Inovação, Sustentabilidade, Nanotecnologia e Inteligência Artificial foram apenas algumas das temáticas em foco na 35.ª edição das Jornadas de Engenharia Química (JEQ). Durante os cinco dias do evento, integrado nas Técnico Career Weeks, os alunos tiveram oportunidade de participar em workshops, ouvir apresentações de antigos alunos, e integrar palestras e debates sobre os mais diversos temas.
As questões, colocadas no final de cada momento do evento evidenciavam o fascínio, a vontade de saber mais sobre cada temática, tornam tudo “ainda mais recompensador” para o grupo de alunos responsável pela organização. “Realmente ver os alunos a aderirem, a fazer perguntas, colocá-los em contacto com o futuro e com o que está a acontecer agora lá fora no mundo empresarial é realmente muito bom”, destaca Helena Vendas, uma das coordenadoras desta edição das JEQ.
As palestras são de facto o ponto forte deste cartaz, e mais de 20 oradores aceitaram o convite para vir partilhar mais sobre as suas áreas de conhecimento e investigação. A professora Elvira Fortunato, docente da Universidade Nova de Lisboa, e futura ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Antonio del Rio, diretor do grupo de Optimisation and Machine Learning for Process Engineering no Imperial College London, e Connor Coley, professor assistente de Engenharia Química e Elétrica e de Ciência da Computação no Massachusetts Institute of Technology – MIT, foram alguns dos oradores convidados e contribuíram para o sucesso do evento.
De forma muito acessível Raquel Queirós, investigadora do Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL), veio dar a conhecer o trabalho que tem desenvolvido na área dos nanomateriais para a deteção e captura de contaminantes aquáticos. Começando por explicar o que é a nanotecnologia e o seu papel fulcral na atualidade e no futuro, a oradora conduziu a audiência por uma elucidativa apresentação sobre como é que esta tecnologia pode ser aplicada ao desenvolvimento de sistemas de monitorização e deteção de contaminantes nas águas, revelando alguns detalhes sobre a produção destes.
Em jeito de conclusão, Raquel Queirós destacou algumas das mais-valias destes nanomateriais: “São materiais de alta afinidade e seletividade para diferentes tipos de moléculas. O tipo de polimerização e a tipologia da produção têm influência na sua performance final”. “Além disso, são bastantes robustos e resistentes e mantêm a sua capacidade de reconhecimento ao longo de muito tempo por isso é que podem se integrados em sistemas de monitorização remota ao longo de vários períodos. São também reutilizáveis, a sua produção é de baixo custo e de preparação bastante simples”, adicionou a investigadora.
Sendo a aproximação ao mercado de trabalho um dos objetivos que move a organização deste evento, não poderia faltar no cartaz o Pitch que coloca os alunos em contacto direto com o mundo empresarial. Do outro lado, profissionais de conceituadas empresas, como a Pfizer, Deloitte, Repsol ou Procter & Gamble, que além de um feedback construtivo sobre aquilo que ouviram, ofereceram-lhes alguns conselhos sobre como melhorar a sua apresentação ou que escolhas fazer para que um determinado caminho profissional se torne mais acessível. “Quando contactamos as empresas para participarem nas nossas atividades, sentimos um interesse imediato. Querem de facto estar aqui connosco, mostrar o trabalho que fazem e compreender a próxima geração de engenheiros químicos”, realça a coordenadora das JEQ.
Revestidas de empenho e entrega, as JEQ procuram apresentar diferentes perspetivas e percursos possíveis que esta área de formação permite e foi com isso em mente que a organização delineou cada ponto do programa. “Engenharia Química é um curso virado para a investigação, indústria, e consultoria e tentamos abranger esses campos nas várias atividades”, colmata Helena Vendas.