Duarte Cerdeira, estudante do 2.º ano da Licenciatura em Engenharia Aeroespacial no Instituto Superior Técnico, vive uma rotina marcada pelo equilíbrio entre a exigência académica e a alta competição. Atleta de alto rendimento, integra a Seleção Nacional Sub-23 de canoagem e detém o estatuto de ‘Esperança Olímpica’ atribuído pelo Comité Olímpico de Portugal.
A disciplina e a curiosidade estiveram sempre presentes na sua trajetória. “Desde muito cedo ambicionava ser engenheiro, impulsionado pelo gosto pela matemática e pela física, em particular pela componente mecânica. A opção por Engenharia Aeroespacial surgiu naturalmente, dada a minha paixão por aeronaves e pela complexidade que envolve esta área”, conta.
O conhecimento adquirido no Técnico não se fica pelas salas de aula. Duarte encontra pontes entre as equações e a água, bem como entre a teoria e o movimento. “Aquilo que tenho aprendido no curso permite-me analisar o kayak e a pagaia de forma mais detalhada, levando-me, por exemplo, a alterar posições do meu centro de massa e a compreender o impacto de diferentes ângulos de remada no deslize da embarcação”, partilha.
Entre treinos e exames, também há espaço para olhar para o futuro. “Pretendo fazer o mestrado em ‘Aeronaves’ e ingressar no mercado de trabalho, desejando, se possível, ficar em Portugal. Gostaria também de realizar um programa Erasmus, caso seja possível conciliar com a carreira desportiva”, projeta Duarte.
A experiência acumulada molda não apenas os resultados, mas a forma como encara cada desafio. Aos estudantes-atletas, deixa um conselho que resume a sua própria trajetória: “Nunca desistam dos vossos objetivos. É uma carreira exigente, sobretudo a nível mental, mas o desafio de conciliar estes dois mundos continua a motivar-me. O segredo está em organizar bem o tempo, ser eficiente e valorizar o apoio de quem está presente nos momentos difíceis e nas vitórias”.
Na época desportiva de 2025, Duarte competiu no Campeonato Europeu de Velocidade de Juniores e Sub-23, em Pitesti (Roménia), e no Campeonato do Mundo, em Montemor-o-Velho, alcançando em ambas as provas o 6.º lugar na distância olímpica de 500 metros, na embarcação K4. Em território nacional, vestiu as cores do Técnico no Campeonato Nacional Universitário, conquistando o 2.º lugar em K1 500m e, em parceria com Francisco Batista, também estudante do Técnico, o 3.º lugar em K2 500m.
Entre livros e quilómetros de pista, Duarte prossegue um caminho que cruza a engenharia e a canoagem, conciliando dois pilares que marcam o seu presente e projetam o seu futuro – dentro e fora de água.