinhos funcionarem sem qualquer dica — só com os materiais dados. Curiosamente, alguns dos melhores resultados vieram de participantes com cerca de 10 anos”.
A abordagem do clube Rob9-16 passou por dar espaço à criatividade e ao pensamento independente. “Eles ficam mais motivados quando são eles próprios a decidir como querem fazer as coisas. Cada grupo encontra uma solução diferente, e aprendem muito uns com os outros”, complementou.
João, de 10 anos, descobriu o Rob9-16 através da avó e rapidamente se ‘apaixonou’ pela experiência: “Adoro física, química e eletrónica. Gostei especialmente da atividade em que soldámos um mini foguetão”.
O programa integrou ainda momentos de convívio e interação em grupo, como Peddy Papers pelo campus, que incentivaram a colaboração e o raciocínio. “Esta semana tivemos várias atividades: construímos um barco para ver qual aguentava mais moedas dentro de água, fizemos modelação 3D, soldagem. Foi tudo muito giro”, resumiu Francisco.
O Rob9-16 é um clube de robótica com atividades regulares durante as pausas letivas – Páscoa, Natal e Verão – e tem como missão aproximar os mais jovens das tecnologias emergentes, promovendo o gosto pelo conhecimento e pela resolução de problemas reais. Criado no ano letivo de 2014/2015, o projeto envolve estudantes do Técnico no papel de monitores e mentores.