Mário Figueiredo, professor do Instituto Superior Técnico envolvido na organização da Lisbon Machine Learning School (LxMLS), está à conversa com um estudante que trabalha numa empresa que desenvolve videoárbitros e câmaras que fazem deteção automática de fenómenos como foras de jogo, exemplos contemporâneos da utilização de técnicas de aprendizagem automática (machine learning, em inglês). “Tem corrido tudo bem – [na LxMLS] há aulas, laboratórios, coffee breaks e palestras dedicadas a áreas de investigação mais específicas”, elencou o docente.
É um dos muitos momentos em que dezenas de estudantes a participar nesta escola de verão se juntaram no Jardim Norte do campus Alameda do Técnico a lanchar e confraternizar, banhados pelo calor que se fez sentir e trocando experiências animadamente entre as atividades programadas, entre 11 e 17 de julho. A edição de 2024 da LxMLS trouxe ao Técnico estudantes de todos os cantos do mundo e criou oportunidades para que contactassem com aprendizagem automática, com apresentações teóricas e atividades práticas de programação a preencher a calendarização do evento. Para além de diversas oportunidades para que os participantes se conhecessem, houve ainda lugar para palestras que abarcaram tópicos desde os fundamentos da aprendizagem automática até ao processamento natural de linguagem.
A LxMLS foi a primeira experiência de Justus Westerhoff em Portugal e o aluno alemão ficou satisfeito com a oportunidade de “relembrar as bases da aprendizagem automática”. “Pude conhecer muitos portugueses e pessoas de outras partes do globo – americanos, escandinavos, estónios… não sei em que outra ocasião teria a oportunidade de conhecer tanta gente em dias sucessivos”, comentou o estudante.
Sonal Sannigrahi é aluna de doutoramento do Técnico desde janeiro. Especializando-se na área do processamento de linguagem natural, o evento revestiu-se de particular importância para si. “Vários dos palestrantes deste ano trabalham no mesmo ramo que eu e por isso fiquei muito entusiasmada por poder falar com eles e participar em discussões”, partilha a estudante oriunda da Índia enquanto descansava num banco do Jardim Norte. “Este tipo de conferência é uma boa forma de exposição a outras pessoas da comunidade de investigação e a áreas que não conhecia – foi algo definitivamente muito útil”, garantiu. Quanto à experiência de estudar no Técnico, Sonal afirma que “trabalhar em tecnologia de ponta e ser capaz de interagir com tantas pessoas diferentes tem sido ótimo”.
A organização da LxMLS contou com o envolvimento do Instituto de Telecomunicações (IT) e do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – Investigação e Desenvolvimento (INESC-ID), unidades de investigação associadas ao Técnico, da Lisbon Unit for Learning and Intelligent Systems, sediada na Escola, da Unbabel, spin-off do Técnico, da Zendesk e da IBM Research.