O Técnico é, através do envolvimento do Intituto de Sistemas e Robótica (ISR), parceiro de um projeto educativo que pede emprestado ao passado a antiga prática da ‘mensagem numa garrafa’ para ensinar várias disciplinas ligadas ao mar. Os ventos e as correntes oceânicas ganharão um novo encanto mostrados por três mini-veleiros, que depois de trabalhados por alunos portugueses, espanhóis, escoceses e americanos, e com as ditas mensagens a bordo, foram, no dia 13 de novembro, lançados ao mar. Quando atracarem num novo destino, estes funcionarão como elo de ligação com jovens de diferentes culturas.
A ideia permitirá autênticas aulas transatlânticas através de uma verdadeira regata internacional e transoceânica. Os objetivos da iniciativa são “primeiro sensibilizar os jovens para as correntes, ventos e outros aspetos do Oceano global que nos liga a todos. Segundo, depois do pequeno veleiro não tripulado chegar a terra poderá fazer ligação com outros povos, outras línguas, outras culturas”, elenca o engenheiro do ISR, Luís Sebastião, um dos envolvidos no projeto.
O projeto denominado “Leva Portugal ao Mundo”, coordenado pela Direção-Geral de Política do Mar e com vários parceiros, nomeadamente o Técnico, através do centro de investigação ISR-Lisboa, com um papel ativo e determinante no lançamento dos mini-veleiros. O engenheiro Luís Sebastião faz um balanço positivo da iniciativa: “correu muito bem, numa excelente parceria entre todas as entidades participantes sob coordenação da DGPM, com um forte envolvimento local da parte da Estação de Biologia Marinha do Funchal que reuniu 16 alunos de escolas do primeiro ciclo para participarem diretamente no lançamento”.
Houve alguns contratempos durante os lançamentos, mas nada que pusesse em causa o sucesso da missão. “No momento do lançamento o veleiro “WEST” apresentou problemas de estabilidade (o vento estava forte) e por isso foi recolhido, foi-lhe adicionado lastro e foi lançado novamente umas horas depois, concluindo assim o lançamento dos 3 veleiros com sucesso”, relembra o engenheiro do ISR.
Com metro e meio de comprimento, lançados no oceano completamente à sorte dos ventos e das correntes, os pequenos veleiros dispõem de um equipamento GPS e um transmissor por satélite ligado a um sistema da agência americana NOAA, que permitirá aos jovens acompanhar todo o percurso e ainda o seu regaste caso seja necessário. O WEST, o NADA e o Crimson Voyager prometem ensinar, envolver, entusiasmar e unir jovens de diferentes culturas em torno das temáticas do mar. Não tivessem eles já tanto para contar nestas matérias. O WEST, por exemplo, foi lançado ao mar em dezembro de 2013 por alunos da Escola de Westbrook, no Maine (E.U.A.). Chegou a Portugal quase um ano depois, onde foi trabalhado por alunos de duas escolas da Nazaré, sendo depois devolvido ao mar em junho de 2015, voltando imediatamente a Portugal, obrigando a novo lançamento. Em janeiro de 2016 foi lançado de novo na Madeira e ficou à deriva no mar durante sete meses até ser recuperado na Escócia onde foi trabalhado pela Escola de North Uist. Tendo em vista o próximo lançamento, a professora Marri Morrison veio de carro desde a Escócia até Portugal para entregar o WEST à organização do “Leva Portugal ao Mundo”! Esta história e a dos outros dois veleiros continua agora a escrever-se por esses mares a dentro.
