No Dia Mundial da Música, celebrado a 1 de outubro, o Instituto Superior Técnico voltou a lançar, pelo quarto ano consecutivo, um desafio à sua comunidade científica: transformar em playlists a forma como a música marca o quotidiano da sua investigação. Oito investigadores de diferentes Unidades de Investigação aceitaram a proposta e criaram listas de 10 faixas, revelando as ligações entre as suas escolhas musicais e o trabalho académico que desenvolvem.
Das seleções resultaram oito listas de músicas distintas, atravessadas por géneros variados, que refletem a diversidade cultural e científica do Técnico. A iniciativa mostrou como a música está presente não apenas como expressão pessoal, mas também como parte integrante do ambiente de investigação da Escola.
Andrei Utkin (Técnico/ INESC – INOV-Lab Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores Inovação)
«Não posso dizer que me interessasse minimamente por música em criança. Durante a minha adolescência no meio rural, simplesmente não havia espaço para isso. Quando cheguei à cidade, fiquei impressionado com a diversidade musical e com o facto de a música me conseguir fazer sentir triste ou feliz sem razão aparente».
Helga Jordão (Técnico/ CERENA – Centro de Recursos Naturais e Ambiente)
«A música, para mim, é um fio condutor que une emoções e memórias. Oiço música todos os dias, é indispensável. É a minha companheira para me acalmar, concentrar, focar, divertir, exaltar a felicidade e amar».
Hugo Plácido da Silva (Técnico/ IT – Instituto de Telecomunicações)
«Para mim a música é simultaneamente um estímulo e um escape. Talvez paradoxalmente, do ponto de vista criativo funciona como um catalisador em que melodias e letras ajudam a mente a “descolar” para outras dimensões, trazendo frequentemente quando “aterra” novas ideias e ligações entre temas anteriormente desconexos. Um dos aspectos fascinantes é que cada viagem me transporta para uma dimensão diferente, constituindo assim um terreno fértil para a ideação e inovação».
Jorge Gonçalves (Técnico/ CiTUA – Centro para a Inovação em Território Urbanismo e Arquitetura)
«Mas, lá no fundo, são sempre os instrumentos que me fazem estremecer. Violoncelos, contrabaixos, saxofones. No jazz e na música clássica são os sons graves e metálicos que me fazem sentido. Ao contrário do que parece gritar o nome do instrumento, não tenho nada Contrabaixos. Mas há saxofones que não são deste mundo. E, às vezes, deve-se mesmo discutir o Sax dos anjos».
Nuno Bernardes (Técnico/ iBB – Instituto de Bioengenharia e Biociências)
«A música é muito importante na minha vida e no meu trabalho de investigação porque me permite encontrar um reservatório mental de inspiração e concentração. Por sempre ter gostado de ouvir diferentes géneros musicais, sinto que consigo olhar para os problemas de maneiras diferentes, estimulando a criatividade e abrindo novas perspetivas dentro da minha cabeça. A música sempre me permitiu criar um ambiente mental propício à reflexão, mergulhando mais facilmente nos temas que estudo. Muitas vezes, os diferentes ritmos ajudam-me a despertar associações inesperadas para encontrar soluções originais ou a formular hipóteses de investigação inovadoras, ou pelo menos assim espero».
Paulo Freitas (Técnico/ INESC-MN – Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – Microsistemas e Nanotecnologias)
«Desde cedo exposto à educação musical, tive uma formação dupla até à universidade. O instrumento (piano) aparece como refúgio do bulício do dia-a-dia ao longo dos anos: lembro-me de dezenas de pianos disponíveis em sombrios corredores da CMU, onde passava por vezes horas a fio no piano quando algo não corria bem nos laboratórios durante os anos de doutoramento. Ainda antes, e até agora, o piano e a música sempre forneceram um elemento de ligação fácil e espontânea entre pessoas e comunidades».
Pedro Batista (Técnico/ ISR-Lisboa – Instituto de Sistemas e Robótica)
«É uma playlist de encantar,
Que serve para o papá investigar
E o seu bebé embalar».
Vasco Guerra (Técnico/ IPFN – Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear)
«Se não tivesse estudado física, teria tentado fazer carreira como violoncelista. Entrei no Técnico e só conhecia música clássica. Descobrir e fazer descobrir músicas que estão fora do nosso universo habitual tem sido um dos prazeres constantes da minha vida familiar».