Filipa Pedrosa está a terminar o Mestrado em Engenharia Biológica do Instituto Superior Técnico. No entanto, a sua ligação à Escola, como é o caso com muitos outros estudantes do Técnico, não se resume apenas aos estudos. A par dos seus esforços académicos, a aluna é também presidente da Tuna Feminina do Instituto Superior Técnico (TFIST), órgão que celebra 30 anos de existência.
No âmbito desta efeméride, tiveram já lugar um porto de honra, no final do mês de abril, um churrasco convival e uma exposição no Pavilhão Central, durante o mês de maio. A juntar a estas festividades, está ainda planeado um espetáculo comemorativo, para novembro de 2024.
Em três décadas de existência, a história da TFIST soma várias conquistas e momentos marcantes. A organização de festivais como ‘Expedição’ e ‘Maresias’, a atuação conjunta com artistas como Simone de Oliveira, Lúcia Moniz e Nuno Feist e a digressão de verão a Toulouse, França, para contactar com a comunidade portuguesa nesse local são apenas alguns dos feitos desta tuna.
Filipa Pedrosa acedeu a uma entrevista, na qual partilhou algumas das experiências e vivências comuns às participantes na TFIST.
Ao fim destes 30 anos de história, quem é a TFIST?
Filipa Pedrosa (FP) – A TFIST é um grupo de raparigas, na sua maioria engenheiras mas também contando com matemáticas e arquitetas. Ao longo dos tempos, foi evoluindo. Começou com várias fundadoras que fizeram crescer esta tuna e ela foi-se alargando a todas as raparigas do Técnico. Nos últimos anos, esta tuna tem crescido cada vez mais, com mais estudantes a aderir ao grupo. Apesar dos 30 anos que passaram, as pessoas continuam a participar nos nossos ensaios e eventos – mesmo aquelas que já acabaram o curso e têm o seu emprego.
O que acha que leva as pessoas a integrar a TFIST?
FP – Sinto que grande parte se deve ao gosto pela música e à curiosidade em aprender um instrumento ou saber cantar. Nem toda a gente que entra na tuna sabe tocar um instrumento ou cantar – é mesmo por curiosidade. Não temos, de todo, esse requisito. Ensinamos tudo do zero. Por outro lado, acho que é uma forma de ‘arranjar um escape’ para além dos estudos. Sinto que a tuna, para além de um grupo musical, é também um grupo de suporte, onde as pessoas encontram um apoio para o curso.
De que maneira é que o Técnico vos tem apoiado nas vossas atividades?
FP – Temos sempre uma resposta positiva e recetividade da parte da Escola quando nos reunimos para pedir ajuda para os nossos eventos. Além disso, também desenvolvemos um protocolo com a Associação dos Estudantes, que inclui alguns apoios. Somos um grupo sem grandes recursos financeiros, pelo que estas coisas são bastante importantes para executarmos as nossas atividades.
Em que consistiu a exposição que organizaram no Pavilhão Central?
FP – A ideia foi abrir a nossa história à comunidade estudantil. Foi uma exposição de uma semana, em que tínhamos um pouco da nossa história desde a fundação até à atualidade, com registos fotográficos e algumas descrições. Expusemos também um placard com um mapa de Portugal, com os vários locais onde participámos em festivais e atuações. Partilhámos ainda algumas curiosidades sobre o funcionamento da tuna, como funcionam as alcunhas, histórias engraçadas… [A título de exemplo,] todas as presidentes de tuna têm um pin com uma abelha na lapela, que vai passando de ‘geração’ em ‘geração’.
E quanto a essa história das alcunhas?
FP – Na tuna, as pessoas referem-se umas às outras pelas suas alcunhas. Às vezes, até se torna complicado recordar o nome da pessoa [risos]. Costumam basear-se nalgum facto interessante sobre a pessoa, ou algo icónico que lhe tenha acontecido no seio da tuna, mas damos imensas voltas até chegarmos à alcunha. Nunca é algo completamente ‘direto’.
Enquanto presidente, o que é que a tuna representa para si?
FP – Acho que é um grande esforço para o grupo estudantil que tem vontade e iniciativa de participar. É algo extracurricular – ninguém é pago para estar cá – e que precisa de bastante tempo de cada uma das pessoas para funcionar. Temos imensos festivais, atividades, atuações… é engraçado ver que as pessoas dedicam bastante do seu tempo à tuna, mesmo sem nenhuma ‘recompensa imediata’ e, para mim, é bom poder representar um grupo de estudantes com bastante motivação e persistência para continuar a lutar por estes eventos. Há muito amor à camisola.