O Instituto Superior Técnico participou na investigação da Polícia Judiciária (PJ) que levou à deteção de uma nova droga sintética, o N-desetil-isotonitazeno, no seguimento de uma apreensão de milhares de comprimidos falsos de oxicodona, como anunciado pela força de segurança no dia 6 de fevereiro. Para a identificação desta substância, o Laboratório de Polícia Científica (LPC) da PJ contou com a colaboração de Alexandra Antunes, professora do Técnico e investigadora do Centro de Química Estrutural (CQE).
Segundo a docente, “a identificação desta nova droga sintética é de extrema importância”, uma vez que, “sem a sua identificação, as autoridades forenses não a conseguem controlar e, quando chegam ao hospital casos de overdose, não é possível identificar o agente causador, colocando dificuldades no tratamento”. A toxicidade da substância é sublinhada pela própria PJ – “o seu consumo evoca sentimentos de euforia seguidos de sonolência, provocando o bloqueio do sistema respiratório, sendo esta a causa principal da morte por overdose”.
“A minha tarefa foi a de analisar e caracterizar por espectrometria de massa de alta resolução esta nova substância, tanto em misturas obtidas por extração dos comprimidos como depois de isolada”, explica Alexandra Antunes. Esse trabalho foi desenvolvido no laboratório de espectrometria de massa do CQE, unidade de investigação associada ao Técnico que, juntamente com investigadores da Faculdade de Ciências, colaborou com a PJ. “É um trabalho muito enriquecedor e que me enche de orgulho”, conta a investigadora. “É um exemplo claro de colaboração entre instituições públicas, onde há uma comunhão de esforços e meios técnicos para a resolução de problemas concretos da sociedade”, acrescenta.
Alexandra Antunes trabalha com o LPC desde 2017, tendo em 2020 sido nomeada por autoridade judiciária como perita na Unidade Nacional Contra-Terrorismo da PJ.
No campo das ‘Novas Substâncias Psicoativas’, já foram feitas várias publicações científicas e desenvolvidas teses de mestrado do Técnico em colaboração com o LPC. Alguns estudantes do Mestrado em Engenharia Química tiveram também oportunidade de realizar pequenos estágios neste laboratório.