A CycleAI, startup criada pelo antigo aluno do Técnico, Luís Rita, venceu a maratona de programação Building the Future Hackathon e garantiu um prémio de 3 mil euros. A equipa de Luís Rita distinguiu-se de entre os mais de 100 participantes em competição ao desenvolver uma solução de condução autónoma em micromobilidade, adaptada aos modelos elétricos de bicicletas.
“Vencer uma competição é sempre motivador, acaba por funcionar como a validação externa de que precisa uma nova ideia ou projeto. A isto acrescia a visibilidade dos patrocinadores, com empresas tão reconhecidas a nível internacional como a Microsoft e a Galp”, comenta Miguel Peliteiro, cofundador da CycleAI.
Segundo Miguel Peliteiro, a fórmula do sucesso para vencer este desafio “residiu fundamentalmente na equipa que apresentámos”. “Desde a ideação até ao desenvolvimento da solução, metemos as mãos à obra bem cedo e conseguimos criar uma proposição interessante para mentores e júri”, justifica o cofundador da CycleAI. “Quando a chave do sucesso está nas pessoas, qualquer ideia é executável. Isso desbloqueia muitas portas, alarga horizontes e acrescenta muito valor ao projeto”, adiciona.
A iniciativa, promovida pela Microsoft, Galp, GoWithFlow e TAIKAI, foi lançada no âmbito do evento anual com o mesmo nome, decorrendo ambos em formato completamente remoto. O concurso tinha como mote a mobilidade elétrica, e os participantes foram desafiados em quatro áreas, podendo nas soluções apresentadas: explorar o potencial de aplicações V2G (vehicle-to-grid) e V2H (vehicle-to-home), que permitem que a energia armazenada em veículos elétricos seja realimentada na rede, ou em casa, respetivamente; criar plataformas de partilha de dados e perfis dos utilizadores da microrrede e de mobilidade elétrica; projetar infraestruturas para a mobilidade elétrica partilhada que deem resposta à crescente procura e não representem elevados custos para as operadoras; ou desenvolver aplicações em blockchain que possa acrescentar valor neste setor.
Tal como explica Luís Rita “a condução autónoma em micromobilidade foi a forma mais fácil que vimos de ajustar aquilo que já existia na CycleAI à proposta deste desafio”. “A ideia surge a partir de um novo membro da nossa equipa, o Gonçalo Moreno, que desenvolveu a sua tese de mestrado em torno do tema e toda a equipa concordou que deveria ser o caminho a seguir”, contextualiza o alumnus.
“Já tínhamos um mapa de segurança, previamente desenvolvido pelo Codrin Bostan, que nos dá a informação sobre os locais mais perigosos à circulação dos utilizadores de bicicleta. A partir daí, desenhámos um modelo de Machine Learning original construído em Microsoft Azure, juntamente com um modelo de negócio que nunca por nós tinha sido explorado”, explica Luís Rita.
Sendo esta já uma ideia vencedora, a equipa pretende levá-la em diante, “por não existir no nosso segmento e por já termos demonstrado ser exequível, muito pela futura acessibilidade do 5G”, realça o antigo aluno do Técnico.
Recorde-se que a CycleAI pretende contribuir para a diminuição da taxa de atropelamento de ciclistas, recorrendo a algoritmos que ajudam a mapear pontos de riscos. Para o sucesso do projeto e nesta procura do aumento da segurança ciclável, continua a ser fulcral a participação de todos na perception poll presente no web site da startup.