Campus e Comunidade

PlasmaSurf 2025 trouxe ao Técnico jovens talentos da física de plasmas e fusão

Escola de verão do Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear reuniu estudantes de 16 países no Técnico.

O Instituto Superior Técnico acolheu, entre 13 e 19 de julho, a 12.ª edição do PlasmaSurf, uma escola de verão organizada pelo Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear (IPFN) que reuniu 29 estudantes de 16 países para um programa  dedicado à física de plasmas e à fusão nuclear, complementado por atividades ao ar livre como surf, kayak, escalada e mountain board.

Todas as manhãs, os estudantes assistiram a aulas e sessões práticas orientadas por professores do Técnico e investigadores do IPFN, no campus Alameda do Técnico, em Lisboa, sobre temas-chave como física de plasmas, fusão nuclear, técnicas de diagnóstico, interação laser-plasma e o projeto ITER.

Segundo Jorge Paz, estudante espanhol do programa de mestrado Fusion-EP na Universidade Aix-Marseille, as aulas proporcionaram uma visão clara e envolvente sobre as aplicações dos plasmas e os conceitos da fusão. “Alguns dos meus colegas nunca tinham estudado plasmas e disseram que conseguiram acompanhar bem, enquanto os mais experientes adquiriram novas perspetivas”, referiu. 

Na perspetiva do estudante a experiência académica foi enriquecida pelo ambiente informal e social, já que o grupo criou laços através de uma grande variedade de atividades e desportos, como a escalada e salto de penhascos ao pôr do sol sobre o Atlântico. “Estas experiências partilhadas foram chave para estabelecer contactos na área da fusão – por exemplo, praticar exercício e relaxar depois de um dia de aulas ajudou-nos realmente a criar ligações”, acrescentou.

Com formação em ciência dos materiais e nanotecnologia, Kayra Tuncer, estudante turca que está prestes a iniciar um mestrado em nanofísica na KU Leuven, na Bélgica, afirmou que o PlasmaSurf lhe permitiu “ligar os pontos” entre a sua área e a física de plasmas. Considerou particularmente ‘reveladoras’ as sessões introdutórias e a aula sobre fusão por confinamento inercial, admitindo que quase a convenceram a seguir uma carreira na área. Entre as atividades, destacou “subir vias de escalada junto ao mar, desfrutar da vista do topo e nadar com amigos em águas cristalinas”. 

Shibangi Majumder, da Universidade de Estugarda, sublinhou que a iniciativa a incentivou a sair da sua zona de conforto, tanto a nível social como académico. Cientificamente, valorizou a interatividade das aulas, referindo que aprender sobre lasers e as suas aplicações em laboratórios de ótica foi um dos destaques “inesperados da semana”.

O Presidente do IPFN, Bruno Gonçalves, destacou a importância da iniciativa  para atrair novos talentos para a área. “As atividades ligadas à fusão nuclear estão a ganhar impulso em todo o mundo e a ciência dos plasmas está também a aumentar a sua relevância para a sociedade”. É fundamental atrair sangue novo para esta área e formar uma nova geração de investigadores e engenheiros”. Manifestou ainda satisfação com o entusiasmo dos estudantes, e expressando o desejo de que “passar por esta escola de verão seja o primeiro passo para uma carreira de sucesso na área dos plasmas e da fusão nuclear”.

Para Lucas Da Silva, estudante brasileiro a concluir um duplo grau na Centrale Méditerranée, em França, o evento proporcionou conhecimentos académicos e ligações duradouras, destacando a aula sobre o ITER, onde aprofundou a sua compreensão sobre o estado atual da investigação em plasmas. “Esta experiência deu-me não só novas ferramentas científicas, mas também amizades e memórias que levarei comigo”, partilhou. 

A semana terminou com uma visita aos laboratórios experimentais do IPFN – Tokamak ISTTOK, VOXEL e L2I – seguida de um passeio por Lisboa, onde os participantes exploraram as colinas da cidade e os seus miradouros com vista para o rio Tejo.

*Texto em colaboração com o Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear (IPFN)