A maior edição do Pitch Bootcamp, um programa de dois dias da Spark Agency destinado a estudantes universitários e recém-licenciados que pretende ensinar a pensar sobre o mercado de trabalho, decorreu este fim-de-semana no campus Alameda, dando a oportunidade a mais de duas centenas de alunos do Técnico de se valorizarem como “produto” para o mercado.
Durante dois dias, os participantes têm a oportunidade de se conhecerem a si próprios e pensarem na sua carreira como um negócio, tendo como ponto alto o pitch de apresentação que fazem, no segundo dia, a vários representantes de empresas.
Antes disso, no final do primeiro dia, os participantes desta edição tiveram a oportunidade de aprender com as “Lessons Learned” de três empresários de sucesso: Benedetto Conversano (Jerónimo Martins), João Couto (Microsoft) e Rui Teixeira (EDP) partilhar as as suas experiências e deram algumas dicas aos alunos presentes. Uma das lições a reter? “O vosso potencial vai muito para além das vossas expectativas neste momento. O vosso potencial tem que ver muito mais com o quanto acreditam em vocês mesmos”, afirmou o Chief Information Officer da Jerónimo Martins. O italiano lembrou ainda que, para ter sucesso, “a longo prazo, o que interessa é saber resolver problemas”.
Os três convidados foram ainda unânimes em dizer aos presentes que, neste momento, estes vivem os melhores anos das suas vidas. “Mas lembrem-se que, para terem sucesso, vão ter que ter a coragem de mudar”, afirmou Rui Teixeira.
O segundo dia ficou marcado pela preparação para os pitches de apresentação aos representantes de algumas das mais bem-sucedidas empresas nacionais, e ainda a alguns docentes do Técnico. Carolina, aluna de Engenharia Biomédica, foi uma das primeiras a ser posta à prova. “O meu grande objetivo aqui era alargar o meu leque de conhecimentos de empresas. Gostava de perceber, com as minhas competências, onde é que me poderia encaixar.”
Depois do primeiro pitch, diz que apesar do nervosismo, a apresentação correu como esperava. “Disseram-me para me focar no meu objetivo e mostrar a minha paixão por essa área [a Biomecânica]”.
Daniel, de Engenharia e Gestão Industrial, diz que esta é uma experiência em que vale a pena investir. “Estava muito nervoso antes do pitch, estive até às tantas a treinar o meu discurso ao espelho, mas quando cheguei e vi as pessoas que tinha à minha frente fiquei logo mais calmo. Acabou por correr bem.”
Muitos dos representantes de empresas presentes foram, também eles, alunos do Técnico, e compreendem a situação dos que terminam agora os seus estudos. José Pascoal, da NOS, confessa que a curiosidade o trouxe até ao Pitch Bootcamp, mas não foi só isso. “Aquele sentido de poder vir contribuir com alguma coisa e ajudar alguém, porque eu já cá estive e passei por isto, e na altura não tínhamos destas coisas, também me fez vir até aqui. Acho que tem sempre valor poder dar algumas dicas, com a experiência que temos ao fim de 20 anos de trabalho.”
Carla Quental, do Hospital Lusíadas, veio pela mesma razão: “Acho que podemos fazer a diferença e podemos ajudá-los a ter outra abordagem ao mercado de trabalho”. No final da primeira ronda de pitches, ficou impressionada. “O que noto é que a capacidade que têm de fazer múltiplas atividades e serem ótimos alunos, é muito importante. É muito importante terem esta abertura e perceberem que o mundo não é só o Técnico, é isso que os vai diferenciar dos outros.”
Quem também marcou presença foram alguns docentes do Técnico. A professora Teresa Duarte, do Departamento de Engenharia Química, decidiu estrear-se. “Esta é a melhor maneira de percebermos as pessoas que estamos a construir neste momento. Consigo perceber os alunos que estamos a formar pelo pitch que fazem, e no contacto com as outras pessoas estou a perceber o que o mercado vê neles. Dizem-me que os alunos do Técnico são completamente diferentes de tudo o que há lá fora, é um sentimento de orgulho que temos.”