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Jovem investigadora do CERIS vence 2.º Prémio Inovação Jovem Engenheiro 2019

O trabalho de Madalena Ponte fornece uma metodologia para a avaliação sísmica de monumentos e conquistou o segundo lugar, ex aequo, do galardão entregue pela Ordem dos Engenheiros- região sul

O trabalho de Madalena Ponte, aluna de doutoramento e investigadora do Civil Engineering Research and Innovation for Sustainability (CERIS),  venceu, ex aequo, o 2.º Prémio Inovação Jovem Engenheiro, atribuído pela Ordem dos Engenheiros – região Sul.  Atribuído anualmente, o prémio distingue os melhores trabalhos de investigação elaborados por licenciados em engenharia com menos de 35 anos. “Sinto-me muito agradecida e recompensada pelo trabalho que fiz, e é com grande alegria que percebo que um painel de especialistas da minha Ordem profissional reconhece o seu valor para a engenharia”, assevera Madalena Ponte.

“Definição de uma metodologia para a avaliação sísmica de monumentos complexos de alvenaria” é o título do trabalho distinguido que é fruto de um projeto de investigação do CERIS para a avaliação da vulnerabilidade sísmica do Palácio Nacional de Sintra e que, como salienta a investigadora, “envolveu um trabalho multidisciplinar nas áreas de engenharia civil, arquitetura e topografia”.  “O projeto  foi desenvolvido no âmbito do protocolo assinado entre o Instituto Superior Técnico  e a empresa Parques de Sintra – Monte da Lua, S.A. (PSML), sob a coordenação da professora Rita Bento, da parte do Técnico, e do Engenheiro Daniel Vaz Silva, da parte da PSML”, partilha Madalena Ponte.

O trabalho premiado fornece uma metodologia para a avaliação sísmica de monumentos complexos de alvenaria. “Engloba uma componente experimental com vários ensaios de campo, como ensaios de identificação dinâmica de edifícios com o recurso à vibração ambiental, recolha de amostras das alvenarias e ensaios de deteção geofísica por georadar, que nos permitiram recolher dados reais importantes sobre este tipo de estruturas para depois serem utilizados na calibração dos modelos numéricos adotados nos programas de avaliação sísmica”, explica a aluna galardoada.

Madalena Ponte acredita que por detrás do interesse que o seu trabalho suscitou no júri do prémio poderá estar o facto de o mesmo se centrar numa “área que recentemente tem gerado um grande interesse económico, social e cultural”. “Adicionalmente, este trabalho tem como caso de estudo o Palácio Nacional de Sintra, um monumento de grande importância nacional e elevada complexidade, que permitiu desenvolver um trabalho único, mesmo a nível internacional, muito completo e de elevada dimensão, com uma aplicação prática”, acrescenta ainda a aluna de doutoramento.

Para a investigadora do Técnico é claro que esta área tem vindo a ganhar uma relevância significativa nos últimos tempos. “A consciencialização para a necessidade de avaliar a vulnerabilidade sísmica do parque urbano em Portugal tem vindo a crescer nos últimos anos, em especial na área das construções tradicionais que têm uma forte presença no edificado nacional”, frisa. No seguimento desta preocupação, e também refletindo a importância que o tema tem conquistado, tem sido “publicado no último ano um conjunto de legislação que torna obrigatória em determinadas situações a elaboração de um relatório de avaliação da vulnerabilidade sísmica”, salienta ainda a investigadora do CERIS.