Campus e Comunidade

TecStorm’21: a tempestade criativa reinventou-se e o resultado foi ainda mais explosivo

As barreiras físicas não foram um obstáculo à criatividade dos participantes do TecStorm que este ano se realizou em versão online e que contou com a presença de mais de uma centena de estudantes universitários.

De ano para ano, a marca do TecStorm torna-se ainda mais robusta. A fórmula por detrás do evento, organizado pela JUNITEC -Júnior Empresa do Instituto Superior Técnico, resulta na perfeição: unir a tecnologia ao empreendedorismo, incentivar a criatividade de estudantes universitários, e lançar-lhes o desafio de resolver problemas atuais. O resultado: ideias brilhantes capazes de gerar impacto na sociedade. Este ano, o êxito repetiu-se e adaptou-se na perfeição ao formato online. O evento decorreu no passado fim de semana, de 26 a 28 de fevereiro, e contou com 106 Participantes provenientes de 15 universidades do país.

“O balanço final é muito positivo. A equipa do TecStorm fez um grande esforço para garantir uma boa qualidade de transmissão e manter o espírito dos momentos do evento mesmo à distância”, afirma Vera Silva, gestora de marketing do TecStorm’21. “O facto de o evento não ser presencial alterou sobretudo a experiência do participante, mas também deu asas a que pudéssemos, mais do que nunca, investir na componente de empreendedorismo do evento”, salienta a aluna do Técnico. Apesar das diferentes circunstâncias, a mudança do formato não alterou em nada a ambição e esforço da organização em “melhorar a qualidade dos projetos e incentivar a ambição dos participantes”, tal como frisa Vera Silva.

O evento contou com a já habitual presença do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, professor Manuel Heitor, que teceu grandes elogios ao TecStorm e à JUNITEC.

Em cima da mesa de trabalhos e em permanente desenvolvimento estiveram projetos muito diversos, relacionados com questões sociais como os cuidadores informais, saúde mental, aprendizagem na sala de aula, otimização de tráfego, reutilização de energia, segurança habitacional, entre muitos outros.

Ao longo de 42 horas as equipas puderam desenvolver as suas ideias, criando protótipos, desenhando modelos de negócio e preparando o pitch que posteriormente apresentariam, lutando pelos mais de 6 mil euros em jogo. Cada um destes aspetos seria tido em consideração na decisão do leque de jurados que acabaria por eleger como vencedoras as equipas:  Urban Farmers (na categoria Sustainable Development), TecWizards (categoria 5G – The Network of the Future), e MindSet (categoria Energetic Solutions).

O projeto “Grow In” desenvolvido pela Urban Farmers propõe-se a democratizar e descentralizar a agricultura através de um sistema modular de agricultura inteligente. O sistema integra uma componente de sensorização e controlo apoiada em Inteligência Artificial, acessível através de uma interface gráfica intuitiva em mobile ou desktop.

O prémio atribuído pela Vodafone foi arrecadado pelo projeto “Aircube” que consiste numa solução inovadora que possibilita a entrega de bens ao domicílio com recurso a drones elétricos e autónomos nos grandes centros urbanos e residenciais.

Já a equipa MindSet, composta por alunos do Técnico e que se destacou na categoria Energetic Solutions, desenvolveu o projeto “Helios”, uma balança inteligente capaz de monitorizar a quantidade de combustível ainda disponível em bilhas de gás, bem como detetar fugas na imediação do dispositivo.

Uma edição renovada que se refletiu na melhoria da qualidade dos projetos

O investimento no sucesso do evento começou ainda antes do mesmo começar, com a equipa da JUNITEC a proporcionar a todas as equipas sessões de mentoria técnica e estratégica. Todas as equipas tiveram também acesso a diversas formações e a ferramentas digitais de prototipagem, criação de web-apps e gestão de dados. Todo o material técnico necessário para  o desenvolvimento do projeto foi disponibilizado pela organização, e o acesso a toda a informação  foi concedido mais cedo do que alguma vez tinha acontecido.

“Tivemos uma interação que começou muito antes do evento, com um acompanhamento quase diário das suas dificuldades e receios. Criámos um workspace no slack, para facilitar a comunicação e promover o diálogo e contámos com um espaço exclusivamente dedicado à convivência e partilha de experiências dos participantes, cuja adesão superou a nossa expetativa”, conta Vera Silva. Para além disto, a equipa da JUNITEC criou uma ‘spaceship’, um zoom que se manteve ativo nas 42 horas de competição onde os participantes “puderam encontrar sempre membros do staff com uma palavra de apoio, para os ajudar com dúvidas nos projetos e evento e até mesmo para descontrair e jogar jogos”, como sublinha a gestora de Marketing do evento.

Tudo isto acabaria por contribuir para uma melhoria significativa na qualidade dos projetos apresentados, que segundo Vera Silva, “foi reconhecida por todos, e em particular pelos nossos Main Sponsors”.

Também o número de prémios atribuídos aumentou este ano, passando também a ser premiado o 2.º lugar em competição e as equipas que apresentassem o melhor pitch e o melhor protótipo. “Garantimos também a todos os finalistas uma reunião com uma incubadora, a Demium, para poderem projetar juntos o seu futuro”, adiciona Vera Silva.

Concluída mais uma edição, a equipa leva consigo uma aprendizagem essencial deste percurso mais adverso: “nas dificuldades é que estão as oportunidades”. “Não existem barreiras para empreender e desenvolver eventos de sucesso! O Covid-19 veio provar-nos que não há limites, desde que nos saibamos reinventar”, vinca Vera Silva.