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Startup criada por alumni do Técnico integra famoso programa de aceleração da Techstars

A detech.ai faz parte da lista restrita de 10 empresas selecionadas para integrar o Techstars NYC este ano.

A detech.ai, uma startup criada por dois antigos alunos do Técnico, integra a lista restrita de startups selecionadas para integrar o programa de aceleração Techstars New York City (NYC). A startup é a única representante portuguesa na listagem que conta com mais 9 empresas com sede em São Francisco e Washington DC, França, Israel, Quénia e Reino Unido. Com esta seleção, a detech.ai tem acesso a três meses de incubação, o que lhe permitirá, desde logo, o contacto permanente com recursos e personalidades internacionais de renome.

O Techstars NYC é um dos programas de aceleração da Techstars, uma rede mundial que ajuda os empresários a ter sucesso, criada em 2006 e que já investiu em mais de 2.300 empresas. No portefólio de empresas aceleradas pelos vários programas constam: a SendGrid, a Digital Ocean, PillPackOutreach, entre outras. O Techstars NYC apoia um grupo diversificado de fundadores com recursos de classe mundial, ajudando-os a crescer e a escalar, tem uma taxa de aceitação entre os 1-2%e recebe milhares de candidaturas de todo o mundo.

O antigo aluno do Técnico, José Velez, CEO e um dos fundadores da startup, realça o orgulho por integrar este programa tão desejado por “muitas startups do mundo inteiro”. “Foi uma grande notícia para toda a equipa e sentimo-nos todos bastante motivados para escalar a empresa globalmente com o apoio dos mentores da Techstars”, declara. O alumnus sublinha ainda que “que a Techstars e a sua rede de mentores, que já criaram e escalaram várias empresas a nível mundial e vão ser importantíssimos para conseguirmos aprender e validar a nossa estratégia diretamente com quem já esteve na nossa posição”.

A detech.ai soma assim a sua segunda grande conquista em poucos meses, depois de ter conseguido a incubação na Startup Lisboa, e está agora numa fase importantíssima de expansão tanto a nível nacional como internacional. A startup criada por José Velez e Tiago Mendes Marques, disponibiliza uma plataforma de Inteligência Artificial para deteção autónoma e uma análise preditiva de anomalias e incidentes em tempo real, de modo a garantir a fiabilidade dos sistemas de Tecnologias de Informação (IT, na sigla em inglês) das organizações.

Uma solução escalável que ajudará a robustecer os serviços de IT das organizações

Através da plataforma disponibilizada pela detech.ai, as empresas conseguem monitorizar todas as suas aplicações e serviços de IT como se de um só se tratasse.

Com a transformação digital, e tendo em conta que a maior parte das empresas tem o seu negócio suportado por aplicações ou serviços de tecnologias de informação, qualquer empresa que tenha aplicações críticas para o seu negócio, pode beneficiar desta solução para robustecer as suas aplicações e infraestruturas. “O mercado tem adorado a nossa solução. Vem resolver um problema muito presente em todas as empresas, e os resultados obtidos trazem um grande retorno sobre o investimento para as empresas”, garante José Velez. A equipa tem, neste momento, 2 projetos piloto com empresas portuguesas nas indústrias de Software e de FinTech. “O objetivo destes tem sido refinar o nosso produto com o feedback dos líderes técnicos destas empresas para garantir que a nossa solução está pronta para entrar no mercado em escala”, explica o alumnus.

Mas há mais nesta escalada de sucesso: já existem também empresas a nível internacional interessadas no produto da detech.ai. “Muito em breve vamos disponibilizar o nosso produto para o mercado geral, visto que já temos a validação de que conseguimos identificar e assistir na resolução dos problemas nas tecnologias de informação de forma fiável e autónoma com inteligência artificial”, adianta José Velez. O antigo aluno realça que a “plataforma tem um grande potencial de escalabilidade, visto que ao contrário das outras plataformas de monitorização, não precisa de ser configurada”. “São os nossos modelos de inteligência artificial que aprendem o comportamento normal das aplicações de forma autónoma, o que significa que a nossa plataforma está pronta a utilizar e criar valor desde que se começa a utilizar”, evidencia.

Foi enquanto trabalhava numa startup solidária que tinha como propósito a entrega de medicamentos a pessoas carenciadas em Portugal que José Velez se apercebeu melhor da complexidade que as aplicações e os serviços tecnológicos têm vindo a adquirir e da dificuldade que existe em perceber quando estão a funcionar corretamente e a importância de prevenir que falhem. “Desta forma decidi começar a tentar resolver este problema utilizando inteligência artificial para aprender o comportamento normal das aplicações de modo a identificar e correlacionar incidentes precocemente, de forma autónoma, nas operações de tecnologias de informação das empresas”, recorda o antigo aluno.

Da decisão até ao momento de a pôr o projeto em marcha foi literalmente um saltinho: “assim que tive esta ideia, propus à EDP a realização de uma prova de conceito numa das suas aplicações críticas para implementar e validar várias soluções possíveis”, partilha. “Ao mesmo tempo, pedi o apoio do professor Arlindo Oliveira para que fosse o meu tutor enquanto escrevia a minha dissertação de mestrado sobre este tema”, acrescenta.

Depois de ver que sua abordagem ao problema tinha pernas para andar resolveu encontrar um parceiro para a caminhada: “apresentei a ideia a um colega do Técnico com quem já tinha trabalhado em vários projetos do Técnico, experiências essas que me fizeram tê-lo em elevada consideração”, recorda José Velez. O colega em questão é Tiago Marques que recebeu a ideia com muito entusiasmo, começando ele próprio a fazer investigação acerca desta matéria, e a escrever a sua tese de mestrado sobre um assunto semelhante.  “Juntos, começámos a construir um produto a partir daquilo que aprendemos, e assim que conseguimos desenvolver um MVP [Produto Mínimo Viável], apresentámos o projeto a algumas empresas em Portugal que demonstraram interesse e começámos a jornada que nos levou até onde estamos hoje”, conta José Velez.

Com esta entrada para o programa de aceleração da Techstars, o futuro adivinha-se risonho para a startup portuguesa. Tanto que José Velez consegue imaginar daqui a uma década, a sua empresa “ao lado das grandes startups Portuguesas, como a Talkdesk e a Feedzai, que se tornaram em unicórnios”. Para tal, os fundadores da detech.ai vão “apostar fortemente na inovação, através dos avanços tecnológicos e de investigação na área de inteligência artificial, de modo a automatizarmos as operações de tecnologias de informação de forma fiável, e assistirmos a empresas da Fortune 500 com a nossa tecnologia”.