Campus e Comunidade

Um dia para descobrir o admirável mundo invisível dos Microrganismos

Através de um leque de atividades diferenciado, o Técnico juntou-se às comemorações do Dia Internacional do Microrganismo que decorreram em todo o país.

A microbiologia tem um papel cada vez mais central em campos tão diversos como a Medicina, a Agricultura, a Indústria Farmacêutica ou Alimentar. Mostrar e dialogar sobre essa importância, descortinando as potencialidades destes seres invisíveis é o objetivo do Dia internacional do Microrganismo (IMD 2019), celebrado hoje, 17 de setembro. As comemorações da data são organizadas pela Sociedade Portuguesa de Microbiologia (SPM), em parceria com a Ciência Viva, a Ordem dos Biólogos (OBio) e a Sociedade Portuguesa de Ecologia (SPECO) e adquiriram, este ano, novos parceiros, chegando mesmo a mais países e novos continentes.  O Técnico voltou a ser, pelo segundo ano consecutivo, palco de algumas das atividades organizadas, promovendo a troca de conhecimento e para a descoberta deste mundo invisível. 

O programa de comemorações no campus da Alameda não podia ser mais diverso com o jardim do Pavilhão de Química a ser ponto de encontro de múltiplas atividades e exibições que mostram na prática a versatilidade e potencialidade dos microrganismos. Por sua vez, o leque de palestras “Microrganismos e Sociedade” que ia juntando alunos e curiosos da área tratou de expor o impacto da Microbiologia em todas as dimensões do nosso dia a dia, dando a conhecer alguns dos projetos e desafios da área.

Como não podia deixar de ser, coube à professora Isabel Sá Correia, presidente da SPM, abrir as comemorações, ladeada pelas cativantes mascotes do evento.  “É com muita alegria que estamos a celebrar pela terceira vez o Dia Internacional do Microrganismo”, começava por dizer a docente do Técnico, salientando a importância deste dia “para passar à sociedade a ideia de que os microrganismos são essenciais e são também uma área de atividade com muita empregabilidade”. “A Sociedade Portuguesa de Microbiologia promove nacional e internacionalmente este dia, aliás é das poucas atividades em que Portugal deu o pontapé de saída e está a contagiar outros países”, explicou ainda.  Realçando a evolução do evento de edição para edição e salientando o sucesso que o tem pautado, a docente partilhava o desejo que o mesmo se repita este ano, convidando a audiência a envolver-se nas diversas atividades.

Também o professor Arlindo Oliveira, presidente do Técnico, salientou a relevância do evento e desta área: “considero este evento muito interessante para chamar a atenção para a importância de percebermos cada vez melhor este mundo dos microrganismos que tanto valor  vai ter no futuro”. Definindo esta área como “fascinante”, e fazendo referência à ligação da mesma com outras disciplinas emergentes, o presidente do Técnico terminava agradecendo o envolvimento dos organizadores na iniciativa.

Foi depois altura de perceber através das apresentações de vários especialistas a importância dos microrganismos na nossa vida e do planeta, nomeadamente em sectores como a Agricultura, Indústria ou Saúde. Luís Costa, diretor operacional da A4F-Algae for Future, presenteou a audiência com uma breve e completa apresentação em torno dos microrganismos e do seu “papel fundamental” na biorrefinaria.  Por sua vez, Tina Keller-Costa, investigadora do iBB explicava o que é a matéria escura microbiana e porque não podemos viver sem ela, evidenciando o papel da metagenómica numa nova visão da árvore da vida. Um dos momentos que mais cativou a audiência foi a apresentação de Nuno Bernardes, também investigador do iBB, que colocava em foco o papel dos microrganismos no combate ao cancro. “Ao longo dos últimos anos foram surgindo evidências que nos mostram como alguns microrganismos muito específicos podem ser usados no tratamento de tumores”, afirmava o investigador. “Houve uma mudança paradigmática no nosso entendimento do papel dos microrganismos no tratamento do cancro, muito devido à perceção de que podemos usar algumas células tanto para terapias como para auxiliar na deteção precoce de tumores”, destacava ainda.

Ao longo do dia, a aprendizagem continuou a ser uma constante através dos vários painéis do IMD 2019, mas foi nas 10 bancas de atividades do jardim do Pavilhão de Química que a animação se fez assim. Para as várias demonstrações foram convidados alunos do secundário que se envolveram de imediato nas atividades, demonstrando uma notória vontade de saber mais sobre estas poderosas criaturas.