Campus e Comunidade

Maior edição de sempre das Jornadas de EGI de olhos postos no futuro da indústria

Pela primeira vez o evento organizado pelo Núcleo de Estudantes de Engenharia e Gestão Industrial (NEEGI) estende-se ao longo quatro dias e congrega uma feira de emprego que reuniu cerca de 15 empresas da área.

 

A primeira diferença desta 4.ª edição das Jornadas de Engenharia e Gestão Industrial (EGI) salta de imediato à vista na chegada ao campus do Taguspark. O programa destas jornadas é habitualmente muito vasto, mas costuma confinar-se aos espaços onde decorrem os workshops e palestras que compõem o mesmo. Desta feita, o evento resolveu ocupar o átrio central do edifício com uma inédita feira de emprego que desde o primeiro dia se assumiu como um sucesso. A confirmação deste êxito é notória pelo interesse em torno das bancas, e a confirmação vem da própria coordenadora da organização, a aluna Sofia Sarmento: “está a ser um sucesso, quase toda a gente do Taguspark aderiu à feira, mesmo alunos de outros cursos que abordam as empresas no sentido de as conhecer melhor”.

Worten, Lidl, Deloitte, KPMG e a Sonae foram algumas das empresas presentes e que cativaram o interesse dos alunos ao longo dos dois primeiros dias do evento que começou esta terça-feira, 13 de março. “Temos muitas empresas ligadas à gestão e à logística que são áreas mais relacionadas com o nosso curso, e que trazem consigo muitas ofertas de trabalho, estágios profissionais, estágios de verão e outros tipos de programa”, explica Sofia Sarmento.

A próxima diferença, igualmente surpreendente, surge ao consultar o programa, bem acessível à entrada no recinto. Este ano, as Jornadas de EGI estendem-se ao longo de quatro dias, oferecendo aos participantes múltiplas atividades que alavancam a troca de experiências, e a soma de conhecimentos. Entre workshops e palestras há lugar para todos e muita aprendizagem. “O nosso curso tem imensas saídas profissionais e há muito interesse pelos nossos alunos, e por isso é muito importante darmos esta perspetiva, e fazê-lo através de diversas formas”, refere Sofia Sarmento. “Os workshops, por exemplo, são muito direcionados para o mercado de trabalho, mais propriamente para a forma com as empresas trabalham a nível de logística, produção, etc. São pensados em torno das dinâmicas do mercado e do que se vai fazer no futuro”, refere ainda a coordenadora da organização.

As palestras propriamente ditas também não esquecem a indústria, as dinâmicas da mesma e ainda o futuro, como ficou bem patente na que decorreu esta quinta-feira, 14 de março, e que permitiu uma visão muito ampla daquilo que é a Tabaqueira e o modelo de produção e transformação industrial seguido pela mesma. O orador responsável por cativar a atenção dos participantes e despoletar muitas questões foi o engenheiro Rui Quelhas, antigo aluno do Técnico e membro da equipa de planeamento de operações e comunicação interna da empresa. “Somos a única fábrica de cigarros em Portugal, uma das maiores empresas exportadoras portuguesas, e fazemos parte da Philip Morris International (PMI)”, começava por destacar o orador, fornecendo depois alguns detalhes acerca do volume de produção, os principais mercados de exportação, e posteriormente lançando algumas curiosidades sobre os processos de produção de um cigarro. “O tabaco chega às fábricas completamente seco. Acontece depois um processo primário de injeção de vapor para poder ser cortado e depois podermos colocar alguns constituintes de forma a tornar o cigarro fumável. Só depois se dá a construção do cigarro em si, a inserção do filtro e de todos os componentes do cigarro”, explicava o orador. “No total, são produzidos na Tabaqueira 22,2 biliões de cigarros por ano”, partilhava.

O engenheiro Rui Quelhas fez ainda alusão ao aumento da concorrência, à redução do portfólio de produção que a fábrica foi sofrendo ao longo dos anos, mas foi na abordagem ao futuro que o orador mais se demorou. “Queremos um futuro sem fumo. Queremos transformar todos os fumadores adultos em consumidores de produtos com potencial de risco reduzido (iQQS)”, declarava o orador. “Dentro do universo da PMI as fábricas competem ente si e isto acontece ao mesmo tempo em que estamos a tentar mudar a indústria”, salientava ainda o alumnus do Técnico, terminando a palestra com o arremesso de um convite para visitarem as instalações da fábrica em Sintra.

Os últimos dos dias do evento, 15 e 16 de março, ganham outros contornos e os participantes têm a oportunidade de participar do Workshop de casos de estudo dado pela PwC e que lhes permitirá treinar e adquirir competências para o Case Study que fecha esta edição das jornadas, e que Sofia Sarmento se atreve a prever como o “ponto alto das” mesmas.