O professor António Lamas, docente jubilado do Departamento de Engenharia Civil, Arquitetura e Georrecursos (DECivil) recebeu uma menção especial do júri do Prémio Europeu do Património Cultural / Prémios Europa Nostra 2021 na categoria “serviço dedicado ao Património”.
Na página da Europa Nostra, num texto que justifica esta distinção, o professor António Lamas “tem uma longa história de serviço dedicado ao património”, nomeadamente através do exercício de inúmeros cargos de liderança em instituições públicas responsáveis pelo património português. O júri destaca o contributo do docente “para trazer inovação e investigação ao património”, inspirando “políticas e estratégias de conservação mais intensivas para as intersecções entre o antigo e o novo, e a adoção de medidas de proteção para evitar a deterioração causada por um grande número de visitantes”. É ainda referido “o seu sucesso em estimular a atenção e o interesse do público pela História, por questões relacionadas com a sustentabilidade ambiental e pelas melhores práticas para a proteção e valorização dos jardins e parques históricos”.
O docente jubilado do Técnico partilha que “o reconhecimento da mais importante instituição Europeia na área do Património – a Europa Nostra – através dos Prémios European Heritage Awards, do mérito da minha carreira em prol do Património Cultural, é uma distinção que me encheu de grande satisfação e prazer”.
Os vencedores do Prémio Europeu do Património Cultural / Europa Nostra 2020, foram anunciados no passado dia 25 de maio, num evento online a partir de Bruxelas e de Haia, em que participaram a comissária europeia para a Inovação, Investigação, Cultura, Educação e Juventude, Mariya Gabriel, e o presidente executivo da Europa Nostra, Hermann Parzinger.
Depois de se licenciar em Engenharia Civil no Técnico, em 1969, o alumnus rumou a Londres para se doutorar em Engenharia de Estruturas pela Universidade de Londres. A estadia em Inglaterra permitiu-lhe “apreciar o interesse com que os britânicos protegem e valorizam o seu património cultural e as instituições que criaram para o preservar – ‘para sempre e para todos’ – em contraste com a fragilidade e a atuação das correspondentes instituições portuguesas, com poucos recursos financeiros e técnicos”, recorda.
Esta experiência levou-o a criar no Técnico, em 1985, os primeiros cursos de pós-graduação sobre a conservação de edifícios e centros históricos, “abertos a engenheiros, arquitetos, arquitetos paisagistas, arqueólogos e historiadores, que deram origem a diplomas de estudos avançados e a um curso de mestrado, oferecido até 2004, no âmbito dos quais se formaram mais de 500 especialistas”, refere o docente jubilado.
Alternou as funções de docente do Técnico, com as de gestor de instituições públicas na área do Património Cultural. Conta no seu currículo com a presidência do Instituto Português do Património Cultural e da Junta Autónoma de Estradas/Instituto de Estradas de Portugal. Entre 2006 e finais de 2014 presidiu à administração da empresa de capitais exclusivamente públicos Parques de Sintra -Monte da Lua, responsável pelo património do Estado na área da Paisagem Cultural de Sintra. Foi também presidente entre 2015 e 2016 do Centro Cultural de Belém (CCB).
“Desempenhei estas funções com muito empenho e prazer, tive sucessos e insucessos, e recebi, em várias ocasiões, o reconhecimento público pelo que fiz em prol do património cultural português”, sublinha o professor António Lamas.
Entre esses reconhecimentos está a condecoração, em 2014, com a comenda de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique por parte do Presidente da República. Também a Câmara Municipal de Sintra lhe reconheceu o trabalho na Parques de Sintra atribuindo-lhe a Medalhas de Prata de Mérito Turístico (2009) e a Medalha de Ouro do Município de Sintra (2012).