O professor José Dinis Silvestre, docente do Departamento de Engenharia Civil, Arquitetura e Georrecursos(DECivil) e investigador do CERIS- Investigação e Inovação em Engenharia Civil para a Sustentabilidade, foi o vencedor da competição internacional “SimaPro in 2030″. O docente do Técnico ficou classificado em 1.º lugar na fase final (online pitch event) da competição internacional, que decorreu no passado dia 1 de dezembro.
De entre os 6 concorrentes selecionados para a fase final, a apresentação do docente do Técnico acerca das potenciais funcionalidades e impacto deste software em 2030, intitulada “SimAPPro: real-time sustainability”, foi unanimemente considerada pelo júri internacional como “a mais criativa e inovadora” do concurso de ideias.
“Fiquei bastante contente por o júri internacional ter apreciado tão positivamente a minha proposta em termos de criatividade e inovação, e a ter premiado com o 1.º lugar”, afirma o professor José Dinis Silvestre. Apesar de tanto o concurso como a distinção serem individuais, o docente faz questão de agradecer a ajuda de Margarida Braga Maia, engenheira civil e aluna de doutoramento no Técnico, na preparação da apresentação para o pitch online.
Os participantes da competição foram desafiados a responder de forma criativa a várias perguntas acerca de como será o futuro do software SimaPro, nomeadamente o que permitirá fazer ou como poderá contribuir para as necessidades futuras do planeta. O docente do Técnico apresentou como resposta a SimAPPro, que permitirá, daqui a alguns anos, transformar este software de Avaliação ambiental do Ciclo de Vida numa aplicação móvel disponível nos nossos relógios e óculos inteligentes. “A ligação em rede desses dispositivos, e o registo que farão de todas as nossas atividades, permitirá à SimAPPro calcular em tempo real os impactes ambientais de cada um de nós e das cidades onde vivermos”, explica o professor José Dinis Silvestre. “A disponibilização dessa informação a cada indivíduo e às autoridades municipais e nacionais permitirá identificar as escolhas individuais e os setores de atividade com maior pegada ambiental e implementar medidas mais dirigidas para incentivar mudanças de comportamentos”, acrescenta.
O software SimaPro já possui bases de dados que permitem calcular os impactes ambientais da produção, transporte e utilização de praticamente todos os materiais que utilizamos diariamente. A esta funcionalidade, e para desenvolver a sua ideia para este concurso, o investigador do CERIS juntou a recolha de dados em tempo real, que fará uso dos dispositivos e aplicações móveis e da Internet of Things, Buildings and Vehicles, e o desenvolvimento da Ciência dos Dados que processará toda esta informação. “Será assim possível aceder ao consumo de recursos e geração de emissões individual e coletivo, comparar com os limites pessoais e nacionais, e ter alertas quando estes são ultrapassados”, salienta o professor José Dinis Silvestre.
No seguimento desta distinção, o investigador do CERIS terá o apoio da empresa PRé para desenvolver uma ferramenta informática com base no SimaPro e lançá-la no mercado. O docente já decidiu que irá direcionar esta vertente do prémio para dois projetos em curso no grupo que coordena no CERIS, o “PositiveCycle”. “Já estávamos a desenvolver aplicações e plataformas informáticas baseadas no SimaPro. Uma é para o desenvolvimento de materiais de construção inovadores e a outra é dedicada ao fim-de-vida dos edifícios”, partilha o docente. “O apoio dos informáticos e consultores da empresa ‘PRé’ será uma grande mais-valia para estes projetos, de forma a podermos integrar as bases de dados e os métodos do SimaPro nestas aplicações”, realça o docente.