Ano após ano, o Núcleo de Alunos de Engenharia Naval(NAEN) concentra esforços para trazer até aos alunos e a todos os interessados pela área, uma diversidade de oradores que permita não só aumentar o conhecimento como também ajudar a conhecer melhor os diferentes percursos profissionais à espreita para quem realiza o curso. Este ano, e apesar de tudo ter que ser transferido para o modelo digital, a determinação e os objetivos mantiveram-se e ao longo dos últimos dois dias, 9 e 10 de março, foi possível imergir num diverso conjunto de temáticas e preparar travessias rumo ao mercado de trabalho.
Carolina Mangas, presidente do NAEN, confessa que “no início do ano, este regime nos deixou muitas reservas no que toca à efetiva realização do evento”. “No entanto, ao ‘pôr as mãos à obra’, percebemos efetivamente que o formato online nos abria muitas portas no que toca à variedade de temas abordados nas palestras, e assim foi”, relembra a aluna do Técnico. A equipa de alunos responsável pela organização tudo fez para “inovar e diferenciar” e o programa reflete esse esforço.
Tiago Duarte, antigo aluno do curso de Engenharia Mecânica do Técnico e atualmente Head of Floating Wind na empresa Ocean Winds (OW), foi o protagonista de uma das primeiras palestras do evento. Depois de dar conhecer um pouco o seu percurso e a empresa onde trabalha, o alumnus explorou aquele que seria o tema da palestra o ‘WindFloat Atlantic Project’, partilhando as várias fases e características do projeto do primeiro Parque Eólico Marítimo em Portugal instalado em plataformas flutuantes.
Ainda antes disso, o orador evidenciou as vantagens das eólicas offshore flutuantes que tornam viável a sua instalação em várias partes do mundo. O “WindFloat Atlantic” tem uma capacidade total instalada de 25 Megawatt (MW) e irá gerar energia suficiente para abastecer o equivalente a 60.000 utilizadores por ano, poupando quase 1,1 milhões de toneladas de CO2.
Apesar de as palestras da manhã(do dia 9)terem sido as que registaram um maior número de participantes, Carolina Mangas crê que “todas foram impactantes”. “No final de cada palestra, a interação do público com o orador foi sempre notória, o que também nos diz que fizemos as apostas corretas”, sublinha a presidente do NAEN. Também por isso a aluna não hesita em afirmar, no final do primeiro dia, que o “o balanço é francamente positivo”. “Fomos agradavelmente surpreendidos, pois a adesão foi muito superior ao expectável. É uma enorme alegria sentirmos que os alunos se interessam cada vez mais por eventos como a VIII Conferência de Engenharia Naval”, refere a aluna.
Além dos alunos, Carolina Mangas refere também a relevância dos temas para “outros profissionais na área, que estiveram connosco no decorrer das palestras”. “Assim sendo, o regime online, embora tenha as suas reservas, permite-nos quebrar muitas barreiras e, sobretudo, fazer planos para edições cada vez mais cativantes que potenciem o curso de Engenharia Naval”, realça a aluna.
Neste segundo dia do evento, o cartaz contemplava também as NAEN TABLES, uma atividade destinada apenas a alunos do curso e que tem como objetivo proporcionar uma conversa entre os representantes de algumas empresas da área e um grupo de alunos, de modo que estes possam conhecer dinâmicas de trabalho e os projetos de cada uma.
O painel “Moving the Naval Industry for a Greener Future” que encerra o evento hoje, 10 de março, conta com a presença de Mads Friis Jensen (CCO da Blue World Technologies), Jérémie Lagarrigue (CEO da EODev) e Pedro Rodrigues (Head of Hydrogen Propulsion no Técnico Solar Boat) e será moderado por João Domingues, membro do NAEN e da equipa do Técnico Solar Boat. Esta atividade é uma das pequenas novidades desta edição e a equipa da organização tem muitas expectativas em relação à mesma: “Penso que será uma oportunidade incrível para confrontar, no mesmo espaço de discussão, as opiniões de profissionais com uma elevada experiência e de um aluno também já muito instruído no tema”, destaca Carolina Mangas.